Assim que chegamos a trilha, vi uma abertura entre toda a floresta, como se tivessem cavado pra abrir caminho e acobertado o caminho com capim verde, as árvores ao lado fechava os círculo ao redor do caminho.
— Tem certeza que é aqui?
— Com certeza senhor, vi a senhora falando em voz alta as coordenadas antes de ir embora.
— Tudo bem. Volte para a morada.
— Promete trazê-la pra casa?
— Prometo fazer o possível para nós dois voltarmos pra casa – ela abriu um sorriso largo de orelha a orelha — O que foi? – perguntei após franzir as sobrancelhas.
— Você chamou a morada, nosso Reino, de sua casa.
— No momento, minha casa é onde ela estiver, volate.
Ela assentiu, indo na direção contrária a trilha, caminhando provavelmente para aguardar os 5 minutos antes do próximo teletransporte.
Olhei para o caminho que havia de seguir, ele descia como se a cada passo, descesse mais fundo as escavadas.
Sentia nas minhas veias um poder estranho, como se era errado eu estar pisando ali, e também tão certo como se algo me pertencesse, me chamasse, como se aquilo também fizesse parte de mim, do fundo das minhas entranhas.
Prosseguir por mais de 20 minutos naquele caminho, que se afundava mais a cada 5 minutos que andava ali. Até que finalmente acredito ter chegado.
Era uma abertura redonda, em volta de muitas trepadeiras, a suposta porta era a escuridão da pequena caverna que havia ali. Em volta da entrada, por cima e pelos lados haviam pedras, desenhando o formato redondo da entrada.
Suspirei pesadamente antes de começar adentrar aquele local completamente escuro.
Assim que todo meu corpo já estava dentro da escuridão, abaixo dos meus pés se acendeu uma luz azul, subindo como se fosse uma corrente elétrica pela parede até o teto, a cada passo que dava, se acendia mais ainda, como se mostrasse o caminho que haveria de seguir. Como se a escuridão me mostrasse a luz verdadeira que haveria de seguir.
— Onde você está Gryt – suspirei
Caminhava e caminhava, e nada de encontrar nem sequer um sinal dela, nenhum som além da minha própria respiração e passos que dava, me deixando ainda mais apavorado do que encontraria naquele lugar, e no que ela havia encontrado naquele lugar.
Descendo pelo íngreme barranco de pedras, dei de cara com um homem – não, não era um homem, era eu mesmo.
Com um sorriso diabólico, uma versão diabólica de mim, com as mesmas roupas que eu vestia, porém estava repleto de marcas pretas que ondulava por todo o corpo, envolvia todo o corpo, incluindo a volta do pescoço, e pelo rosto.
— O que você é? – perguntei
— Eu sou você.
— Isso eu notei. Mas definitivamente você não sou eu, você é um outro eu, que parte de mim você é?
— A parte que você sufoca dentro de si. Sua parte mágica.
— Como que é? – ele sorriu, deixando sua expressão ainda mais diabólica.
— Não achou que sua mãe te deu esse nome, Emerial, ao acaso, não é mago Wales?
— E de onde veio meu nome?
— Sua mãe encontrou “coincidentemente” um livro sobre linhagem dos Wales quando estava grávida de você, logo após ir morar com seu pai, após o casamento deles. Bom, nesse livro, o primeiro nome que ela viu, foi o seu agora. Porém era outra pessoa que tinha esse nome.
— E quem diabos era Emerial então?
— O primeiro homem da linhagem dos Wales. O grande mago Emerial Wales. Ele era muito, muito forte. Sucessor dos maiores magos que passaram nessa terra, ele foi os aprendiz deles.
— E porquê minha mãe encontrou “coincidentemente” meu nome?
— Porque a magia que escolhe seu novo hospedeiro, sendo assim, ela escolheu você na linhagem como o novo hospedeiro.
— Porquê devo acreditar em você?
— Porque eu sou você.
Continuei o olhar gélido sobre ele.
— Porque, mago Wales. Sua fada nesse exato momento está sendo aterrorizada pelo poder da caverna, gritando sem ninguém ouvi-lá, está chorando muito, pedindo pra matarem ela imediatamente, mas se depender da câmera, ela irá sofrer até sua última gota de dor ser atingida.
Meu corpo inteiro gelou, pela idéia do sofrimento que estava envolvendo minha pequena garota, minha pequena fada.
— Como posso salva-lá, só tem duas opções, ou ela supera sozinha, ou você aceita a magia negra dessa caverna adentrar em você e assim poder adentrar no tormento a qual ela está sendo engolida e puxa-lá para fora.
— E como faço isso? Como a encontro?
— As luzes não te levaram até aqui? – ele riu e desapareceu.
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Mar do Cisne
FantasíaA morte da minha mãe foi de tamanho inesperado e exasperado, tinha tanto pra viver, foi tão precoce.. Foi um baque tão imenso, não só pra mim; A Rainha de Cisne havia morrido. O que abalou uma relação a qual já era totalmente ruim, e começou um enor...