20°

1 0 0
                                    

Despertei, apesar de exausto por termos feito amor três vezes naquela noite.

Ainda de olhos fechados busquei pelo lado da cama, o seu corpo, tateando sobre os lençóis sedosos e escondendo meu rosto com o outro braço a luz do sol que tomava meu rosto pela varanda.

— Não precisa buscá-la, ela não está.

— Volate? Onde ela está? – levantei meu corpo, sentando-se na cama de sobressalto

— Ela foi a câmera.

— O quê?! – falei alto

— Ela deixou o recado a seguir: poderia facilmente aceitar a sua morte, seguindo para a luz, por ter dado o melhor pelo seu povo, mas se te levasse junto, se arrependeria amargamente por ter te deixado isso acontecer.

— Tem muito tempo que ela saiu?

— Não senhor.

— Me leve até ela! – berrei.

— Ela proibiu de eu fazer isso, de qualquer um de nós levarmos você até ela, apenas nos permitiu levar você pra casa.

— Então me leve a minha casa.

— O senhor deseja voltar pra sua família?

— Não! Mas se é o único jeito de ir ao meu reino e ir atrás dela, eu irei.

— Mas senhor...

— Você deseja que ela entre naquele lugar sozinha? Você deseja que ela viva tal sofrimento sozinha como um cordeiro em sacrifício por vocês? Dane-se as ordens dela, ela é minha mulher e não deixarei ela sozinha! – berrei cada palavra.

— Irei te teletransportar para sua residência, de lá por já está fora do Reino ao qual devo lealdade, te teletransporte para a trilha. Porém deve-se lembrar que você terá que prosseguir sozinho, por está dentro de algo mágico novamente, minha lealdade...

— Não precisa completar, entendi – a interrompi — Deixe eu me vestir, dois minutos.

Ela assentiu e saiu do quarto, fechando a porta para minha privacidade, sai da cama e busquei depressa minhas roupas espalhadas no chão, vestindo cada peça com agilidade.

— Entre volate.

Ela adentrou e foi até mim, segurando minha mão.

— Está pronto?

— Sem dúvidas. Não esqueça que o cordeiro que está lá é minha mulher.

Ela assentiu novamente e eu fechei os olhos, como sempre fazia quando ela colocava seus dedos finos sobre meus olhos antes de teletransportar.

E assim chegamos a minha rua, exatamente no ponto que uma vez ela parou para eu poder pegar minhas coisas.

— Me der 5 minutos antes do próximo teletransporte – ela respirou fundo e eu assenti.

— Como você tem teletransporte? – perguntei curioso.

— Quando a falecida Senhora a deu o poder das asas através da tatuagem, ela também deu o de teletransporte, e como sua volate, respingou em mim. Não posso me teletransportar como ela, mas consigo fazer alguns teletransporte a cada mês. E não tenho asas como as delas, a minhas se cansam rapidamente em poucos minutos de vôo.

— Vocês duas vivem juntas a muito tempo?

— Éramos grudadas quando criança, a seguia para todos os lugares, com o tempo, ela selou comigo, me tornando sua volate pelo resto dos meus dias.

— Quer dizer que sua existência é dedicada a ela?

— Não é bem assim, eu irei viver normalmente, posso ter minha própria família, mas nunca poderei me afastar dela até a minha morte ou sua morte. Viverei pra sempre na morada que ela morar, meu trabalho sempre será lhe auxiliar e lhe dar minha lealdade. O que não me exige de mim, ser leal no caso, a considero uma irmã.

— Então se um dia você se casar, toda sua família morará na morada junto com ela?

— Sim, certamente. Se caso ela morresse... – ela suspirou como se rejeitasse a idéia — Se caso, acontecer, eu estarei livre da morada, porém não é o que desejo. Eu escolhi a honra de servir a futura Rainha.

— Você acredita que ela será Rainha?

— Seria um desperdício se não fosse, ela é incrível. Vejo muito potencial.

Com isso, ela agarrou meus braços novamente, sabendo que faria, fechei os olhos novamente.

Com isso, ela agarrou meus braços novamente, sabendo que faria, fechei os olhos novamente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Mar do CisneOnde histórias criam vida. Descubra agora