Perpétuos

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Aos leitores mais antigos, a Asterin será interpretada pela Ana de Armas a partir de agora. Eu vou começar a me referir aos Perpétuos em inglês para manter os nomes com "D." Boa Leitura!

O clima criado na sala era desconfortável. Asterin olhava para Adam se sentindo culpada, ela tinha o amaldiçoado, mesmo que ela não tivesse ideia de como fez isso, ela queria poder desfazer. Manon pareceu se irritar com o silêncio desconfortável e grunhiu em descontamento chamando a atenção dos dois.

— O inferno é menos desconfortável que esse lugar — Ela andava em círculos em volta do sofá.

— Como saberia disso se nunca esteve no inferno? — Adam questionou com um sorriso divertido. Ele era o que estava menos preocupado com a situação, mesmo com as asas brancas e felpudas ainda em suas costas.

— Eu nasci no inferno — O sorriso de Adam diminuiu com a afirmação de Manon — Era onde eu deveria estar, meu pai vai gritar comigo quando eu voltar para casa.

— O que está acontecendo? — Asterin perguntou olhando a sua volta. Naquela manhã ela era apenas mais uma garota londrina comum, e agora seu melhor amigo tinha asas e ela...não se sentia a mesma — Você e meus pais falaram sobre eu ser uma perpétua, o que isso significa?

— Vocês realmente não sabem o que são, não é? — A postura irritada de Manon sumiu e ofereceu a eles um sorriso calmo — O mundo humano de vocês não existe mais para vocês — Ela se virou para Adam — Você é filho de um anjo, por isso as asas. Seu lado angelical estava retraído porque nunca enfrentou uma ameaça real até Asterin usar seus poderes em você. As asas surgiram para te proteger e ameaçar seu inimigo.

Inimigo. Era isso que Asterin era para ele naquele momento, a culpa fez seu estômago afundar dentro de si. Era do conhecimento de alguns membros da sociedade que Adam não era filho biológico do Sir. Starborn já que Tatiana havia se casado grávida de outro homem, ela alegou ser um anjo, mas todos a consideraram maluca e a história caiu no esquecimento. Até agora. Asterin olhou para Adam procurando qualquer sinal para ela poder o confortar, ela recebeu um olhar triste. Ela não hesitou em ir até o amigo e o abraçar fortemente. Adam não era o tipo de pessoa que se deixava aparentar vulnerável na frente de todos, ela própria raramente havia o visto assim, foi quando ela notou que as asas haviam sumido. Ele também notou já que se afastou cuidadosamente para tatear as costas aliviado por não encontrar nada.

— As asas somem e aparecem de acordo com a sua necessidade — Manon explicou e um par de asas igualmente brancas apareceram nas costas dela, Asterin quase caiu para trás com o susto que havia levado. As asas dela sumiram rapidamente.

— Você é filha de Lúcifer — Ela afirmou. Poderia estar em choque, mas não era burra. Manon sorriu contente pela dedução de Asterin — Por que está aqui?

— A humanidade é algo que me fascina, e o inferno pode ser entediante depois de alguns séculos — Ela admitiu se sentado no sofá despreocupada — Eu não deveria poder sair, meu pai odeia quando faço isso, daqui a pouco surge algum demônio para me levar para casa.

Asterin sentiu sua cabeça girar. Anjos, demônios, bruxas, feiticeiros, aquilo era demais para uma noite, ela caminhou pela sala se sentando em uma das poltronas bem distribuídas pela sala sentindo sua cabeça latejar. Ela se lembrou do que seus pais havia a chamado no momento da briga.

— O que são Perpétuos? — Ela perguntou olhando a outra. Adam fez o mesmo.

— Entidades antropomórficas que nasceram antes do universo como conhecemos existir — Ela começou falando animada pela pergunta — São uma família, filhos da Noite e do Tempo.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌 : the sandmanOnde histórias criam vida. Descubra agora