Padaria Kamado

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Zenitsu retirou o cabelo da frente do rosto ao se olhar no espelho uma última vez.

Já estava decidido, aquele seria o dia em que ele iria conhecer a tal Padaria Kamado que Tanjirou tanto falava.

Já fazia quase uma semana desde que tinha prometido à seu amigo que iria conhecer a padaria de sua família, mas devido à sua enorme ansiedade social ele estava fazendo de tudo para adiar aquela visita. Contudo depois um certo evento, o Agatsuma tinha sido finalmente convencido.

Zenitsu não sabia se tinha sido de propósito ou não, mas em um de seus bentos divinos, o Kamado tinha dado um jeito de colocar alguns doces que segundo ele eram vendidos na tal padaria de sua família e que eram simplesmente divinos. Gostosos o suficiente para dar um incentivo a mais para ele.

O loiro soltou passou mais cerca de um minuto se encarando no espelho até finalmente soltar um suspiro derrotado. Detestava sua aparência. Tentava ver o dente-de-leão ou o girassol que Tanjirou tinha visto nele mas sempre que se olhava no espelho ele se lembrava nas diversas piadinhas que sua ex-namorada fazia principalmente em público, sendo seu alvo favorito o seu cabelo.

Ele estava tentando ser um pouco mais gentil consigo mesmo, estava tentando se convencer de que era muito mais do que todas as coisas que ela tinha dito, mas simplesmente não tinha forças sozinho para vencer seus próprios pensamentos.

—Chuntaro... Você por acaso viu a minha...— Zenitsu não precisou nem terminar de falar antes de seu pardalzinho chegar voando trazendo no bico a sua touca de lã preta— Ah, muito obrigado, Chuntaro!— E imediatamente o loiro pegou a touca e a usou para cobrir aquele cabelo horroroso.

—Bem... Acho que está bom...— Disse se olhando no espelho novamente. Agora que sua maior insegurança estava escondida ele se sentia um pouco melhor— Chuntaro, eu tô saindo agora, ok? Eu não devo demorar muito— Anunciou enquanto andava em direção à porta.

—Chu chu chu!— O passarinho piou alto, como se tentasse chamar a atenção de seu dono.

—Hm? O que foi Chuntaro?— O passarinho em resposta pousou em seu ombro e se acomodou ali— Hm? Você quer ir comigo?

—Chu chu!— Chuntaro abriu as asinhas como se tentasse dizer que sim, Zenitsu em resposta sorriu e usou a ponta do dedo indicador para acariciar a cabecinha do pássaro.

—Tudo bem, então vamos!

~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

—Obrigado pela sua preferência— Tanjirou disse com um sorriso no rosto ao entregar mais um pedido— Takeo, pode avisar pra mamãe pra trazer mais pão pra vitrine?

—Tá bom— O mais novo então foi fazer o que lhe foi pedido. Assim que ele sumiu de seu campo de vista, o primogênito dos Kamado ouviu o sino da padaria tocando, indicando a chegada de mais um cliente.

—Ah! Seja bem-vin...— Tanjirou já iria saudar seu novo cliente com gentileza como de costume, mas assim que viu quem era; sua gentileza se transformou em felicidade genuína— Ah! Zen!

Zenitsu não respondeu com palavras de imediato, apenas lançou um largo sorriso ao seu amigo e foi andando até o balcão.

—Você veio mesmo!

—B-Bem... Eu prometi, não foi?— Disse meio sem graça. Tanjirou em resposta abriu mais o sorriso e fechou os olhos com as pálpebras viradas para cima.

—Eu estou tão feliz!

Zenitsu não pôde evitar de olhar para baixo com um sorriso corado no rosto. Tanjirou soava à alegria genuína naquele momento, e saber que alguém estava tão feliz em vê-lo aquecia seu coração de uma forma inexplicável.

O colecionador de canetas [Tanzen]Onde histórias criam vida. Descubra agora