Capítulo 11.

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*Peter Steele*

Encostei em minha cadeira segurando o riso depois de ouvir sobre um delinquente que estava fazendo um barraco na porta da minha empresa e fechei os olhos, ouvindo pelas câmeras os protestos que ele fazia.

- Estão ouvindo isso? - perguntei as paredes - Isso aqui é música para os meus ouvidos..

Minutos depois de ver que o cara seria persistente, deixei que subisse para falar comigo.

- Você barrou minha passagem na entrada da sua empresa? - Tyler me olhou incrédulo, com as mãos na cintura e a respiração ofegante de tanto brigar na portaria.

- Não só dessa, da outra também.

- Eu não sei porque me submeti a isso.. - diz se retirando da minha sala e pigarriei.

- Você fez isso tudo e não vai me dizer?

- Você é um filho da mãe, Peter. Parece que gosta disso.

- Disso o quê, Tyler O'Connell? - arqueei uma sobrancelha e acenei para que ele dissesse.

- Disso - diz apontando ao redor - Das pessoas fazendo esforços só para ter um minuto da sua atenção.

- Isso não é verdade. - nego, pela primeira vez sentindo que Tyler havia conseguido me incomodar com algo que saísse da sua boca.

- Não? - exibiu um sorriso fraco e negou com a cabeça - Se não quer ver, não sou eu quem vai fazer isso.

- Pule para a parte que você acredita que me interessa, Tyler. Seus sermões não valem de nada para mim.

Apontei para a cadeira, sugerindo que se sentasse mas ele permaneceu de pé.

- É a Kananda. Aquele cara no qual perturbava ela na boate apareceu de novo, eu dei um jeito nele novamente, mas não sei se isso vai bastar.

Endireitei minha postura ficando rígido e engoli em seco.

- Como ela está?

- Acredito que bem, eu não sei. A amiga é sua, eu não me importo com ela, mas também não acho justo que alguém faça mal à esquentadinha da sua amiga. - deu de ombros.

- Obrigado pelo recado, darei um jeito nisso. E.. bom, obrigado por ajudá-la mais uma vez.

- Quero ajudar no que você quer fazer também.

- Pensei que não se importasse o suficiente. - retruquei.

- E eu realmente não me importo com ela.

Semicerrei os olhos o encarando e sorri ladino.

- Você é o pior tipo de mentiroso. - digo voltando para minhas anotações.

- Que tipo?

- Mente mais para si do que para os outros.

O silêncio recaiu sobre a sala, me fazendo levantar o olhar para ele que estava sério até demais. Parece que empatamos..

- Acho que temos algo em comum, então. - diz, por fim.

- Você acha?

- Você se nega a ser feliz, você sabe disso melhor do que ninguém, Peter.

Engoli em seco me obrigando a encarar a verdade por alguns minutos e balancei a mão como se não me importasse.

- Para de colocar um muro entre você e ela, cara. Você faz ideia do quanto é sortudo por ter o coração e o amor dela? - diz ríspido - Se você soubesse quantos caras que eu conheço que queriam estar no seu lugar.

Reconquista-me, se for capaz - Livro 3 da saga: Os cavalheirosOnde histórias criam vida. Descubra agora