Agora só existe eu e aquele livro em cima da minha cama, um convite irresistível para uma jornada literária. Sem perder tempo, estendo a mão e o pego. Ele tem um peso agradável, uma sensação de substância com suas trezentas páginas. A capa é um espetáculo à parte, adornada com um desenho intricado de sol e lua entrelaçados, o mesmo símbolo que inexplicavelmente apareceu no meu peito ontem. A coincidência me deixa intrigado, como se o livro estivesse destinado a mim.
Curioso, abro na primeira página, ansioso para mergulhar nas palavras que me aguardam. No entanto, mal começo a ler quando sou bruscamente arrancado do meu foco. Alice, minha irmã mais nova, surge de repente, com a sutileza de um furacão, e me faz pular de susto. Ela ri da minha reação, enquanto eu tento recuperar o fôlego e disfarçar a surpresa..
— PUTA QUE PARIU, ALICE! O que está fazendo aqui? — Grito ao perceber sua presença. Sinceramente, se eu levantasse minha mão, Deus me puxaria na hora. — Que susto! Alice começa a gargalhar vendo minha reação.
Por mais que eu tente controlar minha respiração, não consigo. Será que dá para deserdar uma irmã?
— Ué, está assustado por quê? Só queria te falar que já me inscrevi no concurso de música! Vou usar a guitarra que você me deu, vai ser a primeira vez da minha bebê no palco. — Alice fala animada com a sua apresentação.
E ela chamou a guitarra de "bebê"? Ok. Acho que sei qual é o presente vencedor.
— Sua bebê? Bom, estarei lá te aplaudindo! — Alice se senta na minha cama, logo em seguida me junto ao lado dela.
— Sei lá. Estou com medo, não sei se sou o suficiente para isso, não sei se meu talento é tão bom quanto o dos outros. — Alice se cobra demais. Fica se cobrando na escola, na música, em sua vida. Minha irmã tem vários pontos altos, mas sua autocrítica é desgastante.
— Ei! Olha pra mim. — Digo para Alice com convicção, pegando no rosto dela e virando para minha visão. — Você vai tocar pra caralho naquela apresentação! E eu vou estar na primeira fila te aplaudindo de pé. Todos vão te aplaudir de pé. — Falo sorrindo ao notar um sorriso no rosto de Alice. — É assim que eu gosto!
— Você acha isso?
— Claro que sim! Te vi desde pequena tocando. Você é a melhor guitarrista que eu já vi em toda minha vida! Você, Alice Cooper, vai ganhar esse concurso e vai trazer aquele grande troféu pra casa! — Sem perder tempo, Alice me abraça fortemente.
— Valeu. Eu estava realmente precisando disso! — Alice fala rindo em meio a lágrimas.
Gosto desses momentos. Abraços, conversas. Sinto-me mais próximo dela, isso é bom. Muito bom.
— Bom, estou indo para o quarto. Boa noite, maninho! — Ela fala ao sair do quarto e fechar a porta. Minha conexão com Alice é surreal. Não somos irmãos de sangue, mas a nossa ligação é algo indescritível. Gosto do que temos, gosto da nossa relação.
Estou com o livro na mão neste exato momento. Será que é só minha imaginação? Ou estou ficando louco? Sem perder tempo, abro o livro na primeira página. Há uma espécie de sinopse com um texto mediano.
"Há muito tempo, antes que qualquer ser humano habitasse a Terra, duas divindades reinavam sobre o universo: uma era a personificação do Caos, a outra da Luz. Estas divindades existiam desde tempos imemoriais, moldando e governando tudo com seus poderes insondáveis, tão vastos e profundos que iam além da compreensão humana. Antes do primeiro nascer do sol e das primeiras sombras que dançaram sobre a terra, estas divindades já estavam presentes, criando e equilibrando o cosmos com uma harmonia sublime e celestial.
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Os Meios Não Justificam Os Fins
ФэнтезиHarry, um adolescente de 16 anos, leva uma vida comum, repleta de sonhos e desejos. No entanto, sua existência tranquila é virada de cabeça para baixo quando descobre um segredo que pode mudar sua vida drasticamente e colocar em risco tudo o que ele...