Capítulo 29.

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*Helena Suárez*

- Já chegamos? - perguntei pela milésima vez.

- Chegamos.

Peter deu a volta no carro me ajudando a descer, já que eu estava com uma venda em meus olhos e segurei em sua mão deixando-me ser guiada por ele.

Percebi que entramos em um elevador assim que as portas se fecharam e a lata começou a se mover. Sua mão pousou na minha costa nua que o vestido proporcionava e senti minha pele esquentar com seu toque.

Fui guiada para fora e seus dedos desfizeram o nó da venda, me revelando a visão à nossa frente.

Estávamos em um terraço de um restaurante, uma mesa redonda posta no centro com um buquê de rosas nela e perfeitamente arrumada. Prendi o ar quando olhei para o lado, a minha direita, estava a vista da torre eiffel. O céu estrelado acima de nós e a brisa sauve da noite era o complemento perfeito.

- Peter, isso é.. - suspirei caminhando lentamente pelo local - Incrível.

- Não fiz nada demais, só conhecia o dono e pedi para deixar-nos a sós essa noite.

Pulei em seus braços o abraçando e enchi seu rosto de beijos.

- Eu amei!

Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse e sorri fogosa.

- Um perfeito cavalheiro, Sr. Steele..

- Alguma coisa eu tinha que saber.

Gargalhei.

- Pelo menos nisso você é bom - provoquei.

- Vou mostrar a você no que eu sou bom. - retrucou.

Peguei uma cereja que havia na mesa e a levei a boca, sendo seguida pelos olhos de Peter, que escureceram imediatamente.

Limpou a garganta e sorri o vendo desconcertado.

Um garçom apareceu servindo nosso jantar - o que foi bom, porque vendo Peter me olhar tão intensamente, provavelmente não iríamos jantar se dependesse de nós dois.

Enquanto comíamos conversávamos sobre diversos assuntos diferentes, e em todo momento meu estômago se revirava em uma festa de borboletas quando percebia que os olhos castanhos escuros, brilhando mais do que uma estrela enquanto me olhava falar sobre as coisas mais bobas sobre mim, me pertenciam.

- No natal meus pais costumavam iluminar toda a casa e tomávamos chocolate quente - disse a ele - Eu adorava.

Peter sorriu para mim e meu coração errou uma batida.

- No natal sempre fizemos uma coisa pequena, apenas para nós. Sempre foi bom - ponderou por alguns segundos, como se estivesse em uma luta sobre continuar ou não - Ainda me lembro da primeira vez que ganhei meu presente de natal. Foi um carrinho de corrida que eu sempre quis, meus pais eram muito pobres então, era difícil ganhar alguma coisa.

- Você sempre gostou de carros?

- Uh, sempre amei, sempre assisti as corridas de F1 com meu pai antes dele morrer. Ele vivia dizendo que se pudesse trabalharia com carros - vi um lampejo de dor em seus olhos e estiquei minha mão para tocar na sua, que aceitou de bom grado - E aqui estou eu, trabalhando exatamente com isso.

- Isso foi lindo, Peter..

Um silêncio reconfortante recaiu sobre nós e ele pigarreou.

- Chega de falar sobre meu passado triste, não vamos estragar nossa última noite em Paris, baby.

Quando fui questionar, ele levantou o dedo pedindo um tempo e dei a ele, Peter retirou do bolso uma caixinha preta de veludo e estendeu na minha frente, me fazendo prender o ar.

- Eu não sei como dizer isso, mas.. - sorriu meio desengonçado - Eu estava pensando que talvez nós pudéssemos dar o próximo passo - ele se levantou e caminhou até mim, ficando de joelhos - Helena Suárez, você aceita namorar comigo?

Encarei os olhos castanhos super atentos em mim, esperando a minha resposta e meus olhos marejarem. Meu coração batia tão rápido que seria possível confundi-lo com uma banda. Só percebi que não havia o respondido quando seu semblante começou a ficar preocupado.

- Bom, talvez seja melh...

Pulei em seu braços, deixando as lágrimas saírem.

- Eu aceito, é claro que aceito!

Peter se levantou, me pegando em seu colo e nos girou enquanto gargalhamos, nossas risadas misturadas sendo levadas pelo vento.

- Por um segundo pensei que você diria não - disse.

- Isso nunca passou pela minha cabeça, amor. - ele me pois no chão e fez uma carícia em minha bochecha.

Agarrou minha mão delicadamente colocando o anel de ouro branco com um diamante em cima e suspirei, isso era diamante de verdade.

- Sabe.. eu fiz umas pesquisas e descobri que na tradição brasileira, os dois usam alianças até mesmo em namoro.. - disse receoso - Então eu..

Ele puxou outra caixa revelando uma aliança de ouro branco grossa com alguns detalhes e me olhou.

- O que você acha? - perguntou e sorri.

- Eu acho.. - peguei o anel e deslizei em seu dedo - Perfeito.

O puxei pelo colarinho da sua camisa social e beijei seus lábios, que logo se abriram me dando passagem para a minha língua que explorou e devorou cada canto da sua.

Uma música suave começou a tocar e olhei para o fundo, onde uma banda de jazz tocava e sorri.

- Você pensou em tudo mesmo..

- Não podia falhar, eu só tinha uma missão.

Peter desceu suas mãos para minha cintura e envolvi meus braços em seu pescoço enquanto dançavamos lentamente.

Encostei minha cabeça em seu peito o ouvindo bater forte como o meu e tentei aproveitar cada segundo do nosso último dia em Paris.

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Boa leitura! ❤

o cara simplesmente levou ela pra Paris só para terem um encontro e pedir ela em namoro.. olha, não tá fácil. 🤡

Reconquista-me, se for capaz - Livro 3 da saga: Os cavalheirosOnde histórias criam vida. Descubra agora