1941.10.04

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"Quando eu"

Três batidas na porta fizeram o lápis cair da mão dele. Seus batimentos eram tão intensos que ele sentia seu coração pulsar por todo o seu corpo. Estava muito exasperado com a ideia de seu marido voltar para casa que apenas queria finalizar logo a carta e envia-la o quanto antes, para que chegasse em poucos dias ao seu destinatário.

Suspirou fundo e levantou-se às pressas de sua mesa. Olhou o horário. Ainda era cedo. Talvez Jimin quisesse tomar café da manhã em casa hoje, ou veio para lhe acompanhar quando fossem ao trabalho em poucas horas. Pegou o lápis do chão e apoiou-o novamente ao móvel, sendo breve em direção a porta.

O susto que tomou, ele não tinha como prever.

Jeongguk, com o dobro do tamanho desde que saíra de casa há 4 anos atrás, estava em pé, em toda sua glória, usando duas muletas, uma em cada braço, e em frente à porta de casa. Da sua casa. Do seu lar. O sorriso estampado em seu rosto era tamanho que ele temia dormência em seus lábios.

Ainda em choque, Taehyung via sua visão embaçar por conta das lágrimas involuntárias que insistiam em descer livremente, naturalmente. Por um segundo, ele não sabia se era uma miragem — mas logo soube que não, afinal, Jeongguk estava voltando para casa. Taehyung soluçou com o choro e sorriu largamente, dando poucos passos para frente.

— Gukkie? — ele disse fracamente.

— Oi, meu amor. — continuou sorrindo.

Estava aí. Ouvir a sua voz, ouvi-lo proferir tais palavras e chama-lo como tanto gostava, fez Taehyung desabar em si por completo. A voz que ele tanto amava estava ali novamente, chamando por ele, falando com ele. Temeu não poder mais ouvi-la. Era um dos seus maiores medos, mas a voz estava aqui, vinda de quem ele mais amava.

— Gukkie!

Aproximando-se do seu mais novo marido, Taehyung soluçava enquanto chorava. Passou os braços por seu pescoço, já que o outro segurava suas muletas, e o apertou. Finalmente o apertou! Finalmente sentiu a pele contra a sua. O seu cheiro favorito estava ali. A respiração viva de quem voltou para ele. A voz da risada sussurrada no pé do seu ouvido. Jeongguk estava ali, vivo, em casa.

— Eu te amo! — foi a primeira coisa que Jeongguk disse quando voltaram a se olhar. Ele começara a chorar. Taehyung seguia com suas eternas lágrimas. — Muito. Nunca senti tanto a sua falta. — sorriram um para o outro. — Eu não sabia que era possível sentir tanto a falta de alguém, achei que ia morrer.

— Você está aqui. — Taehyung conseguiu dizer num sussurro. — Está vivo e está aqui. — passou a mão pelo seu rosto, sentiu sua bochecha quente e encarou seus olhos. Esses olhos grandes, brilhantes e expressivos que ele tanto amava. — Eu te amo, muito!

Como se houvesse passado muito mais tempo, e não podendo esperar mais, Jeongguk esticou o pescoço para frente e capturou os lábios de Taehyung nos seus. O primeiro selo foi calmo e demorado, passando todas as emoções intensas que cada um sentia. Taehyung apertou mais Jeongguk em seu abraço.

Abriu a boca e pode explorar a do seu amado como se fosse a primeira vez. O melhor beijo do mundo, ele tinha certeza, o melhor gosto de todos. Finalizaram com um selo molhado e um sorriso — e eles não estavam se importando se estavam na frente de casa e alguém poderia vê-los, ninguém irá pará-los agora, ninguém.

— Amor, — Jeongguk gemeu de dor. — Eu preciso me sentar... — Taehyung arregalou os olhos.

— Claro, Gukkie, céus!

Deu caminho para que Jeongguk passasse, abriu mais a porta e tirou qualquer coisa do caminho que fosse empata-lo. Foi até a mesa e puxou a cadeira para frente. Era mais rápido que o sofá para que Jeongguk se sentasse logo. 

Soldier Jeon | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora