Capítulo 24

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Andei pelo hall do hotel luxuoso, faz um bom tempo que não venho aqui, meu hotel estava muito agitado por conta de uma premiação bem específica que acontece essa semana então resolvi visitar um grande amigo.

-Bom dia, em que posso ajudar?- O rapaz por trás do balcão me recepcionou, Henrique parou ao meu lado observando o lugar.

-Daniel está aqui hoje?

-Desculpe senhorita, mas esse tipo de informação é confidencial.

-Ah, só um minuto.- Tirei o cartão azul reluzente do meu bolso e entreguei para ele.- Daniel está?

-Vou chamá-lo.- Ele sorriu radiante e tirou o telefone do gancho.

-Suborno com cartão de crédito?- Henrique sussurrou pra mim como se fosse um fugitivo, como suborna com cartão? Imita o esquadrão da moda e leva pra comprar roupa?

-Cartão da sociedade de Hotéis e Cassinos.- Sussurrei de volta.

-Ah...-ele me olhou confuso e eu sorri- Ah!

O rapaz desligou o telefone e olhou para Henrique.

-E ele?

-Meu segurança particular.- Peguei de volta meu cartão.

-Tem certeza?- Não.

-Claro.- Olhei para o lado e vi Henrique colocando óculos escuros e os braços para trás, ele estufou o peito imitando um segurança.

-Vou levá-la até o escritório.

-Não é necessário, sei o caminho.- Ouvi a risada baixa de Henrique pela sua própria atuação.- Hollywood perdeu.

-Estão arrependidos.

Me afastei e Henrique me acompanhou em silêncio, andamos até o final do corredor na direção da porta azul escura que não tinha maçaneta, posicionei minha mão no painel de vidro na parede e esperei, uma luz verde fez a leitura das minhas digitais e a porta se abriu com um click.

-Que porra é isso?

-Shh!- silêncio não é o forte dele.

-Você não me falou que já tinha um cassino.- Entramos em um corredor escuro, a única coisa visível eram setas vermelhas no rodapé da parede que indicavam a direção.- Espero que não tenha um cativeiro me esperando aqui.

-Eu não tenho um.- continuávamos sussurrando.

-Cativeiro ou cassino?

-Cassino, tenho 4.

-Caralho.

-Dá pra calar a boca?

-É boa em apostas?

-Não, tenho cassinos porque gosto de prostitutas.- Ele ficou em silêncio, sorri.- É brincadeira.

-Ah.- As setas terminaram e eu parei de andar, senti Henrique esbarrar em mim.- Desculpa.

-Shh!- Uma luz branca acendeu acima de nós e percebi que ele estava quase colado em mim, medroso, dei uma cotovelada de leve na barriga dele antes que o cheiro de perfume me fizesse ter crise de espirro.

-Ai.- Acho que ele come concreto ou tá entupido, porque santo deus que barriga dura.

A parede na nossa frente se abriu lentamente revelando um escritório monocromático e repleto de estantes com livros, o grande janelão iluminava o lugar, se não fosse por isso pareceria realmente um cativeiro escondido no hotel, atrás da grande mesa de madeira pura um gigante de quase 2 metros me encarava esperançoso, o sorriso que surgiu com minha presença sumiu rapidamente quando ele notou Henrique. Dei um passo a frente e ele se levantou andando até mim.

Dama de EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora