Capítulo XX

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- Então, Helô, a fita azul ou a fita verde? Você precisa decidir agora, querida. Logo Tine estará passando por aqui e eu terei que ir.

A menina deu mais uma longa olhada na produção de Katherine que, para fazer graça com sua querida criança, deu uma rodadinha balançando as rendas do vestido. Katie tinha escolhido o melhor modelo que tinha trazido em sua bagagem. No dia a dia, sempre usava os vestidos mais simples e discretos, mas achava que a ocasião pedia algo mais elaborado. Esse modelo também era discreto e de muito bom gosto, mas o tecido branco e o caimento da renda deixavam toda a produção muito elegante, delicada e sofisticada.

Por fim, Heloise escolheu a fita verde, o que agradou à Katherine que lembrava que estava usando essa mesma fita no primeiro dia de primavera quando conheceu Daniel. Achou que seria simbólico usar novamente agora que a estação estava se encerrando.

Ajustando o laço, Katherine olhou para a sua pequena amiga e pediu a aprovação final.

- E então? O que acha?

- A senhorita está deslumbrante! Não conte para Tine que eu disse isso, mas, com certeza, vai ser a mais bonita da noite. Não esqueça de me contar tudo, certo?

- Não vou esquecer. Que tal amanhã pintarmos juntas lá no jardim e aí eu posso contar tudinho para você.

A menina concordou feliz e Katherine se despediu.

Dez minutos depois, Tine chegou e as duas jovens se dirigiram ao local do baile. O último baile de primavera era um evento público, realizado em um grande salão mais ao centro da cidade, o local tinha magnificas janelas de vidro que proporcionavam uma bela visão do jardim mesmo com a escuridão da noite e, por dentro, era todo decorado com as mais belas flores da região; o aroma das flores podia ser sentido a metros de distância da entrada e Katherine teve certeza que nunca tinha ido a um baile tão bonito antes.

Muitas famílias de Missford estavam presentes, incluindo várias crianças que correram e dançaram até cansarem e adormecerem no colo das mães ou governantas. Katie teve certeza que Heloise teria aproveitado muito e sentiu por sua garotinha. Mas esse foi só um dos muitos pensamentos da jovem durante aquela noite.

Logo ao entrar no baile, sentiu o coração disparar! A expectativa de encontrar Daniel a deixava animada e nervosa tudo ao mesmo tempo; no entanto, depois de tentar olhar disfarçadamente para todos os cantos do salão, chegou à conclusão que o rapaz ainda não estava lá. Cumprimentou algumas pessoas, conversou com Tine, que era a própria personificação da alegria, e esperou. Os minutos passaram e a primeira dança foi anunciada e começaria em instantes, mas ainda não havia sinal do rapaz. Katherine começou a sentir uma onda de desapontamento e de preocupação. Será que alguma coisa havia acontecido? Daniel não deixaria de vir sem um bom motivo, deixaria? Passou as mãos nervosamente pela barra do vestido e foi a procura de um sofá tentando não correr o risco de receber um convite para a primeira dança. Sentou-se virada para o centro do salão e voltada para uma grande janela que revelava mais um jardim circundando a bela construção.

Katherine estava tão envolvida em seus pensamentos que não percebeu, a princípio, que alguém chamava o seu nome. Foi só quando foi chamada pela segunda vez que se virou de súbito e sentiu seu coração congelar e derreter, saltar e descansar de alívio, tudo em uma fração de segundos.

Ali estava Daniel, parado a sua frente com o sorriso de senhor primavera completamente estampado em seu rosto, ele olhava profundamente para ela e parecia encantado.

-Katherine, perdão pela demora. Tive um imprevisto em casa e não pude sair mais cedo.

O rapaz falava cada palavra sem parar de fitar os olhos de Katie, cada milímetro de sua atenção parecia fixada na jovem.

As crônicas de Bethton: Katherine EllisOnde histórias criam vida. Descubra agora