26 - cap.

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Catherine Hilles.

Estávamos todos sentados em uma rodinha, e conversando, Hacker trouxe bebidas e comidas, trouxe também refrigerante e doces para as crianças. Eu e a ayla estávamos tomando refrigerante,  não queríamos beber por conta da lua e do eric. Os dois estavam brincando em uma cama elástica que tinha no quintal do Hacker. Eu não entendo porque diabos ele tem uma cama elástica em seu quintal.

Ryan está sentado ao meu lado, ele não falou muito desde o acontecido no shopping e desde que voltou da casa da jess. Eu sei que sua atitude não foi das melhores, eu realmente reconheço isso, mas eu não consigo explicar. Algo em mim ficou mexido por saber que ele fez algo para me defender. Desde que meu pai morreu, ninguém nunca se importou tanto ao ponto de me defender de algo, lógico, tenho a Amber, mas ela praticamente não conta, ela sempre me defendeu desde que me entendo por gente.

Eu e a Amber crescemos juntas, nossos pais eram melhores amigos antes mesmo de nascermos, então foi praticamente impossível não virar amiga dela. Sempre fomos melhores amigas, ela nunca me deixou e nem eu deixei ela. Eu estive com ela quando ela sofreu bullying no colégio, e eu realmente não consigo entender como alguém é capaz de fazer bullying com ela, Amber sempre foi perfeita. Então chegou a jess, e nos tornamos três. Éramos inseparáveis, até que eu comecei a namorar e a Jess traiu minha confiança.

Lógico, não vou culpar só a Jess, até porque meu ex também teve culpa, mas porra, ela era uma das minhas melhores amigas, eu confiava nela. A traição dela doeu bem mais que a dele, e doeu mais ainda quando ela me xingou e disse todas as coisas mais horríveis que um dia já me disseram. Não é sobre ele, é só te ela, sobre a nossa amizade.

A amber me apoiou nisso também, ela esteve comigo e me defendeu da Jess. Ela esteve comigo quando meu pai morreu, ela esteve comigo quando minha mãe me abandonou e deixou com que eu cuidasse do eric sozinha, tendo apenas 16 anos. Ela sempre esteve comigo, era pra ela que eu corria quando minha mãe chegava bêbada e agressiva em casa, era pra ela que eu corria quando minha mãe e o pai do eric começavam a brigar, os dois conseguiam ser bem tóxicos. Sempre corri pra ela. Ela sempre esteve comigo.

Ryan leva a sua cerveja para a boca e bebe quase toda em um gole só, eu olho para ele e ele apenas dá de ombros. Ele descansa a mão na minha coxa e apoia as costas no sofá, ficando de maneira preguiçosa. Meu coração acelera com a mão dele ali. Eu me encosto ao seu lado e deito minha cabeça em seu ombro, mas não duro muito com a cabeça ali. Meu celular toca no bolso, ele já está tocando a um bom tempo, desde ontem recebo ligações desconhecidas, e eu nunca atendo, dessa vez não vai ser diferente. Desligo a ligação.

— Não vai atender? — Ryan me pergunta e eu nego.

— Pode ser importante. — Amber fala com as sobrancelhas franzidas.

— É número desconhecido, só e telemarketing. — falo e me encosto novamente no sofá.

O telefone toca novamente, e mais uma vez eu ia desligar, mas a Amber mandou eu atender, então eu o fiz. Coloquei o celular em viva-voz só pra provar que era telemarketing.

— Alô? — falo assim que atendo o telefone.

— Olá, é Catherine Hilles? — uma voz feminina fala do outro lado da linha.

— Sim, ela mesmo.

— Você é filha da Agatha Hilles? — meu os olhos se arregalam, e o da Amber também, meu corpo fica rígido rapidamente e minha respiração acelera. Todos que estavam lá nota a minha diferença de humor, mas não falam nada quando me levanto, peço licença e saio de perto.

— Sim, eu sou. — meus olhos estão ardendo e eu me sinto fraca por está querendo chorar só por alguém citar o nome da minha mãe.

— Ótimo, somos da clínica de reabilitação de Nova Iorque. Sua mãe está conosco a mais ou menos duas semanas. Um homem deixou ela aqui e deixou o seu número. — a mulher fala e eu fico calada, tenho muitas perguntas, mas nada sai, eu tô paralisada e ela nota, pois logo depois continua falando. — eu e a meus companheiros de serviço queríamos saber se você poderia ver ela.

— Ah, desculpe. É... Eu posso, claro que posso, é minha mãe né. — minha voz falha a falar isso.

— Obrigada, estamos te aguardando. — ela fala e desliga a chamada.

Eu respiro fundo tentando me acalmar, não quero que ninguém me veja chorar. Imploro mentalmente para ninguém me perguntar o que era, não quero falar também. Volto para onde está todo mundo e sento no mesmo lugar, ryan coloca novamente a mão dele em minha coxa, mas agora eu não sinto nada, nem um calafrio, porque eu só tô com medo e confusa.

— Eu acho que já vou. — falo e levanto. Pego minha bolsa que estava no chão e caminho até a cama elástica. Amber vem atrás de mim.

— O que tá acontecendo? — ela toca no meu braço e me faz virar para ela.

— Eu preciso de sua ajuda, bey. — falo e ela me encara preocupada.

— Cuida do Eric pra mim por uns três dias? Depois eu te explico o motivo, prometo.

— Claro que cuido, mas preciso saber o que está acontecendo, você é a minha família, e estou preocupada. Sua mãe sumiu e agora voltou? — ela pergunta confusa, eu entendo ela, estou da mesmo forma.

— Eu te explico tudo quando voltar. Só cuida do meu irmão, te amo bey. — falo e volto a andar até a cama elástica. Ela não vem mais atras de mim.

— Oi bebê. Olha, eu vou precisar sair rapidinho, talvez por um dia inteiro, mas eu volto logo, ta? — eric para de brincar e vem até a ponta da cama elástica, ele me olha com os olhinhos curiosos e confusos.

— Você vai pra onde, cat? — ele me pergunta.

— Vou resolver negócios de gente grande, mas eu prometo que trago presente pra você, pode ser? — ele balança a cabeça animado, sai de dentro da cama elástica e me abraça.

— Te amo mamãe, não demora. — ele fala e eu sinto uma lágrima descer. Me pergunto o que deu na cabeça da Agatha para conseguir abandonar ele.

— Eu te amo muito, eu prometo que não demoro. — falo e dou um beijo em sua testa, ele me beija na bochecha e logo volta a brincar com a lua, ela acena e sorri pra mim e eu faço o mesmo pra ela.

Ryan está do meu lado, ele pega minha mão e me puxa pra fora, eu tô confusa, mas não falo nada.

— Eu poderia muito bem pensar que você iria me matar agora. — eu falo assim que ele me solta, Ryan apenas solta uma risada baixa.

— Vou com você. Não sei pra onde você vai, mas eu vou com você. — ele fala e coloca as duas mãos no bolso de sua calça jeans, eu balanço a cabeça negativamente, mas ele não me ouve. Apenas dá de ombros e entra no carro. — Não pedi pra ir, eu só disse que ia. Se você não me deixar ir com você, eu te sigo. Vamo lá, entra no carro, gata.

Eu entro no carro e sento no banco do passageiro.

— Então tá, me leve para a clínica de reabilitação de Nova Iorque. — ele começa a tossir e me encara horrorizado.

— Você vai ficar internada? Não tem cara de viciada. — ele dispara, não me deixa falar.

— Ryan, não sou eu. Só me leva, ok? — eu falo e ele concorda.

just fuck me.Onde histórias criam vida. Descubra agora