A morte da minha mãe foi de tamanho inesperado e exasperado, tinha tanto pra viver, foi tão precoce.. Foi um baque tão imenso, não só pra mim;
A Rainha de Cisne havia morrido.
O que abalou uma relação a qual já era totalmente ruim, e começou um enor...
Cat-sídhe encantado – gato sídhe, assim como Cuu Sith encantado – cão sídhe, são “Sluagh Sídhe” – “hostes das fadas”. Se movem como bandos de pássaros, espíritos desagradáveis, de natureza desagradáveis, não passavam de mortos amaldiçoados maléficos ou sem descanso.
Minha irmã gostava de ter eles como companhia e capangas por mais desagradáveis que fossem, que minha Senhora permitiu poucos deles com a gente por insistência da minha irmã e por ela poder controla-lós avidamente.
Corri até a minha irmã, agarrando seu braço com força, que fechava os dedos num circulo perfeito, ela era mais alta que eu, mais glamourosa que eu, mas nunca me rebaixei as suas maldades.
— Aí – gemeu de dor, seguido de um suspiro que me deixou ainda mais irritada
— Você está louca? Mande ele parar! Porquê trouxe esse humano?
— E porquê você se importa com esse humano irmãzinha? – Ela sorriu maliciosamente, que me deixava explícito que ela me vigiava a muito tempo
— Mande. Ele. Parar. – Informei entre dentes.
— A única que me dava ordens, morreu. Se vire com seu humaninho.
Olhei para onde o Cat-sídhe empurrava o Emer para dentro do círculo, berrando para que parasse, para que Emer não entrasse, mas além de estar tarde demais, eu estava invisível, dentro da minha forma de fada.
Ele começou a rodopiar como se enxergasse o que as fadas faziam nos seus movimentos, e como se ouvisse a música, acompanhava.
Minha única forma de salva-ló era saindo da rota e o puxando.
Mas o poder concentrado da Mãe, em um dia sagrado, me impediria de tomar a forma humana aqui.
Era caso de vida ou morte, e ia além dos meus medos.
Saí da roda e me fiz visível ao Emer, que arregalou os outros quando ele dava a volta do outro lado assim que me viu, com as asas e tudo para fora. Ele vinha em minha direção saltitando em sua dança de fadas, olhando para cada pequeno pedaço de mim, dos pés a cabeça, que me fez arrepiar até os pelos da nuca, me deixando ainda mais apavorada.
Agarrei a sua mão, e o puxei pra fora, envolvi seus dedos no meu e o puxei comigo, no seu estupor, ele não pronunciou sequer uma palavra e apenas me seguia, Graças a Mãe por tal dádiva.
Descemos o desfiladeiro da montanha de mãos dadas e em total silêncio, ciente que o olhar do Emer me avaliava, e agora contemplava minhas asas, soltei a sua mão lentamente e me virei lentamente de frente a ele, assim que não senti cheiro de ninguém, de humanos a outras espécies.
— Emerial... – Comecei com um suspiro entre-cortado
— Eu só posso estar sonhando – Começou a se dar tapas e beliscões, segurei novamente suas mãos com força, abaixando até esticar nossos braços
— Emer, não é sonho... Me desculpe por isso – Pingarreei pelo que teria que falar — Eu sumi, para que você podesse continuar vivendo normalmente sem que minha irmã soubesse da minha relação... Dos meus sentimentos por você... Eu tentei não contactar, eu queria que você não entrasse nesse mundo.
— Que mundo Gryt? Ao que você tem asas e é uma... O que você é?
— Uma fada, uma ninfa, das águas. Não vou te machucar, acredite em mim.
— Eu nunca acreditaria que você me machucaria Gryt, mas você mentiu pra mim! – O tom de voz dele aumentou.
— Não menti... Tecnicamente – ele me olhou com cara feia — Eu omiti.
— Omiti também é mentir. Eu me abri pra você Gryt, te trouxe pra minha vida, pra minha casa, pra minha família, pro meus amigos, pra meu mundo, PRO MEU CORAÇÃO – berrou as últimas palavras — E você sequer me mostrou sua aparência verdadeira, algum dia acreditou em mim em algum momento?
— Emer, eu queria, muitas vezes te mostrar, mas eu tinha medo, de como reagiria, se me odiaria...
— Eu te amo Gryt, sua aparência não muda nada. E outra, você é belíssima, era como humana e agora... Tira o fôlego, você brilha! – Ele riu em meio a fúria, que me fez sorrir junto, senti falta da risada dele.
— Eu te amo, Emer. Mas temo por você.
Ele largou as mãos da minha, envolvendo os braços com rapidez em volta da minha cintura, me puxando para cima, até os seus lábios.
Ah.. Como sentia falta daqueles lábios macios, de como tinha que virar a cabeça para trás constantemente para chegar a eles pelo fato do Emer ser terrivelmente mais alto que eu uns 30 centímetros.
Seus lábios macios e doces me devorava com intensidade a cada momento que se passava.
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