31° Capítulo - Infiltrada

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— E aí, doutor, como foi o final de semana? Espero que bom, vim pegar o meu coquetel, infelizmente o serviço de quarto dessa maravilhosa pousada não funciona como deveria. — Naruto disse com um largo sorriso enquanto adentrava a enfermaria do Rinnegan.

Andava despreocupado com as mãos nos bolsos, perdido nos próprios pensamentos, e indiferente a todos ao seu redor.

O lugar era amplo e arejado, com uma pintura branca encardida, assim como os pisos de ladrilho. Algumas macas e cortinas baratas separavam os "leitos" e um armário grande com um cadeado na porta conferiam o visual adequado de ambulatório.

Diferente da Konoha, o médico do Rinnegan não era um tirano — não com quem não merecia —, mas já estava para se aposentar. Aquele havia sido o motivo para o diretor abrir as vagas para o cargo.

— Olá, Naruto.

O loiro, que assobiava disperso alguma melodia grudenta, arregalou os olhos e se virou em uma postura tensa para a voz feminina.

— S-Sakura?! O que faz aqui? — O azul congelou em pura perplexidade. — Você invadiu...?

Antes de terminar a frase, Naruto a analisou melhor: cabelos presos em um coque, um jaleco branco sobre as roupas sociais e um crachá que dizia que ela era a mais nova médica da cadeia.

— Médica? Você? Médica? Daqui?

— Por que é tão surpreendente para você? — Ela levantou uma sobrancelha e cruzou os braços.

— Porque... Porra! Há quanto tempo não vejo rostos conhecidos? E de repente, as pessoas que eu menos esperava...

— Que pessoas?

— Você está... infiltrada? — Ele cochichou.

A Haruno suspirou e meneou a cabeça suavemente em negação, dirigindo-se a um móvel pequeno onde haviam algumas pastas sobre ele. Ela se debruçou sobre ele e encarou o loiro.

— Não fale sobre essas coisas, Uzumaki.

— Você combinaria melhor como carcereira. Certamente seria mais convincente. — Naruto colocou as mãos atrás da nuca. — Você realmente tem um diploma de medicina?

— Apesar de parecer chocante para a sua cabeça vazia, eu tenho. Era uma universitária quando conheci a Hinata e o restante da família. Tranquei o curso por um tempo, mas cheguei a terminar a graduação.

— Mas... não tem problema? Pelos crimes que você cometeu? — O Uzumaki falou e se sentou em uma das macas, cruzando os braços.

— Crimes? Eu não sei o que você pensa que sabe, mas você não sabe de nada. A minha ficha é mais limpa do que aquela caixa de agulhas estéreis. — Sakura apontou e riu.

— Merda. Vocês são sorrateiras 'pra caralho. O que você quer aqui?

— Além de uma carteira assinada, um salário garantido, férias, 13°, direitos trabalhistas e exercer uma profissão que eu amo? — Ela enfiou as mãos no jaleco.

— É um belo discurso, Haruno, mas eu não caio na sua lábia. Você pode ganhar muito mais em um assa-

Sakura fechou a cara e apontou com o indicador para seus lábios, o mandando se calar.

— ... em um trabalho com a Hinata. Você não quer uma carteira assinada, turnos não tão abusivos de trabalho, férias remuneradas e seguro desemprego. Você gosta da liberdade, não de estar presa a algo ou a algum compromisso. Esse é que seu tipo de relação com a Hinata.

A rosada riu e se aproximou.

— Você é um moleque esperto.

— "Moleque"? Eu tenho vinte e-

NO WAY OUT  | Keep Out Series Book 2Onde histórias criam vida. Descubra agora