CAPÍTULO CINCO

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Anael me conduz de volta ao meu quarto, que agora está em completa desordem, marcado por vestígios escuros das energias que foram desencadeadas aqui. Como vou conseguir arrumar tudo isso?

— Você deve vir comigo até o paraíso. O conselho supremo está aguardando sua presença — diz Anael, olhando para mim com uma mistura de expectativa e ansiedade. — Esperei por esse momento ansiosamente. — Ele me envolve em um abraço firme, e embora eu não saiba ao certo, sinto uma estranha familiaridade em seu toque, como se já nos conhecêssemos há muito tempo. Será que ele me conhece?

Antes que eu possa responder, ouço a maçaneta da porta girar e meu pai entra, caindo no chão ao nos ver.

— Harry? — Meu pai chama, sua voz cheia de preocupação.

Corro até ele, o medo crescendo a cada passo. "Ele simplesmente abriu a porta e caiu!" explico, tentando conter as lágrimas. "Ele não acorda, mãe! Ele simplesmente não acorda!" Estou em pânico, completamente atordoado pela situação. As lágrimas correm pelo meu rosto, meu coração apertado com a preocupação pelo meu pai.

Ele está inconsciente, tremendo violentamente como se estivesse sofrendo um choque elétrico. Balanço seu corpo, desesperado por uma resposta, mas ele não reage. Coloco meus dedos em seu pescoço, procurando por um pulso. Os batimentos estão fracos; em apenas 10 segundos, seu coração bate apenas seis vezes. O desespero toma conta de mim.

Quando olho para trás, Anael desapareceu do quarto assim que meu pai entrou.

Um sentimento de desamparo toma conta de mim, e as lágrimas continuam a cair sem controle.

— Ambulância! — Alice está com o celular na mão, provavelmente ligando para o serviço de emergência. Ela está tão agitada quanto eu, seus olhos transbordando em lágrimas.

A operadora faz uma série de perguntas, tentando nos acalmar enquanto envia uma ambulância. Minha mãe tenta manter a calma, mas posso ver o medo nos olhos dela. Ela segura a mão de meu pai, sussurrando palavras de conforto que ele não pode ouvir.

— Por favor, aguente firme. — ela murmura, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

O tempo parece se arrastar enquanto esperamos pela ambulância. A respiração de meu pai é irregular, e cada segundo que passa aumenta meu pavor. Tento lembrar dos primeiros socorros que aprendi, mas a minha mente está em branco, consumida pelo pânico.

Finalmente, ouvimos o som distante das sirenes. A esperança renasce em meu coração, embora a ansiedade ainda esteja presente. Os paramédicos chegam e assumem o controle da situação, movendo-se com eficiência e profissionalismo.

— Ele vai ficar bem? — pergunto, a voz trêmula.

Um dos paramédicos me lança um olhar de compaixão.

— Vamos fazer o nosso melhor. — responde ele, enquanto eles colocam meu pai na maca.

Eles carregam meu pai para a ambulância, e minha mãe, eu e Alice seguimos atrás, nossos corações pesados de preocupação.


Fui adotado quando ainda era um bebê de poucas semanas. A história que me contaram é que fui encontrado chorando entre as árvores de Denver por um lenhador, que me levou até uma igreja local.

O sonho da minha mãe sempre foi ter uma menina e um menino. No entanto, as chances do meu pai conceber uma criança eram muito baixas. Eles tentaram tratamentos, e assim nasceu Alice, a primeira filha do casal. Após um ano e meio, meus pais decidiram tentar novamente, mas os tratamentos não foram bem-sucedidos e meu pai acabou se tornando infértil. Para realizar o desejo da minha mãe de ter um menino, eles decidiram me adotar. Deram-me o nome "Harry", que significa "Senhor do lar", "Governante da Casa".

Os Meios Não Justificam Os FinsOnde histórias criam vida. Descubra agora