O dia seguinte infelizmente chegou, e se não fosse por estar exausta por ter dormido tão pouco na noite anterior, não conseguiria pregar o olho por sequer um minuto. Imagina 4 horas, que foi o que conseguir dormir antes de ser acordada pela volate.
Eu juro que não sabia como minha volate tinha tanta disposição de manhã cedo.
Sai de mansinho e me arrumei no banheiro, para que não acordasse o Emer do seu sonho lindo, que o fazia ter um sorrisinho leve mesmo dormido. Era lindo.
— Deixe que acorde naturalmente, e aí vocês podem ir a biblioteca – sussurrei.
Recebi apenas a confirmação de cabeça em retorno. Seguindo até a varanda, trouxe minhas asas as costas através da magia da tatuagem, erguendo vôo, segui até as águas de Cisne, o portal para o mundo dos Deuses.
Apesar de ter teletransporte, era impossível fazer o teletransporte para o mundo dos Deuses, e era ainda uma falta de educação chegar ao mundo deles sem ser anunciado. Apenas os irritaria infinitamente pela falta de decoro.
Minha irmã já estava as bordas das águas assim que me aproximei, ela estava sobre os cavalos, e ao seu lado, a sua volate, que provavelmente aguardaria o retorno dela junto aos cavalos.
Me aproximei até pousar ao seu lado, pisando em falso, fazendo em saltar levemente pra frente um momento.
— Tanto tempo com asas e ainda não aprendeu a pousar direito irmãzinha? – estalou a língua na boca antes de continuar — Vamos.
Eu odiava que me desse ordem, e odiava mais ainda o estalar de línguas que ela insistia em manter, mania completamente irritante e horrorosa.
Guardei a minhas asas e fomos adentrando as águas devagar, até termos profundidade suficiente para submergir, jogando os braços para ser engolida pelas águas enquanto nada abaixo da superfície.
Em poucos minutos estávamos no fundo, tocando as mãos no fundo, em conjunto, e atravessando para o outro lado das águas. Para as águas dos Deuses.
A partir dali seria uma caminhada, saímos da água e continuamos o caminho em silêncio.
Nossas roupas brancas estavam visivelmente transparentes após sair da água, e nossos cabelos grudava na pele. Minha irmã tinha cabelos loiros, puxados pro branco, era mais alta que eu, o que deixava ainda mais brutalmente evidente a sua beleza física e esplendorosa.
Mas a nudez só era algo de vergonha para os humanos, não para os Deuses. Por mais que não estejamos desnudas. Para nós, a nudez é apenas uma beleza da natureza.
Estávamos já perto dos portões verdes feito de pura natureza da morada barrows dos Deuses. Meus cabelos já haviam parado de pingar, apesar de ainda estarem molhados, já apresentava suas primeiras menções a começar a secar, no Sol forte que tomava os céus, era impossível a água não ser extinta em menos de meia hora.
Os passos se tornaram mais difíceis, e notei que para minha irmã também não estava sendo fácil, por mais que se esforçasse para esboçar nenhuma fraqueza.
Adentramos as portas brancas exageradamente grandes, dava para um gigante de 3 metros passar por aquelas portas, e o piso branco também tinham formato quadrado gigante, combinando com a porta, havia trepadeiras e planta hera grudadas nas paredes por toda a extensão branca dos pisos na parede e também tomava um pouco nas bordas do chão perto da parede.
— Me acompanhem.
Ouvi a voz doce e melódica da Deusa Aine, ela tinha acabado de descer os degraus da escada a frente, tomada por um tapete natural de plantas verdes, de baixo até em cima.
Dos dois lados da escada havia corredores, e ela seguiu para o direito, indo até umas portas de vidro com laterais branca, assim que adentramos a sala, era uma enorme mesa branca, redonda, com um buraco enorme ao meio, completamente vazio, e estofamentos sem encostos, em volta da mesa, logo na ponta, enxerguei o Senhor do Outro Mundo, sentando logo ao seu lado, a Regente da Fertilidade.
Minha irmã logo se apressou em sentar em frente a Regente e ao lado do Senhor. E eu me sentei ao lado da Regente, que era o lado contrário a minha irmã.
— Podemos iniciar então, sem delongas ou rodeios, odeio perder tempo, por mais que seja imortal. – O Senhor se pronunciou em meio ao silêncio que havia tomado a sala.
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Mar do Cisne
FantasyA morte da minha mãe foi de tamanho inesperado e exasperado, tinha tanto pra viver, foi tão precoce.. Foi um baque tão imenso, não só pra mim; A Rainha de Cisne havia morrido. O que abalou uma relação a qual já era totalmente ruim, e começou um enor...