CAPÍTULO TREZE

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Alice, que conversava com alguns gigantes, logo me avista sentado e se aproxima. Ela se senta ao meu lado.

— Lugar calmo... Eu realmente tenho certeza de que esse lugar é um dos meus favoritos! — Alice fala, estendendo suas mãos para aquecê-las na fogueira.

— Sim! Loucura, né? Tudo isso é muito doido — digo, observando minha irmã. — Nossa mãe e nosso pai devem estar preocupados, a casa tá totalmente destruída. Como será que ela está?

— Ei, ela sabe se virar. Tenho certeza de que ela vai saber lidar com isso - Alice diz, enquanto uma criança a oferece um espeto com carne. — Mudando de assunto, como você está?

— Eu estou bem. Bom, eu me sinto bem agora. É difícil de entender, mas sei que requer calma — digo, soltando uma leve risada. — Tá acontecendo muita coisa ao mesmo tempo! E você, como está?

— Ah, eu estou bem também! Acho que pra todos nós isso ainda é complicado de entender — ela responde, olhando para mim, envolvendo-me com o braço direito e fazendo um carinho. — Quer conversar sobre o Owen?

— Você viu? — falo, corando.

— Harry, todo mundo viu vocês se beijando, seu idiota! — Alice ri, dando um leve tapa na minha testa. — Gosta dele, né? Dá pra ver seus olhos brilhando quando olha pra ele.

— É, eu gosto dele — admito, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas novamente. — Mas não sei se ele gosta de mim, e também tem isso tudo acontecendo. Não sei se é uma boa hora pra pensar em mais uma coisa entre tantas outras.

— Harry — Alice diz, com um tom sério.

— Pode dizer.

— Não deixe de fazer amanhã o que você pode fazer hoje! E sim, eu sei que já ouviu isso bastante vezes. Mas não quero que você se arrependa por não ter tentado algo e acabar se frustrando no futuro por não ter tomado uma atitude quando ainda dava tempo! — Alice sorri e continua. — A vida é curta demais pra ficar dando espaço pra coisas que não vão te levar a nada. Se você gosta dele, vá em frente, lute o quanto puder pra poder dizer isso a ele.

Simplesmente abraço Alice fortemente. Ela sempre foi do tipo que desaba em choro, sempre emotiva, sempre vulnerável a qualquer situação difícil. Já eu, sempre me mantendo forte, sem demonstrar nenhuma emoção. Afinal, tenho medo de demonstrar minha fraqueza e acabar sendo atacado por elas. Mas ver ela falar assim me mostra o quanto Alice amadureceu, o quanto ela mudou e melhorou. Estou orgulhoso dela.

Ao terminarmos o abraço, vejo Ethan e Anael vindo em nossa direção. Parece que os dois se deram muito bem.

— Então você pode se teletransportar aonde quiser? — Ethan fala, surpreso.

— Sim! Posso ir daqui até outro planeta se eu quiser! — Anael responde, observando a expressão de surpresa de Ethan.

— E o tempo? É verdade que é diferente do da Terra? — Ethan pergunta enquanto se senta no tronco ao lado de Anael, Alice e eu.

— Bom, no paraíso, o tempo passa muito mais rápido do que na Terra. Lá, o tempo é "avançado" em relação ao daqui.

— Uau! Você pode enxergar no escuro? Tem super velocidade? Quantos anos você tem? Consegue ouvir de longe? Posso tocar na sua asa? — Ethan pergunta ansioso, fitando Anael com olhos brilhantes. — É o meu sonho tocar em uma asa de anjo!

— Ham, acho que outro dia você pode fazer isso! — Anael responde rindo ao ver a empolgação de Ethan.

— Raio laser?

Os Meios Não Justificam Os FinsOnde histórias criam vida. Descubra agora