Uma Esperança no Inferno

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— É uma ideia burra vocês irem para o inferno desse jeito! — Manon argumentava sentava no sofá.

Asterin apenas havia escolhido que aquela briga pertencia a Morpheus já que o elmo era dele para resgatar. Ela estava tomando um café da manhã tranquilo até Morpheus dizer que iriam para o inferno sozinhos, Manon negou no mesmo instante. Eles compartilhavam aquele desprezo genuíno com o reino de Lúcifer, Asterin desconfiava que alguém lá já havia machucado Manon de alguma forma, mas nunca achou que fosse o momento certo para questionar.

— Pode expressar o motivo disso? — Morpheus perguntou. Manon quase jogou a mesa em cima do perpétuo.

— Caso não se lembre, seu reino tá tão glorioso quanto o coliseu atualmente, vocês precisam de um reino existente para entrarem sem serem considerados traidores — Ela respondeu, e não estava errada — É por isso que eu irei com vocês.

Adam arregalou os olhos e Morpheus pareceu parar de respirar. Asterin se contentou em apreciar a mordida em seu pão com requeijão ignorando a conversa atrás dela.

— Não! — Adam exclamou — Definitivamente não.

— Eu ainda sou a herdeira do inferno, meu pai goste ou não — Ela afirmou — Isso evitaria uma guerra, uma que vocês não precisam no momento.

— E o que você vai fazer se a sua mãe estiver lá? — Adam perguntou cruzando os braços, aquilo havia finalmente chamado a atenção de Asterin que raramente ouvia a mãe de Manon ser mencionada em qualquer assunto — Agradecer pelos presentes?

Asterin e Morpheus trocaram um olhar de dúvida, se deveriam perguntar sobre algo, mas a reação silenciosa de Manon os manteve calados observando.

— Creio que vamos descobrir quando estivermos lá — Ela respondeu desviando o olhar para a janela e fazendo uma expressão confusa — Morpheus, desde quando você tem um novo corvo?

— Eu não tenho — Ele afirmou desconfortável.

— Então por que aquele corvo tá seguindo você desde ontem? — Ela perguntou se levantando e abrindo a janela para que o corvo pudesse entrar na casa.

— Eu disse a Lucienne que não precisava de um corvo — Morpheus respondeu com frieza — Vá embora.

O corvo não o obedeceu, no entanto. Ele apenas entrou na na casa e pousou em cima da mesa.

— Ser um corvo ainda é novo e estressante — Ele disse e foi impossível para Asterin, Adam e Manon segurarem a risada — O meu nome é Matthew.

— Vai conosco para o inferno, Matthew? — Asterin perguntou e percebeu o pássaro parar de respirar — Seria bom a companhia de um corvo, querido.

Ela se virou para Morpheus com um sorriso leve, não era difícil o convencer de algo simples, mas ela sabia que a dor de perder Jessamy ainda estava enraizado nele.

— Leve-o, ele pode ser o seu corvo — Ele resmungou com pouco interesse.

— Eu vim aqui para servir você, não ela — Matthew respondeu e Adam fez um careta como se ele tivesse escolhido as palavras erradas.

O olhar de Morpheus para o corvo foi mortal.

— Ela é a sua rainha, o que ela fala é lei — Aquilo soou como uma ameaça simples que foi bem entendida pelo corvo.

— Desculpe, majestade — O corvo abaixou a cabeça e Asterin apenas fez um carinho nas penas escuras.

— Tudo bem, você é novo no trabalho e vai se acostumar — Ela se levantou prendendo os fios de cabelo — Vamos?

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌 : the sandmanOnde histórias criam vida. Descubra agora