Capítulo XXVIII

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-E então?

-Mary encontrou uma estrada cheia de vagalumes e começou a caminhar, e aí, no meio do caminho, ela encontrou...uma fada.

-Oh, que mágico! E o que aconteceu?

-Não pensei ainda. Mas a senhorita gostou?

-Eu adorei, querida. Mal posso esperar para ouvir o final.

-Vou desenhar a Mary e a fada tudo bem?

-Acho uma ótima ideia e assim, quem sabe, não surjam novas ideias para a continuação da sua história.

Katie observou enquanto Heloise pegava papel e lápis e se esparramava em um canto da biblioteca para desenhar. Naquela semana, a garotinha estava completamente envolvida em seu mais novo passa tempo: criar histórias. Katherine não sabia quanto tempo duraria aquela empolgação, mas achava sua menininha muito talentosa e sempre gostava de ouvi-la.

Arthur também estava na biblioteca e folheava com atenção um livro sobre insetos. O menino, aos poucos, parecia superar o trauma relacionado aos seus bichinhos e começava a se interessar de novo pelo seu assunto favorito. Ainda não estava andando por aí com nenhum vidro contendo alguma espécie estranha, mas já estava pelo menos lendo novamente seus queridos livros de ciências, o que deixava Katie bem mais tranquila.

A governanta caminhou até as imponentes janelas da biblioteca para abrir algumas frestas e deixar o vento correr, já que a tarde estava ainda mais quente do que era costume naquele verão. Após isso, se preparava para pegar um livro e ler enquanto observava as crianças, quando Charles entrou na sala.

-Srta. Ellis....Ahh... Olá. Pensei em usar a biblioteca para escrever algumas cartas, não sabia que vocês estariam aqui...

Heloise levantou os olhos do seu desenho e espontaneamente interrompeu o irmão.

-Como não sabia? Nós estamos sempre aqui nesse horário.

Charles não respondeu, mas olhou ao redor da sala levemente desconcertado.

-Helô, querida, lembra do que conversamos sobre não interromper quando outras pessoas estiverem falando?

-Sim, srta Ellis. Minha boca foi mais rápida. Desculpa, senhorita, e desculpa, Charles.

Katherine deu um sorriso afetuoso para a garotinha e Charles apenas acenou levemente mostrando que não tinha problema.

-Posso procurar outro lugar para escrever.

-Não, tudo bem. O senhor pode ficar se desejar. Não estamos fazendo muito barulho, não é crianças?

Charles pareceu satisfeito com a ideia, entrou, se acomodou e começou a trabalhar em sua correspondência.

Os quatro permaneceram ali por algum tempo, cada um entretido em sua própria atividade, com, é claro, Helô se levantando ocasionalmente para checar o que todos os outros estavam fazendo, até que ouviram um barulho forte vindo da sala.

O som de vidro sendo quebrado e de móveis sendo arrastados foi ficando mais forte, até que Katherine se levantou para ver o que estava acontecendo. Charles também tinha se levantado, mas parecia paralisado e incerto sobre o que fazer.

-Arthur e Heloise, vocês ficam aqui. Tudo bem? Não saiam. Eu volto em um minuto.

Katherine falou tentando transmitir calma para as crianças, visivelmente assustadas, e seguiu em direção à porta. No entanto, foi interrompida por Charles, que segurou a maçaneta da porta antes que ela pudesse alcançar:

-É melhor ficarmos aqui.

-Nós não sabemos o que está acontecendo. Pode ser alguém invadindo... Nós precisamos verificar, senhor.

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⏰ Última atualização: Feb 16 ⏰

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As crônicas de Bethton: Katherine EllisOnde histórias criam vida. Descubra agora