Destino

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Ela tomou o chá rapidamente percebendo que sua temperatura já não a incomodava tanto quanto deveria, e seu efeito foi quase imediato já que não percebeu quando adormeceu até estar no Sonhar novamente.

— Isso foi rápido — Ela disse para si mesma olhando para as prateleiras infinitas da biblioteca de Lucienne.

— Veio pedir outra dança? — A voz de Dream estava atrás dela. Ela podia sentir suas costas batendo no corpo dele. Ela teve medo de se virar para o ver novamente — Você estava mais corajosa antes, o que mudou?

— Eu...eu preciso da sua ajuda — Ela se amaldiçoou mentalmente por gaguejar.

— Essa não é a mulher que zombou de mim na festa — Ele sussurrou em seu ouvido — Eu quero aquela mulher.

Ele a virou para ficar de frente para si, com ambos os corpos se encostando, seus lábios quase se tocaram com aquilo. Mas algo em Asterin se acendeu com ele ali, ela queria o beijar mas sabia que não deveria, não com a situação de Adam sendo mais urgente que seus desejos.

— Dream dos Perpétuos, você vai vir comigo porque eu preciso da sua ajuda — Ela sussurrou vendo um pequeno sorriso surgir nos lábios de Dream — Quando eu abrir os olhos, você vai estar lá.

— Então acorde.

Ela abriu os olhos encontrando o teto de sua sala. Ela não tinha certeza se havia dado certo, parte de si não queria que tivesse acontecido para que ela pudesse fazer aquilo de novo.

— Eu deveria ter o arrastado, ele com certeza deve estar rindo da minha cara por querer mandar nele — Ela se sentou no sofá olhando para a família — Isso é ridículo, ele é ridículo.

— Não se esqueça que eu sei seus sonhos, bichinho — O corpo de Asterin ficou tenso ao escutar a voz dele ali — Inteligente me chamar pelo sonho.

— Tem algo que você queira compartilhar, filha?

Asterin forçou um sorriso preferindo encarar Dream a seus pais naquele momento, ela pode ver Manon reprimindo uma risada.

— Como um Perpétuo retira uma maldição? — Ela perguntou vendo o semblante sério de Drem mudar para um preocupado — Não foram os seus irmãos, foi eu.

Ele ficou quieto, desconfiado, ninguém atrás dela ousou falar qualquer coisa, nem mesmo Manon que tinha séculos de experiência com os Perpétuos.

— Quando meu irmão disse que um igual iria nascer, não imaginei que você seria levada até mim — Ela não tinha ideia do que aquilo significava — A primeira maldição de um Perpétuo é inquebrável, lamento.

A sala ficou em silêncio por minutos sem saberem como reagir. Tão pouco notaram o corvo com peito branco entrar pela janela e pousar nos ombros de Dream. Athena olhou para Adam com preocupação, ela considerava ele um filho e tinha cuidado dele desde que sua mãe, Tatiana, havia adoecido. Ele, no entanto, olhava para Asterin que sentia suas mãos tremerem.

Ela sentia culpa, raiva, medo, todas as emoções reprimidas desde o início da festa. Ela sentia a garganta arder com o choro reprimido, odiava chorar na frente das pessoas, preferia fazer aquilo durante o banho quando suas lágrimas poderiam ser confundidas por água. Adam não era o único a observar as reações da morena, Morpheus a observava com mais atenção.

— Ela precisa aprender sua verdadeira natureza — Ele começou novamente chamando a atenção de todos — Eu ofereço meu reino.

— Minha filha não vai para um lugar desconhecido com você — Dorian disse ferozmente. Morpheus apenas o observou com um quase desdém.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌 : the sandmanOnde histórias criam vida. Descubra agora