Soldier Jeon | TAEKOOK

1938.01.19

Guk,

A virada do ano passou que nem senti. Desde o final do mês passado, muitas cartas estão chegando para serem entregues, a grande maioria de combatentes da guerra, e muitas cartas estão chegando para serem enviadas, a grande maioria para os combatentes de guerra. Aparentemente muitos querem desejar suas felicitações de Natal e Ano novo. Eu mesmo te mandei a minha — e ninguém precisa saber que passei na frente de todas as outras; ou que faço isso com todas as cartas que te envio. Enfim.

Iniciei o ano celebrando com os rapazes. Bom, não tinha muito o que celebrar, na realidade. Todos nós estamos sem vocês. Eu estou sem você. Não tivemos nosso momento juntos de fazermos os pedidos, mas fiz o meu pedido mesmo assim. E acho que você já deve saber qual foi; é bem previsível diante da situação.

Bom, te atualizando! Lembra dos soldados coreanos que nos ajudaram contra os japoneses no dia do aniversário do Jin hyung? Pois bem, eles voltaram no posto no início do mês, há uns dias, e perguntaram como está a situação. Não queria ter relembrado disso, então Jimin se pôs a falar.

— Vamos ficar pelas redondezas agora. Se precisarem de qualquer assistência, podem nos avisar.

— Também está complicado por aqui, não é? — Jin perguntou.

— Contra nós, pelo menos, eles não podem fazer nada. Então estaremos por aqui. — um deles disse.

— Conhecemos alguns homens que foram para campo. Infelizmente, para eles está pior. — outro completou.

— Também temos homens na guerra. — olhei para Jimin quando eles os informou.

E lembrei de você. Eu sempre lembro, mas lembrei neste momento quando li uma das suas cartas da semana passada. Você ficou tão assustado e nervoso com essa situação, Guk, sinto que pior que eu. Sua letra meio desigual me dizia que você mal estava em si para poder me escrever. Espero que você esteja bem agora. Já te disse que estou bem! Não precisa vir correndo para me proteger.

Mas enquanto nos questionavam sobre quem estava na guerra, se talvez eles pudessem os conhecer, aonde vocês estavam, em que parte da China, como era a situação, se trocávamos carta todos os dias... acabei citando você. E você sendo o que é. Meu namorado.

— O quê? —  um deles disse enquanto os outros três me olhavam atentamente. Jimin e Jin estavam assustados ao meu lado.

— O quê? — repeti. Nem eu mesmo podia acreditar no que tinha dito.

— Você... Você disse que seu namorado que... Que foi para a guerra?

Senti vontade de chorar na mesma hora. E eu só queria você ali. Não sabia o que eles iriam fazer comigo, ou conosco, mas o meu rosto assustado confirmava a sua perguntava no mesmo momento. Olhei para suas armas e temi que as pegassem ou que tentassem qualquer ataque, então tentei me alarmar ao máximo e me preparar para qualquer consequência dos meus atos.

Mas, por incrível que pareça, Guk, aconteceu o que eu menos esperava. Todos os quatro começaram a ficar extremamente preocupados com você, comigo e com nossa situação. Nós dois separados. Ficaram preocupados com a guerra separando o nosso amor. E, vou ser sincero com você, achei isso muito bonito.

Jimin, você não vai acreditar, ficou tão comovido que quase começara a chorar ali mesmo, na porta do posto de correspondência, e também os contou que seu namorado também está na guerra. E desataram a falar sobre toda a realidade. Acabou que foi uma conversa agradável. Pude falar sobre você para pessoas que não meus melhores amigos. E eu amei isso. Foi uma sensação libertadora.

Eles, inclusive, quiseram que eu os apresentasse a você, amor. Disseram que não vão me proteger como só você pode, mas vão tentar nos manter a salvo, rondando o nosso posto, até vocês voltarem. Até você voltar para mim.

Os soldados são Park Seojoon, Choi Wooshik, Park Hyungsik e Kwon Sunghwan — mas este último prefere ser chamado de Peakboy, disse que é o seu nome de guerra. Diga oi, Guk. Vou os apresentar quando você estiver em casa. Estou te esperando, sim? Já entendi que vai demorar...

Amo você. Seu,

Tae

Escrita em 1938.01.19
Enviada em 1938.01.19
Entregue em 1938.02.04