Corro ao encontro de Lúcifer, o coração martelando no peito, e o encontro deitado entre os destroços de um prédio em ruínas. A cena diante de mim é devastadora. Seu corpo está mutilado, sangrando profusamente, com um braço arrancado e inúmeras feridas profundas que testemunham a intensidade da batalha que enfrentou. Os escombros ao redor são silenciosos, como se o mundo estivesse prendendo a respiração diante da queda do demônio.
— Por todos esses anos... em toda a minha vida, fomos vistos como aberrações, monstros que só espalham caos e destruição. — Lúcifer fala, com sangue escorrendo de sua boca. — Eu juro que tentei, juro que fiz de tudo para não acabar assim! EU JURO! — ele exclama, lágrimas escorrendo de seus olhos enquanto tenta se levantar.
— Não faça esforços, está sangrando! — digo, observando os cortes e lesões por todo o corpo dele. — Respire fundo, eu vou te ajudar! — falo, aproximando-me para iniciar meu poder de cura.
— Não! Não se aproxime! É assim... já estava previsto, já estava escrito que terminaria assim. Fomos humilhados, caçados, massacrados, subjugados por uma liderança corrupta! Fiz por amor! EU A AMAVA! Ah! — Lúcifer grita, jorrando sangue da ferida. — Ela foi a única pessoa que amei, a única pessoa a quem me entreguei por completo... Laylah era meu refúgio, meu abrigo, meu porto seguro. Aí você nasceu. Meu filho, meu herdeiro... mas também tiraram você de mim! Eu perdi minha família, perdi o que mais amava! Eu perdi tudo! TUDO!
As palavras de Lúcifer são interrompidas por soluços de dor, e vejo a angústia em seus olhos enquanto luta contra a agonia física e emocional. O demônio se ergue com dificuldade, conjurando uma pequena quantidade de poder em sua mão.
— Lúcifer! Não faça isso! — grito, as lágrimas rolando pelo meu rosto.
— Já não é a mesma coisa. Perdi seus primeiros passos, suas primeiras palavras. FIQUEI PRESO POR ANOS NAQUELE LUGAR! Cometi erros, ceguei-me pela ira, pelo ódio! Eu te machuquei, te usei, querendo apenas seu poder! Não liguei para seu bem-estar, não pensei na única pessoa que restava. Fiz da sua vida um verdadeiro inferno! Me perdoa! ME PERDOA, FILHO! Por favor, me perdoa! — Lúcifer suplica, aproximando a mão carregada de poder da própria cabeça.
Lúcifer suplica por perdão, a única coisa que ainda importa para ele. Vejo sua aflição, percebendo que esse é seu adeus, sua despedida final.
— Tudo o que eu queria era paz. Ver minha família reunida, prosperidade, ver o Paraíso sendo justo com todos... saber que ali eu poderia me sentir aceito, amado, respeitado. — diz ele, lágrimas escorrendo. — Espero que entenda, espero que consiga fazer o que um dia eu não pude! — Ao terminar suas palavras, Lúcifer fecha os olhos lentamente e explode sua cabeça com seu próprio poder.
— LÚCIFER, NÃO!! — grito, vendo seu corpo cair morto no chão.
Aproximo-me rapidamente do corpo de Lúcifer, ajoelhando-me ao lado dele enquanto minhas lágrimas caem incessantemente. O edifício ao nosso redor já está com a estrutura enfraquecida, e pedras começam a desabar. Preciso sair daqui.
Owen e Anael se teleportam até mim, encontrando-me aos prantos pela morte de Lúcifer.
— Ele também tinha sonhos... ele também tinha sonhos! — sussurro entre soluços. Vi suas memórias, sei de tudo o que Lúcifer passou. Mas a vida agora também o fez pagar por todo o mal que ele causou.
Anael coloca sua mão no meu ombro, tentando confortar-me.
— Ele morreu, Harry. Não há mais o que fazer. — diz ele, estendendo a mão para me ajudar a levantar.
— Vamos, Harry. A guerra ainda não acabou! — Owen insiste, aproximando-se enquanto aceito a ajuda de Anael para me erguer.
O edifício começa a desmoronar, e nos teleportamos para fora antes que tudo desabe. A guerra continua. Os demônios, sem seu líder, estavam perdendo, mas ainda lutavam com desespero.
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Os Meios Não Justificam Os Fins
FantasyHarry, um adolescente de 16 anos, leva uma vida comum, repleta de sonhos e desejos. No entanto, sua existência tranquila é virada de cabeça para baixo quando descobre um segredo que pode mudar sua vida drasticamente e colocar em risco tudo o que ele...