Calliope

1.7K 223 56
                                    

Esse capítulo tem menção a estupro.

━───────────────────────━

Calliope estava sozinha quando Asterin chegou acompanhada de Morpheus. Ela estava sozinha em um quarto pequeno com uma cama de casal e olhava para a janela que era iluminada pela luz do sol brilhante no céu.

— Você veio — Calliope disse parecendo aliviada em encontrar Asterin ali, então ela notou o Morpheus atrás da Perpétua.

— Você chamou — Morpheus respondeu. Asterin se moveu pelo quarto se sentando na cama bem arrumada deixando que eles conversassem.

— Eu soube que você esteve aprisionado, como eu — Ela disse chamando a atenção de Asterin para a conversa. Ela não sabia do aprisionamento de Calliope, mesmo com seus encontros, ela nunca desconfiou que a musa precisasse de ajuda.

— Não como você. Meu sofrimento não foi nada comparado ao de vocês — Ele respondeu, e tinha dor naquela frase, uma dor que fez Asterin ficar tensa pela culpa que a invadia. Mas pela raiva também, por entender o que haviam tirado de Calliope, e o que haviam a forçado a fazer.

— Comparar os sofrimentos só agrava tudo — Calliope disse olhando para a figura tensa de Asterin — Já superamos isso.

— Você esteve presa pelas leis — Morpheus disse, triste com aquilo. Se identificando.

— Eu sei que não podem me libertar, só ele pode fazer isso — Ela olhou para a porta como se temesse que o homem que a aprisionava aparecesse — Mas será que podem inspirá-lo a me libertar?

— Faremos isso — Asterin afirmou antes de Morpheus — E mais — Tinha raiva e proteção naquilo. E era novo para Morpheus que Asterin tivesse esse comportamento por alguém que ela detestava, e ele viu o olhar que Calliope deu a Asterin, um olhar que uma vez já foi destinado a ele.

— Asterin...

— Ele precisa ser punido — Morpheus concordou fazendo Calliope olhar para ele.

— Como? Nenhum tipo de punição iria ser o suficiente? Nem a morte dele seria o suficiente para devolver o que ele tirou de mim — Ela estava certa, mas não mudava a forma de pensar dos dois perpétuos — Ele não é nada, ele é só um homem.

— Não posso permitir que ele fique impune — Morpheus sussurrou.

— Por que? Porque eu já fui de vocês? — A afirmação pegou Morpheus de surpresa, e ele olhou para Asterin procurando alguma resposta, alguma explicação, mas ela encarava o chão.

— Porque ele te machucou — A resposta pegou Calliope de surpresa — Da última vez que te vi, você disse que não falaria mais comigo — E então ele se virou para Asterin — Você odiava isso, odiava que eu falasse sobre ela, e agora você está disposta a queimar o mundo por ela?

O quarto ficou em silêncio por alguns segundos. Calliope olhou para Asterin confusa, não que ela não soubesse o que Asterin já havia dito a seu respeito, mas por Morpheus não saber. Asterin se manteve calada.

— Não contou a ele — Calliope deduziu.

— Eu passei quatrocentos anos sendo uma babaca quando se tratava de vocês — Asterin respondeu se levantando — E ele me pediu para não contar, eu devo isso a ele.

— Você esteve com outro homem em minha ausência? — Morpheus perguntou, Asterin pode ver os olhos tristes. Ela deu a ele um olhar confuso.

— Eu estive com uma pessoa sim, mas não foi um homem, nenhum homem está a cima de você — Ela parecia ofendida — Eu já lhe disse isso várias vezes. E você não pode me julgar por ter ficado com ela uma única vez na minha existência, eu estava triste e fui conversar com ela em um sonho, e eu acabei beijando ela uma ou duas vezes. E você disse que eu poderia beijar outras pessoas quando eu sentisse vontade, pois eu era muito nova e a moral dos perpétuos é extremamente duvidosa pois existimos antes de conceitos de relacionamentos.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌 : the sandmanOnde histórias criam vida. Descubra agora