capítulo vinte e dois

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Faz uns dez minutos que Harry está lá dentro. Não sei exatamente o que aconteceu mas Harry e a funcionária simplesmente sumiram do mapa. Florence continua balbuciando coisas sem sentido desde que a mãe saiu.

— O que a sua mãe foi fazer lá dentro, hein? Eu poderia ter ido... — reclamo para Florence. Os olhos clarinhos sempre direcionados à mim.

Como se lesse a minha mente, Harry aparece no carro, do nada, me assustando.

— Que susto! — vocifero. Harry acha graça, se inclinando para pegar a bebê. — O que aconteceu?

— Besteira, tá tudo bem.

Incrível, agora perdi a linha da conversa anterior.

Assim que Harry ataca o cinto de segurança novamente, a funcionária volta, com as sacolas do pedido em mãos.

— Aqui está, me desculpem pelo pequeno probleminha.

Eu, ainda confuso, pego as sacolas, agradecendo em seguida e passando o lanche para Harry, no banco de trás.

Dou a partida no carro e logo Harry pede para estacionar em algum lugar. Eu faço. Paro na esquina no Burguer King.

Ele deixa Florence na cadeirinha e passa para o banco do copiloto, sorrindo para mim. Eu sorrio de volta.

— O que aconteceu lá?

— Ela disse: problema no pedido — responde, abrindo a sacola de papelão com certa pressa.

Eu assinto, segurando a batata que ele me entrega.

— Hm, e sobre aquilo que eu tava falando...

Harry me entrega a caixinha do meu hambúrguer, antes que eu possa falar o que queria.

— Vamos comer primeiro, sim?

Ele parece nervoso e isso me deixa com certo desconforto.

Abro a caixinha, ainda olhando para ele, e levo o hambúrguer em direção à minha boca. Harry segura o meu pulso antes que eu consiga morder o pão. Eu franzo a testa.

— Louis!

— O quê?

— Olha o pão, em nome de Jesus.

Finalmente olho a comida e vejo uma pedrinha brilhando alí. Tenho medo que não seja o que estou pensando.

— Harry, isso é-

— Pega.

Eu pego a pedrinha no topo do pão. É um anel.

— Louis — me chama. Eu o olho. —, casa comigo.

Procuro algum tipo de índice de que aquilo é uma piada, em seus olhos, mas não acho nada além do brilho lindo nas suas orbes verdes. Olho novamente para o anel. Prateado, com uma pequena pedrinha encravada na prata. É simplesmente adorável e eu quero chorar.

Harry me encara com expectativa. Seus lábios traçados em uma linha fina, seus olhos brilhando tanto que acredito que seja lágrimas pairando alí.

— Você não tava brincando.

— Óbvio que não.

Eu puxo seu braço para que ele se aproxima de mim. Nossos lábios se colisam fortemente. Seguro sua nuca, com a minha mão livre, empurrando seu rosto contra o meu, para que ele não tenha saída.

— Isso é um "sim"? — murmura, seus lábios arrastando contra os meus.

— Definitivamente.

Ele ri durante o beijo, eu rio também.

𝙏𝙤𝙢𝙡𝙞𝙣𝙨𝙤𝙣'𝙨 𝙇𝙤𝙪𝙣𝙜𝙚 (𝗳𝗶𝗰 𝗵𝗲𝘀+𝗹𝘄𝘁)Onde histórias criam vida. Descubra agora