𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌 : the sandman

A curiosidade matou o gato

19 anos mais tarde
Londres, Inglaterra 

Asterin cresceu se tornando uma jovem brilhante, era uma das pessoas mais inteligentes de se conhecia em Londres. Não se esperava menos da filha de Athena e Dorian Windsor, e apesar de ser uma das famílias mais influentes de Londres, ela era gentil com todos e sempre se esforçava para dar o seu melhor em tudo que se propunha a fazer. Muito diferente de seu melhor amigo, Adam Starborn, que conseguia ser bem desagradável quando queria e era preguiçoso demais na visão de Asterin. Ela supunha que ser um homem branco da alta sociedade londrina deixava Adam muito confortável em não ter que se esforçar para praticamente nada, e embora ela amasse o melhor amigo, ele conseguia a estressar como ninguém, exatamente como estava fazendo naquele momento.

— Astie, você é muito mais bonita quando está sorrindo. — Ele disse com um sorriso encantador a observando. Aquilo podia facilmente ser confundido com um flerte, talvez até fosse, mas Asterin sabia que era uma maneira de a irritar.

— E você é um perfeito cavalheiro quando não me irrita. — Ela forçou um sorriso ajeitando a saia do vestido vermelho vinho que usava. — Não sei como consegue relaxar em uma situação como essa, eles querem nos casar!

A ideia de se casar por status não agradava nenhum dos dois, a expressão de descontentamento de Adam apenas provou aquilo. Ambos sempre foram muito próximos já que eram vizinhos, e suas mães, melhores amigas. Mas aquilo era algo que nenhum dos dois esperava, e Athena também não, considerando que ela estava no escritório de seu pai há quase duas horas argumentando contra aquela ideia ridícula enquanto os dois esperavam andando pelas ruas movimentadas de Londres.

— Eu prefiro flertar com a morte a me casar com você. — Ele soou sincero. — Seria como se casar com minha irmã mais nova, é nojento.

— Meu pai sabe que eu sonho em me casa por amor, não entendo porque concordou com isso. — Ela suspirou profundamente.

— Somos uma boa dupla, não somos? Um libertino que não acredita no amor, e a garota que sonha em se casar e ter uma família. — Ele disse divertido.

Nenhum dos dois percebeu que um homem de vestes completamente pretas e uma mulher negra com um vestido profundamente encantador escutava a conversa de ambos.

— Não caçoe dos meus sonhos, imbecil — Ela resmungou — Deveríamos voltar para casa, estou com uma sensação estranha.

Os ombros de Adam ficaram rígidos, tensos, com o que ela havia dito. Asterin tinha uma intuição muito boa, mas que o assustava de certa forma. Da última vez que ela havia dito uma frase parecida seu pai havia falecido com um problema no coração. Ela percebeu que o amigo havia ficado tenso e se sentiu mal por aquilo.

— Pode não ser nada — Ela tentou o tranquilizar, sem sucesso.

— E quando foi que você esteve errada, Astie? — Ele perguntou sem a olhar — Eu não deveria ter falado da morte quando minha mãe está tão doente que mal consegue levantar da cama.

Foi assim que a ideia do casamento surgiu. A mãe de Adam queria ver o filho se casando antes de morrer, Asterin não soube o que dizer. Ela nunca foi a melhor em palavras de conforto, se sentia melhor sugerindo soluções, mas não existia uma para aquela situação.

— Vamos para casa, Adam.

Ele assentiu e eles voltaram de carruagem, era mais rápido e eficiente. Demoraram poucos minutos para chegarem na mansão dos Starborn, e Asterin não quis entrar, aquilo foi aviso o suficiente para Adam sobre o que iria acontecer. Ele tentou esconder as lágrimas que insistiam em querer cair quando caminhava para dentro da casa. Asterin se manteve do lado de fora, lidando com as próprias emoções enquanto seu melhor amigo se despedia de sua mãe.