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Seis meses antes

Acordei com o som alarmante que a minha volate soava com um dos instrumentos que soltava bolhas de sabão com sons estrondosos.

Levantei da cama em um salto nada gratificante para cada célula do meu corpo, indo me arrumar para minha primeira aula, essa era a parte ruim de ter aula em dois Reinos, acordar cedo.

Na verdade hoje seria minha última aula, depois iria me “transferir”, prometi a minha Senhora que largaria por conta da sua saúde estar bem ruim nos últimos meses.

Bati no ombro da minha volate, me sentando a sua frente para ela pentear meus cabelos.

Era basicamente esse o trabalho de uma volate, era uma serviçal exclusiva, onde cada pessoa da realeza tinha a sua. Minha Senhora tinha em torno de 3 volate. Eu só precisava de uma, por ser uma mera princesa.

Estava em um mal-humor que ia além de acordar cedo, tinha terminado meu relacionamento com o humano Emer, eu o amava, era fato, eu sabia que era recíproco, ele havia entregado todo seu coração a mim. Mas sabia que seria um risco para um humano, continuar se envolvendo com uma princesa de um Reino sobrenatural onde estava tendo que viver uma briga pelo trono com sua própria irmã, que era uma megera degenerada.

Participei das aulas matinais do meu Reino e depois iria ao Reino Humano, e por fim voltaria para mais aulas no meu Reino, essa foi minha rotina constante, a minha alegria é poder ver o Emer, na escola e a noite após as aulas da tarde em Cisne.

Com ele vivi as festas na praia que tanto assistia, e além disso, conheci diversos lugares, fui encaixada na sua vida, estando em meio ao seus amigos, a uma verdadeira família, com seus pais e seus irmãos que insistiam em me chamar de cunhadinha mesmo depois de passar tanto tempo de relacionamento com o Emer. Eu amava a vida que tinha com o Emer. Entramos “coincidentemente” na mesma faculdade após o Ensino Médio, não no mesmo curso para não dar muito na cara – apesar que eu adoraria estar com ele até nas aulas, eu amava suas piadinhas, na maior parte vulgares, com diversos pontos que o professor proferia, ou que encontrava nos livros, ou de outros alunos e seus assuntos. Fofocar alimentava nosso relacionamento muito bem.

Meu relacionamento com o Emer foi o significado de realmente ter algo leve e feliz. Tínhamos nossas brigas como qualquer casal, mas que sempre terminava em beijos após vários clímax, onde quer que estivéssemos, na cama dele, no meu suposto apartamento que aluguei fingir que morava ali, ou até mesmo em banheiro de alguma festa de jovens inconsequentes do qual nós amávamos participar e encher o nossos estômagos de álcool até a mente rodar.

Eu terminei com ele, sem sequer dizer um motivo válido, e sabia que hoje teria que fugir de onde o cheiro dele aparecesse, não conseguiria encarar ele, informar que simplesmente ia sumir sem realmente explicar porque eu terminei com ele. Eu o amava, profundamente, com todo meu ser. E me rasgava larga-ló, para que pudesse viver o resto da sua vida humana em paz e sem ameaças sobrenaturais.

 E me rasgava larga-ló, para que pudesse viver o resto da sua vida humana em paz e sem ameaças sobrenaturais

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