A morte da minha mãe foi de tamanho inesperado e exasperado, tinha tanto pra viver, foi tão precoce.. Foi um baque tão imenso, não só pra mim;
A Rainha de Cisne havia morrido.
O que abalou uma relação a qual já era totalmente ruim, e começou um enor...
Depois de finalmente ter convencido a Senhora minha mãe que conseguiria dar conta de além de estudar em Cisne, as lições do Reino, também poderia frequentar as aulas do Ensino Médio no Reino Humano - eu queria muito.
Sempre assistir de longe diversas festas de praia que alunos do Ensino Médio fazia, onde bebiam, consumiam entorpecentes, colocavam músicas altas completamente absurdas se você não for do tipo que gosta de serem envolvidos por algo que te deixa elétrico, se enroscando um ao outro - se encaixando um no outro, na areia, por trás das rochas, no mar, sejam com as línguas ou com sexos até o clímax, normalmente apenas masculino, e também havia brigas, muitas delas na realidade, onde trocavam socos mesmo estando completamente bêbados ou não, ou simplesmente mulheres puxando uma o cabelo da outra por se envolverem com seus namorados, o que eu particularmente achava patético e humilhante, porém terrivelmente engraçadas.
Assistia tudo de longo, no profundo mar, me escondendo pelas pedras ou tão longe a ponto de ficar fora de vista no mar, apenas com meus olhinhos e cabelos verdes de fora. Divertidíssimo.
Aquilo me deixava extasiada.
Todos os dias iria me transportar para o Reino Humano, era melhor do que atravessar pelas águas e chegar toda molhada todos os dias, e além disso economizaria tempo, apesar de usar um pouco da minha magia. Mas o que é uma gota de magia em meio ao um mar dela?
Hoje seria meu primeiro dia de aula, como "transferida", foi como fui chamada pelo diretor em frente a turma que agora estava em aula de química. Após ele sair da sala, me virei para o professor, buscando nos olhos dele o que haveria de fazer.
- Seu nome é.. Gryt? - perguntou o professor.
- Isso mesmo - falei com um sorriso nos lábios.
- Mas que nome horroroso - um dos alunos, que notei estar com uma bola vermelha nas mãos após me virar pra ele, estava gesticulando para um garoto com os óculos de química atrás - Mais estranho do nosso amigo Emerial ali, horrível. Onde os pais de vocês arrumam esses nomes?
- Todos sabem que a mãe do Emerial queria uma menina pra chamar de Emery, foi de última hora - informou uma garota da sala, com uma cara nada satisfeita de quem fez o comentário.
- Chega! Gryt, sente-se ao lado do Emerial, você irá ser parceira dele.
Apenas sorri e me encaminhei até a quinta fileira perto da janela, onde ele estava, seus cabelos tomavam um pouco da sua testas, de um castanho claro levemente ondulado, sua pele era de um moreno-claro-brilhante, ele usava roupas que parecia não serem deles, por estarem muito largas.
- Sou Gryt, sua nova parceira - levantei a mão lembrando como via os humanos se cumprimentarem na praia.
- Emerial, como o grotesco ali falou, mas pode me chamar de Emer - apertou minha mão, soltando rapidamente após um leve aperto - Qual foi do cabelo verde?
- Eu queria me parecer eu, um pouquinho - abri um sorriso fraco.
- Eu gostei, combina com você - disse por fim, se concentrando na aula.
Havia escondido a maior parte dos meus traços diferentes das minhas terras, tentando me parecer mais humana e menos assustadora para conviver nesse Reino, porém não conseguir apagar todo o meu eu, ou seja, deixando meu cabelo verde, os quais eu amava, caiam pelas minhas costas até a bunda, tinha ondulações, porém beirava mais aos cachos, quando estava seco.
E nesse dia conheci o meu querido Emerial.
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