Os Meios Não Justificam Os Fins

CAPITULO DEZESEIS

HARRY

As memórias estão presentes a todo momento em nossas vidas, impregnadas no nosso dia a dia, fazendo-nos recordar do passado e sentir saudade. A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Ela se relaciona fortemente à aprendizagem, que é a obtenção de novos conhecimentos, pois utiliza a memória para reter tais informações no cérebro.

E é isso que vejo agora: as memórias de Lúcifer. Consigo visualizá-las uma por uma. Estão cheias de angústia e dor. Lúcifer se lembra de cada uma delas, certificando-se da imensa dor que lhe causaram. As visões são vívidas e claras. Vejo Lúcifer sendo expulso do paraíso, traído por aqueles em quem confiava. Sinto a amargura que tomou conta dele ao perder Laylah, a única que ele amou verdadeiramente. A dor de ver sua família destruída, seus sonhos despedaçados, tudo isso se desenrola diante dos meus olhos como um pesadelo interminável.

Cada memória é uma ferida aberta, cada recordação um lembrete da injustiça que ele sofreu. Lúcifer revisita esses momentos repetidamente, como se quisesse manter viva a chama da vingança, alimentada pela dor que o consome. Ele se recusa a esquecer, a perdoar, e isso o transforma, molda sua essência. Vejo a determinação, a decisão irrevogável de não permitir que a história se repita. Lúcifer carrega o fardo dessas memórias como uma arma, um combustível que o impulsiona a continuar sua luta, a buscar justiça a qualquer custo. Ele está determinado a mostrar ao mundo, e a Azazel, a extensão de seu sofrimento e a força de sua vontade.

As memórias de Lúcifer não são apenas um reflexo do passado, mas uma força motriz que o define, que o guia em cada passo. E eu, ao ser testemunha dessas lembranças, compreendo a profundidade de sua dor e a magnitude de seu desejo de vingança.

Agora Lúcifer estava imóvel. Ao que Anael fala aquilo Lúcifer não sabe mais oque fazer, por alguns minutos ele se encontra pensativo, submerso aos seus vastos pensamentos.

— Só você pode mudar isso! Vamos, nós podemos fazer a diferença Lúcifer! — Anael fala ao que estende sua mão. — Basta você querer.

As palavras de Anael o deixa sem saber o que fazer, submerso em seus vastos pensamentos por alguns minutos.

— Só você pode mudar isso! Vamos, nós podemos fazer a diferença, Lúcifer! — Anael falou, estendendo a mão. — Basta você querer.

Sinto Lúcifer mais vulnerável agora. Ele está chorando, e consigo sentir as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Sinto a dor de Lúcifer. Agora que Anael conseguiu deixá-lo nesse estado, vejo uma possibilidade de expulsá-lo do controle do meu corpo. Lúcifer está fraco, sua mente está fraca, e eu não posso perder esta oportunidade. Tenho que conseguir fazer isto. É agora ou nunca.

A batalha interna começa. Concentro todas as minhas forças mentais, todas as memórias de quem eu sou, das pessoas que amo, para empurrar Lúcifer para fora. A dor é excruciante, mas sei que preciso resistir. Cada lembrança de felicidade, cada momento de amor e amizade é uma arma contra o domínio sombrio de Lúcifer.

Vejo flashes de minha vida: minha infância, meus pais adotivos, meus amigos, Ethan e Alice. A força dessas lembranças me dá energia. Lúcifer está lutando, tentando agarrar-se ao poder, mas suas defesas estão desmoronando.

— Lúcifer, saia! Este não é seu lugar! — grito internamente, canalizando toda a minha vontade.

Sinto uma explosão de energia dentro de mim. Lúcifer grita de frustração e dor, sua presença começando a enfraquecer. Ele tenta se segurar, mas a combinação da fraqueza emocional e do meu ataque mental é demais para ele.

— AAAAAAAH! — Lúcifer grita, perdendo o contato com meu corpo.

Finalmente, sinto uma libertação. Uma forte luz irrompe do meu corpo, irradiando de meus olhos, boca e nariz. A luz é tão intensa que transforma a noite em dia por alguns segundos, visível para todos no céu. A escuridão se dissipa e Lúcifer é expulso do meu corpo. Caio enfraquecido no ar em direção à terra firme, onde a batalha está acontecendo.