Capítulo 17

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Beatrice: Então, de onde és, Luke?

Luke: Nascido e criado aqui, em Brooklyn

Beatrice: E à quanto tempo trabalhas aqui no bar?

Luke: Alguns anos, não estou propriamente a conta-los, entendes? Adoro esta cidade, não me vejo longe

Percebo que Luke é apenas um homem simples e direto, sem nada a esconder.
Gosta de viver na sua, mas quando ganha a confiança de alguém torna-se amável.
Bem, ele até é atraente, mas de uma forma não refinada.

Quem sabe, leitores... O que podia acontecer entre nós se eu fosse uma simples menina a trabalhar no bar e não uma agente disfarçada...
Um homem lindo, descomplicado, a viver a sua vida simples...
Talvez seria exatamente o que eu necessitava, em vez de me meter em triângulos amorosos complexos!

Mas eu preciso de mais pistas e esta conversa não me deu acesso a nenhuma.

Percebo que estou num barco furado.
Tina Corbell está bem próximo de mim , a respirar ao meu ouvido.
O tempo é essencial, tenho de me esforçar e desatar este nó.

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Estou completamente exausta enquanto caminho até casa.

Hoje o bar esteve bastante agitado e para piorar todo este cansaço, não consegui nenhuma pista...

Com a entrada do meu apartamento perto, começo a procurar as chaves na minha confusa mala.
Tudo o que eu quero é a minha cama... E o doce alívio do sono.

Um carro bem iluminado aproxima-se de repente, e, os seus faróis, momentaneamente cegam-me os olhos.

Finalmente sinto o ferro gelado nos meus dedos, mas quando tiro a mão da mala as chaves caiem ao chão.

Que ótimo!

Antes que consiga chegar ás chaves, alguém, que saiu do carro, pega-as.

Josh: Aqui está

Beatrice: Olha se não é o playboy das cantadas ruins

Josh: Uau... Não te esqueceste, eram assim tão más?

Mas o que é que ele está a fazer aqui?! Não o queria voltar a ver, não quero mais confusão na minha vida.

Agarro as chaves agressivamente.

Beatrice: Bem, estás a seguir-me?

Josh: Ah claro, claro que estou a seguir-te

Não consigo perceber se era ironia ou não.

Josh: Este aqui é o prédio onde eu moro.

Desculpa?! Universo?!
Demoro imenso tempo até conseguir processar que ele mora no mesmo prédio que eu.

Beatrice: Tu... Moras aqui?

Josh: Sim, parece que tu é que andar a seguir-me

Beatrice: Que convencido! Eu moro aqui! 44!

Josh: Interesse, o meu é o 43

Beatrice: O que aconteceu com a Sra. Riley e o seu gato, Sebastian?

Nunca fui apegada à minha vizinha da frente. Era daquelas relações que quando menos a visse, melhor.
Mas às vezes encontrávamos-nos as duas nas escadas, e ela adorava contar momentos engraçados do seu gatinho.

Josh: Ela vendeu-me o apartamento faz uns 3 meses

Beatrice: Oh...

Josh: Parece que somos vizinhos, muita coincidência

Beatrice: É... Também acho

Olho para o carro luxuoso e iluminado que me deixou cega à pouco.

Beatrice: É teu?

Josh: Não, eu sou taxista nos tempos livres

Beatrice: Deixa me adivinhar, estás a brincar com a minha cara de novo?

Josh: Que menina esperta

Beatrice: Que engraçadinho

Josh: Então, com quem vives?

Beatrice: Como assim? ( olho desconfiada)

Josh: Sem ofensa, mas o preço de um apartamento destes é demasiado para uma empregada de bar

Beatrice: Bem... Eu tenho o meu jeito

Josh: Ah então tens outra coisa?

Beatrice: Sim, acho que se pode dizer assim

Josh: Estou impressionado! Mas deverias investir o teu dinheiro em vez de gastares tudo, no preço deste apartamento

Beatrice: Bem! Obrigada pelos seus conselhos Sr. Finanças! Eu definitivamente vou pensar no teu conselho antes de fazer qualquer plano. Agora se me dás licença...

Josh: Ei desculpa, não tive a intenção de te ofender.

Beatrice: Olha eu tinha uma noite muito longa e...

Josh: Claro, vejo-te por aí...

Beatrice: Claro...

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Quando finalmente estou segura no meu apartamento, encosto-me à porta e suspiro.

Por mais que eu queira ir dormir, existe algo estranho nesta situação.

Quais são as chances deste homem, que eu nunca vi na vida, aparecer de repente no bar e depois no mesmo prédio.
Ainda por cima, depois de ter recebido uma mensagem anónima.

É melhor ligar para Harry!
É bem tarde... Mas foi ele que me disse para ligar sempre, a qualquer hora.

On
Harry: Olá, agente

Beatrice: Olá Harry, preciso de algumas informações de um homem

Harry: Está tudo bem?

Beatrice: Está... Só estou a precaver-me. Preciso que o Harry investigue o meu novo vizinho. Ou ele é um Stalker ou o destino está a fazer de tudo para nos aproximar.

Harry: Estou a achar que a segunda opção é sarcasmo

Beatrice: Exatamente! Apartamento 43, eu agradeço

Harry: Vou tratar disso, agente.

Beatrice: Obrigada

Off

Enquanto desligo, ouço um som agitado no corredor do prédio.

Josh: Que porcaria!

Que saudades dos meus antigos vizinhos! O que se passa com ele?!

Abro a porta de casa nem devagar, para conseguir perceber o que se passava.
Em minha defesa ele é suspeito, não sou cusca, só um pouco.

Ele está a bater na porta do seu apartamento é a gritar incondicionalmente.
Uau... Ou ele está tão chateado que perdeu a cabeça, ou então é um completo psicopata, certo?

Depois de mexer na porta, ele sussurra para si, e começa a descer as escadas para a saída do prédio.

O que será que ele quer fazer agora?

Bem, a vontade de dormir desapareceu, então corro para a janela do meu apartamento, tentar perceber perceber se este psicopata saiu do prédio.

Josh começa a andar pela calçada da rua até chegar ao seu carro e começar a remexer.

Ele está a mexer nos assentos todos do carro, será que vai dormir lá?
De repente pergunto me se a minha antiga vizinha não estaria trancada no apartamento 43!
Não Beatrice, não faças filmes.

Sabem que mais?! Que se lixe, vou lá abaixo confrota-lo. Pelo menos vou conseguir descansar depois disto tudo.

Saio do apartamento, determinada, e vou em direção ao carro de Josh.

Ele está tão concentrado em remexer nos assentos que não se apercebe da minha presença, até bater na janela do carro.

𝚂𝚙𝚢 𝙶𝚒𝚛𝚕Onde histórias criam vida. Descubra agora