1941.08.31

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Guk,

Não ouço mais a rádio, mas de que adianta... se não falaram o seu nome até agora, depois de tanto tempo... não vão falar... porque falariam... Eu não sei mais.

Eu só queria dizer que eu te amo. Muito. Sempre vou te amar. Você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida; sem hipérbole. O vazio, agora, que minha vida se encontra é insuperável. Escrevo com o coração pesado as palavras que mal podem expressar a profundidade da tristeza que sinto. Coração, este, que se foi com você. Você é meu coração, Gukkie, eu não vivo com ele sem você aqui. Pode ficar com ele, aonde quer que você esteja.

Seu sacrifício pelo mundo nunca será esquecido, pode ter certeza disso. Você é o meu herói, sempre vai ser. Sua coragem me inspira todos os dias, eu te amo mais ainda por isso. A carta estará certamente borrada por minhas lágrimas, mas que diferença faz? Não é endereçada a ninguém. Endereçada a você, que não pode mais recebê-la.

A guerra levou você de mim, e eu a odeio por isso. Eu odeio essa guerra por ter te tirado de mim. Odeio todos! Nossos dias juntos foram preenchidos com amor, esperança e promessas de um futuro compartilhado. A guerra nos roubou isso, mas não pode roubar as memórias que construímos. Lembro-me dos nossos momentos juntos com um amor profundo no coração.

Amanhã é o seu aniversário, amor. Ou pelo menos seria. Você completaria 30 anos. Chegaria, junto a mim, na casa dos 30. Tento rir... que infortúnio, não? Você sempre dizia que seria contente dividindo da mesma casa de idade que eu. Que lástima.

Agora, fico aqui sozinho, tentando encontrar alguma força para seguir em frente sem você. Não sei se consigo, Gukkie. Você é meu porto seguro, lembra? Você prometeu voltar para mim. Por que não cumpriu sua promessa, amor? Você é meu marido! Disse que voltaria para pedir minha mão apropriadamente, se ajoelhando. Por que você me prometeu se não poderia cumprir? Por que você me deixou se me disse para esperar a ti? Por quê?!

Eu não aguento. E simplesmente não faz mais sentido nada aqui. Jimin e Jin tentam me aparar, mas... Eu só quero o seu amparo. E não vou mais ter. À medida que enfrento a solidão que a guerra nos impôs, quero acreditar que um dia nos reuniremos novamente, em um lugar onde a paz reinará. Eu amo você. Para todo o sempre.

Do seu, por uma última vez,

Tae


Escrita em 1941.08.31
Enviada em 1941.08.31
Entregue em 1941.09.18

Soldier Jeon | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora