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Assim que adentramos seus aposentos, que tinha cheiro forte de magia de cura, tecidos com ervas, unguento e o que estava longe da minha capacidade de identificar.

Me aproximei da cama da qual a minha Senhora estava em meio a cama e minha irmã – Graity – sentou-se do outro lado, ficando cada filha de um lado da cama.

— Minhas queridas, minhas meninas – minha Senhora falou, em um tom rouco e fraco.

— Não desperdice tanta energia... – Minha irmã, com a voz falhando, pediu, minha Senhora era a única a qual eu via minha irmã expor seus sentimentos, infelizmente.

— Está tudo bem Graity, está chegando a minha hora, está tudo bem... – Ela deu um beijo na têmpora da minha irmã, virando a mim — Minha pequena, sei que tudo pode ser difícil, viver, mas a vida vale a pena, acredite em mim. – ela sorriu, com sinceridade.

Nós a abraçamos com firmeza e minha Senhora pediu para que possamos nos retirar, ela odiaria ouvir o som do nosso choro antes de falecer, era o que afirmou. Mas eu acreditava que não era por esse motivo, e sim por saber da guerra que se iniciaria no momento que ela falecesse, e tudo começaria por minha irmã.

Por mais que minha mãe pudesse nos amar, ela sabia a natureza de cada uma de nós, e sabia muito bem do que a Graity era capaz de fazer.

Me retirei para os meus aposentos, pedindo a minha volete que preparasse meu banho.

Retirei meu vestido branco com decote V com cuidado, exibindo meu corpo sob o espelho imenso que me tomava do chão até o teto. Minha pele era branca, mas não do tipo saudável, mas um branco que chegava a ser pálido doente. Meus cabelos verdes ondulados caíam sobre meu corpo até minha bunda. Meu nariz num formato redondinho espalhado e meus olhos da mesma cor dos meus cabelos, minha boca em uma linha que tomava a grossura de dois dedos esticados. Meus peitos eram médios, do tipo suficiente que minha mão o envolvendo, escapava pelos lados, meu corpo não era do tipo trincado, como o da minha irmã, eu tinha minha saliência principalmente nos quadris, que tornava bastante largos, fazendo uma volta da extensa da minha cintura aos quadris, minhas pernas tomava toda uma mão esticada mas não fechava em volta delas. Minhas orelhas pontudas pulavam do cabelo, e minhas asas transparentes que eu podia facilmente esconder quando quisesse, para poder nadar sobre as águas, brilhavam como pedrinhas brancas assim como todo meu corpo brilhava. Não tinha vergonha da minha forma, mas nunca a mostrei para o Emer, tinha medo que ele sentisse medo de mim por ser diferente. Por ser não só diferente, mas de outra espécie.

Ele sempre me via na forma humana, com no máximo o cabelo verde aparecendo, que acreditava firmemente ser tintura.

Eu tinha tempos de ansiosidade a ponto de não consumir dormir bem por imaginar a reação do Emer ao descobrir minha verdadeira forma – que agora era impossível, por não o vê-lo há 9 meses.

Assim que me vesti após toda minha higiene, ouvi o sinos tocando, começando a tocar uma das músicas fúnebres dedicadas a nossa Deusa Aine, para que recebesse uma Alma Fada nos seus braços.

Caí de joelhos na borda da cama, com um dos braços sob a cama, e junto com eles me debrucei em lágrimas, sabia o que aquilo tinha significado, minha Senhora havia falecido depois de milênios de existência.

Depois que essa praga se instaurou, nem a nossa realeza estava saindo ilesa.

Depois que essa praga se instaurou, nem a nossa realeza estava saindo ilesa

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