capítulo cinco

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— Bom dia, Harry — diz Louis, quando eu piso na cozinha. —, dormiu bem? Como você está se sentindo?

Eu assinto, me sentando na mesa da cozinha, sonolento.

— Bom dia. Eu dormi bem. Estou me sentindo melhor do que ontem.

— Em duas horas estou indo para o restaurante. Você vai mais tarde ou quer ir comigo? — diz Louis, servindo panquecas para mim, mesmo sem eu pedir. Eu gosto disso.

— Vou com você — murmuro, pegando os talheres. — Obrigado — digo tanto pelas panquecas, tanto por se oferecer em me levar.

— Florence ainda está dormindo?

— Ela só vai acordar daqui uma hora — respondo, de boca cheia. — Hm, isso é bom...

Ouço latidos do lado de fora e eu arregalo os olhos, animado.

— Clifford! — exclamo, correndo para o lado de fora, deixando o prato de comida na mesa.

Minutos depois, quando Louis termina de fazer as panquecas, eu apareco na cozinha com um Clifford animado do meu lado.

— Oi, filhão! — diz Louis, se ajoelhando no chão assim que vê o cachorro. — Desculpa por ter te deixado no quintal o dia todo, ontem, é que temos uma bebezinha morando temporariamente aqui, entende? Ela é bem pequeninha, feito como você era quando veio morar aqui, sabe?

Clifford lambe o seu rosto, como se realmente entendesse o que eu estava falando.

Eu decido me apressar em terminar o café para logo poder tomar banho e acordar Florence.

Uma vez que já estou de banho tomado, pego Florence no berço e me surpreendo ao que ela começa a chorar assim que abre os olhinhos.

— Oh, não, meu amor, não chore, por favor... — sussurro para ela, contra a sua testa. — Tá com fome? Tudo bem, a mamãe concerta isso, sim? Não tem motivos para chorar, meu bem.

Eu não demoro em me sentar na cama e desabotoar a camisa. — Por isso amo usar camisas de botões.

Um Louis assustado para na porta no quarto. Eu rio com o seu estado. Ele usava apenas uma calça jeans, um Vans no pé direito, no pé esquerdo tinha uma meia branca e sua camisa estava pendurada em seu pescoço. Acho que ele ficou indeciso entre o que colocar primeiro.

Seus olhos azuis preocupados se revezam entre mim e Florence.

— Por que ela tava chorando?!

— Fome matinal — digo simplório, dando de ombros. Louis coloca a mão no peito, ofegante.

— Eu achei que ela estivesse sozinha e que você ainda estivesse no banho.

Eu me sinto bem com sua preocupação. Me sinto seguro e em casa. Nunca achei que alguém poderia se preocupar assim com Florence e muito menos comigo. Louis foi uma das melhores coisas que me aconteceu esse ano. — Ano passado foi Florence.

— Obrigado por se preocupar e me ajudar tanto... — sussurro. Vejo Louis se aproximar e se ajoelhar na cama, olhando atento para o meu rosto.

— Harry, você é muito, muito especial, entende? O mundo não te merece. Você é gentil e cuidadoso como ninguém — explica ele, me olhando tão profundamente que consigo ver algo a mais em seus olhos. — É óbvio que eu me preocupo com você e Florence, vocês são meus amigos, não?

Não gosto desse termo saindo da boca dele. Meu peito se afunda com sua fala e me sinto estranho. Por que o termo "amigos" soa tão superficial agora?

[...]

𝙏𝙤𝙢𝙡𝙞𝙣𝙨𝙤𝙣'𝙨 𝙇𝙤𝙪𝙣𝙜𝙚 (𝗳𝗶𝗰 𝗵𝗲𝘀+𝗹𝘄𝘁)Onde histórias criam vida. Descubra agora