22 - cap.

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Amber Morris.

Eu não sei o que tô sentindo, é um mistura de ódio e dor, muita dor.

A dor é insuportável e parece que não acaba, eu queria morrer a cada momento em que eu penso em minha mãe, a cada momento em que eu penso nela sofrendo.

Eu não deveria ter deixado ela na casa daquele idiota que eu chamo de pai, eu não deveria, eu vou me culpar pelo resto da minha vida.
Eu queria tanto o abraço dela, eu queria fugir e ficar com ela, mesmo sabendo que seria impossível agora e isso é o que está me matando.
Eu vi minha mãe morta, ela morreu pelas mãos do homem que ela amava e eu não imagino o quanto ela sofreu.
Eu amava a minha mãe, ela sempre foi a coisa mais importante de minha vida, ela sempre foi o meu refúgio.

Lembro das vezes em que meu pai bebia ou se drogava e chegava em casa quebrando tudo, ela me trancava no quarto e falava que eu só podia abrir a porta se ela me chamasse e então, ela aguentava a barra sozinha, ela descia e apanhava, apanhava tanto que as vezes chegava a ficar inconsciente e eu me culpada, ela apanhava pra me defender.

Eu iria me culpar eternamente por não conseguir salvar ela, por não conseguir salvar a minha mãe.

Eu lembro de quando eu sofria bullying na escola e eu contei para ela que as meninas de lá me chamavam de magrela e de nerd esquisita, ela sempre ia na escola e fazia o maior barraco, ela sempre me defendia.

E o que eu fiz por ela? eu não fiz porra nenhuma, eu não impedi a sua morte, eu não impedi o seu sofrimento.

Imaginar aquelas mãos imundas do meu pai machucando ela, e ela gritando de dor me matava, imagina ela sofrendo me mata.

Para a minha mãe, por garantir que eu nunca chegasse a ver o pior do meu pai.

— Vai ficar tudo bem vida. — Catherine me abraçava enquanto eu apenas chorava, eu desmoronava em seus braços enquanto ela estava segurando todas as minhas dores.

— É uma dor insuportável. — Soluço de tanto chorar. — Parece que não acaba catherine, eu vou me acabar nessa dor insuportável.

— Eu tô aqui, eu sempre vou estar. — Ela passa seus dedos em meu rosto limpando minhas lágrimas.

— Eu preciso de água, agora. — Sinto minha respiração falhar e Amber corre até a cozinha pegando um dos meus comprimidos que a psicóloga me recomendou.

Sim, eu procurei ajuda graças ao vinnie e nem eu acredito nisso direito.

Logo Catherine chega me entregando um remédio e um copo de água e eu tomo tudo em menos de segundos.

Assim que termino de tomar a água eu sinto uma vontade enorme de vomitar novamente e abaixo minha cabeça vomitando na sala mesmo. Meu cabelo estava preso, o que facilitou muito por quê se tem uma coisa q eu odeio, é cabelo com vômito.

Assim que termino de vomitar, me sinto um pouco aliviada e esqueço por minutos que a minha mãe não estava mais viva.

Os meninos saíram daqui tem algumas horas, levando o corpo de minha mãe com eles.
Eu iria me despedir antes de enterrar ela mas não iria fazer velório, até porque não tem muito quem chamar.

Ryan saiu Eric, diz ele que o clima aqui estava muito pesado e ele levaria Eric para tomar um sorvete.

Eric por sorte não viu nada.

Sinto meus olhos pesarem e minha cabeça arder e eu solto um gemido de dor chamando a atenção da Catherine que falava com alguém pelo seu celular.

— Minha cabeça tá igual bomba. — Falo e ela solta uma risada leve pelo nariz.

just fuck me.Onde histórias criam vida. Descubra agora