13 - cap.

1K 36 6
                                    

Maria Luísa Hacker.

Acordo com um barulho lá em baixo e me lembro que é sábado, ou seja, os meninos não trabalham.
Deduzi que eles estavam lá em baixo e logo me levanto indo até o banheiro.
Prendo meu cabelo em um coque mal feito e escovo meus dentes, saio do banheiro e pego um short jeans branco e uma blusa do hacker que estava ali, me visto rápido e desço.

— Aí que susto do caralho. — encaro Kio que estava no sofá. Eu não tinha visto o garoto ali.

— Sou tão feio assim, Malu? — ele pergunta.

— Não, que isso. — solto uma leve risada. — você é arrumadinho.

— Muito obrigada. — o garoto diz irônico, o que me fez rir.

— Cadê os meninos? — Me jogo no sofá.

— Foram buscar o Arthur. — Encaro o garoto.

— O Arthur? Ele tá vindo pra cá? — Ele assente.

— NUNCA FUI TRISTE, MEU DEUS. — grito e ele parece se assustar.

— Meu ouvido, merda. — Ele diz me fazendo soltar uma risada.

— Tá com fome? — Ele nega.

— Certo, vou em meu quarto pegar um casaco rapidinho tá? — Ele me encara e logo depois assente.

Subo até o meu quarto, pego um casaco e me olho no espelho ainda com ele na mão.

Levanto a blusa que eu estava vestindo e reparo no meu corpo.
Minhas coxas eram grossas, eu tinha uma cintura que muitas falam que querem ter, tenho peitos grandes e bonitos. Por que não estou satisfeita com isso?
Por que eu acho tudo isso feio, sabendo que muitas desejariam isso?

Fico encarando minha barriga e logo sinto meus olhos arderem.
Eu estava com lágrimas neles.
Eu sempre me achei linda, sempre tive autoestima, mas esses dias eu tô me achando tão feia.
Não tô satisfeita com meu corpo, uma coisa que nunca ocorreu antes.

Sinto algumas lágrimas descerem e eu limpo elas rapidamente assim que escuto batidas na porta.

— Entra. — Falo baixinho e vejo Kio com um sorriso na porta.

O garoto me encara e seu sorriso vai se desmanchando assim que ele percebe que eu estava chorando.

— Malu? O que houve? — Ele parecia preocupado.

— Ah, nada. Não se preocupe. — Tento tranquilizar o garoto.

— Você estava chorando? — Nego. — Ei, vem cá. — Ele da leves batidas na cama.

Me sento ali e ele faz o mesmo.

— Kio, não é nada. — Minto.

— Qual é Malu? Não confia em mim? É isso?  — Ele me encara.

— Que? Não. Eu confio, claro que confio. — Meus olhos se enchem de lágrima novamente.

— Pô, me conta o que tá acontecendo. — Ele diz e eu respiro fundo.

— Eu sou feia? — Dou uma pausa. — Meu corpo é feio?

— Malu? Que ideia é essa? — Ele diz. — Você é linda, e com todo respeito, seu corpo é perfeito.

— Olha só pra mim. — Falo. — Nenhum menino iria olhar pra mim.

— Eu olharia. — Encaro ele. — Pô Malu, não pensa assim.

— Meu corpo é feio. — Digo direta.

— Para de ideia errada, isso não é coisa q tu coloque em tua cabeça. — Ele diz. — Seu corpo supera todas as belezas desse mundo.

— Nenhum menino olharia pra mim. — Sinto lágrimas descerem. — Nenhum menino me beijaria. Nenhum gostaria de mim ao ponto de me beijar.

Acredite, Maria Luísa. — Ele da uma leve pausa. — Gosto de você o suficiente para te beijar, mas queria que você pudesse gostar de si mesma como gosto de você.

— Kio...— Eu não sabia o que dizer, definitivamente não sabia.

— Você é sua própria alma gêmea, Malu. — Ele toca em meu rosto.

— Obrigada, de verdade. — Sorrio.

— Você da 10×0 em qualquer mina do mundo, entendeu? — Ele pergunta e eu apenas sorria.

— Você é um anjo. — Abraço o mesmo. — Um anjo caído.

— Para Malu. — Ele solta uma risada e envolve seus braços em minha cintura.

— Opa, opa, opa. — Escuto a voz de Hacker. — Olha, da pra largar minha irmã?

Eu e ele nos soltamos e Hacker entra no meu quarto junto a Ryan.
Olho para trás de Ryan e meus olhos se batem com o de Arthur. Meu primo.

— Cresceu hein malu. — Ele diz e eu corro até ele pulando em seu colo, e o mesmo passa seus braços por minha cintura.

— Caralho, que saudades de você. — Eu sussurro ainda no abraço.

— Eu também tava com saudades de você, minha princesa. — Vejo Hacker fazer careta.

— Se liga tá? você continua sendo bebê, nada de pegar macho. — Ele diz me tirando de seu colo.

— Não começa, não começa. — Todos começam a rir.

— A Malu é uma chata, como vocês aguentam? — Escuto Ryan falar.

— Aí ai, o que vem de baixo não me atinge. — Solto beijinho.

— Senta no formigueiro então. — Ryan fala e eu olho pra ele incrédula. Todos apenas dão risadas.

— Você é péssimo Ryan, péssimo. — Falo.

— Tô com fome. — Arthur fala e Hacker chama a gente pra comer.

— Posso chamar a Ayla pra vim? — Hacker me encara.

— Pode. — Ele diz simples.

— Ela não tava com a irmã? — Kio se intromete.

— Ela trás a irmã também, ue. — Hacker fala.

— É, a lua é um amor. — Pego meu celular. — Vou falar com ela.

Saio do quarto indo em direção ao corredor e escuto as risadas dos meninos descendo as escadas.

Ligo meu telefone, procuro o número da Ayla e ligo para ela.

— Oi amor. — Ela diz assim que atende.

— Oi cuzona, cola aqui em casa? — Digo simples.

— Tô com a lua. — Ela retruca.

— Trás a lua também, tô com saudades dela.

— Jae, marca 15 que eu já chego aí. — Escuto ela falar e desligo o celular.

just fuck me.Onde histórias criam vida. Descubra agora