CAPÍTULO DEZOITO

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A corrida contra o tempo me impede de parar e pensar: "Para que fui feito? O que eu sou? Qual é o meu lugar no mundo?" A incerteza bate à minha porta, carregando uma mala cheia de emoções, das quais tento decifrar, mas não consigo. De repente, eu paro em meio à corrida; o cansaço e a falta de ar preenchem o meu ser. Olho ao redor e vejo a escuridão se fechando, invadindo o espaço por completo. Não consigo ver a linha de chegada; meus olhos já não enxergam a luz. Tudo está incerto. A indecisão me preenche, fazendo-me escravo de seus malefícios. E aqui estou, com medo, aflito, incerto sobre o meu futuro.

*

Estou sentado, observando os gigantes se prepararem para a batalha. O ar está carregado de tensão e expectativa, e sinto um frio na barriga, uma sensação de medo que me envolve e me faz questionar tudo o que sei sobre mim mesmo. Esse sentimento está me consumindo cada vez mais, como uma sombra que se arrasta lentamente em direção ao meu coração.

Meus pais estão ajudando as crianças, tentando mantê-las distraídas da iminente catástrofe. A mãe de Ethan também está lá, uma presença calma em meio ao caos, cuidando dos pequenos com um sorriso gentil, apesar da tempestade que se aproxima. É melhor que todos eles mantenham a mente livre de tudo de ruim que está acontecendo, pelo menos por enquanto.

Eu, por outro lado, não tenho esse luxo. Já enviei um grande batalhão para a Terra, seus passos ressoando como trovões enquanto lutam por um futuro melhor. Em alguns minutos, estarei com os outros batalhões de gigantes no Paraíso, para a batalha que se desenrola nas alturas. A responsabilidade pesa sobre meus ombros como uma armadura, me prendendo ao chão, mas também me dando a força para seguir em frente. O campo de preparação está repleto de atividade. 

— Gigantes! — grito, encarando os quatro primeiros batalhões. — Preparem-se para o teleporte para o Paraíso!

— Vamos para lá também? — Ethan me questiona, preocupado.

— Não vou correr esse risco. Você e Alice irão para a Terra com os últimos batalhões — respondo, olhando para Alice. — Não saiam da vista dos gigantes, por favor!

Abraço Alice e depois Ethan fortemente.

— Não se preocupe, vamos estar aqui quando tudo isso acabar! — Alice fala ao que percebe minha preocupação.

Estou nervoso, mal consigo controlar minha respiração. Esta será uma batalha grotesca. Espero que possamos acabar com isso de uma vez por todas. Sem mais guerras, sem mais desavenças, sem mais mortes. Hoje será o dia do encerramento, vamos dar um basta nessa guerra que infelizmente já durou muito tempo.

— Precisando de ajuda? — pergunta Anael, observando Ethan afiar seu machado.

— Não, não, apenas afiando essa belezura. Dei o nome a ela de Exterminadora de Demônios — responde Ethan, olhando para seu machado. Sim, ele deu um nome ao machado.

— Deixe-me ver... — Ethan entrega o machado nas mãos de Anael. Meu tio então o reveste com seu poder, encantando-o com sua magia. — Aí está! Agora combina com o nome!

— CA-RA-LHO! — Ethan exclama em choque, pegando seu machado de volta. — Harry, por que escondeu esse anjo todo esse tempo?

Sua piada nos faz rir. Ethan sempre tenta suavizar o clima com suas brincadeiras. Gosto disso nele; me faz ficar mais calmo.
A hora chegou, teleporto todos os baralhos que vão ficar no paraíso, e então, chegamos. Todos estão em suas devidas posições, batalhando com os anjos e demônios.

— Encontre Lúcifer, o resto deixe com a gente! — Azazel fala ao que conjura uma espada e um escudo de luz, ao que começa a batalhar com um anjo.

Os Meios Não Justificam Os FinsOnde histórias criam vida. Descubra agora