Os Meios Não Justificam Os Fins

CAPÍTULO NOVE

É como caminhar pelas memórias de Lúcifer, sentir cada dor e cada emoção que ele sentiu. Estou imerso em seu passado, navegando por lembranças dolorosas, e me deparo com um momento crucial: o dia em que a guerra celestial eclodiu no Paraíso entre anjos e demônios. Estou vendo os demônios libertarem Lúcifer e outros prisioneiros das celas no Paraíso. Lúcifer está amargurado, ferido, machucado. Naquele momento, seus pensamentos se dividem entre dois focos: Laylah e eu. Vejo como os demônios olham para Lúcifer como um líder, prontos para seguir suas ordens sem hesitação.

— Sem mais dor! Sem mais discriminação pelos anjos! Hoje iniciamos uma nova jornada em nossas vidas. A guerra começou! — Lúcifer brada com uma voz que ressoa como um trovão, seus olhos ardendo de ódio. — VAMOS LUTAR PELO QUE TEMOS DIREITO!

Lúcifer convoca todos os demônios, e juntos, eles lançam um ataque feroz ao Paraíso, em busca de Laylah. A batalha é instantânea, feroz e implacável. O Paraíso, que outrora era um símbolo de paz e serenidade, transforma-se rapidamente em um campo de tormento e dor. O céu, antes azul e sereno, agora se cobre de nuvens negras e relâmpagos furiosos. Anjos, com suas armaduras reluzentes e asas brilhantes, descem dos céus como cometas, suas espadas sagradas desembainhadas, prontos para defender seu lar. O confronto é brutal: demônios e anjos se encontram no ar e no solo, suas espadas colidindo com um clangor metálico que reverbera por todo o Paraíso. 

O demônio Lúcifer, à frente de seu exército, avança com um propósito singular: encontrar Laylah. Sua figura é imponente, suas asas negras abertas ao máximo, cada batida causando uma onda de energia que derruba anjos ao seu redor. Ele está determinado, movido por um desejo fervoroso de proteger sua família e reivindicar o que acredita ser seu por direito.

As criaturas do caos, inspirados pelo discurso inflamado de Lúcifer, lutam com uma fúria descomunal. Suas garras e presas brilham sob a luz dos relâmpagos, seus olhos vermelhos de ódio e desejo de vingança. Eles lançam poderes de caos que rasgam o ar e destroem tudo em seu caminho. Os gritos de batalha ecoam por todo o Paraíso, um som terrível e magnífico ao mesmo tempo. Maldições são proferidas, feitiços são lançados, e o chão sagrado do Paraíso começa a se manchar de sangue, tanto de anjos quanto de demônios. As espadas se cruzam com um brilho feroz, cada golpe carregando o peso do ódio e da dor acumulada por milênios. 

Lúcifer avança implacavelmente até chegar à imponente Sede do Conselho Supremo, onde Laylah estava protegida por seu irmão Anael, Azazel e outros anjos. Com um movimento poderoso, Lúcifer conjura uma massa de energia sombria em sua mão e a lança contra os portões dourados do Conselho Supremo, que se despedaçam e são arremessados para longe, abrindo passagem para o interior sagrado.

— Você sabe que não te aceitamos mais aqui! — um anjo ruge, materializando uma espada reluzente em suas mãos. — Azazel está certo, vocês são como uma praga, nunca vão nos deixar em paz! — Com velocidade sobrenatural, o anjo avança contra Lúcifer, sua espada cortando o ar com um brilho cegante.

Lúcifer, com um sorriso cruel, ergue sua própria espada, forjada nas profundezas do abismo. O choque entre as lâminas ressoa como um trovão, faíscas voam e o chão sob seus pés treme com a força do impacto. O anjo, movido por um fervor desesperado, golpeia com uma série de ataques rápidos e precisos, cada um deles encontrando a lâmina de Lúcifer com um clangor ensurdecedor.

— Você é fraco, anjo — Lúcifer murmura, desviando um golpe feroz e girando com uma agilidade surpreendente. Ele contra-ataca, sua espada cortando o ar em um arco mortal.

O anjo mal consegue se defender, recuando sob a fúria de Lúcifer. Com um grito de guerra, ele tenta um último ataque desesperado, investindo com toda a sua força. Mas Lúcifer está pronto. Com um movimento preciso e impiedoso, ele desvia a espada do anjo para o lado e, em um golpe fluido, perfura o peito do anjo com sua própria lâmina.