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Hoje seria o dia que seria realizado o Anel de Fadas, em favor da nossa Senhora.

O Anel de Fadas nada mais é que uma roda que fazemos para festejar dançando em círculo como oferenda a Deusa, em um círculo de pedras imensas.

Ao amanhecer, o local em que dançaram aparecia como um círculo de grama verde-luminosa ou um círculo de cogumelos. Quem entrasse em um círculo de fadas em uma lua cheia e fizesse um pedido, o pedido iria se realizar. O que acontecia muito quando os humanos acreditavam na nossa existência. Mas caso um humano pisasse em um círculo em um dia em que elas estivessem festejando, ele seria feito prisioneiro, obrigado a dançar até a exaustão.

O único modo de escapar seria se alguém mantesse o pé bem firme fora do círculo e puxasse a pessoa para fora. O que não acontecia de um humano se meter em meio a nossa festa a séculos.

Eu estava me arrumando com minha volate para sair, a noite já caia e o Anel de Fadas era realizado nos montes humanos.

···

A música já tocava de forma firme e contagiante quando cheguei ao monte com minha volate que também prestaria sua oferenda a Deusa pela minha Senhora, praticamente toda corte iria, só não ia os obrigados a permanecer na cidade.

Derramei minhas flores e acendi minhas velas pretas, brancas e vermelhas, pedindo – implorando, a Deusa que cuidasse muito bem da minha Senhora até chegar a minha hora de cuidar pessoalmente.

O nosso festejo dessa vez não era só fúnebre, mas também para pedir a Deusa que nos libertasse dessa praga que era acometida no Outro Mundo, e foi o que também pedi a Deusa, oferecendo ainda mais oferendas, como uma boa princesa.

Me juntei as mãos de duas fadas, tomando cada uma em um lado do corpo, começando a bater com os pés e levantar dobrando o joelho sendo envolvida pelo poder da Mãe e toda natureza. A dor era perturbadora no peito, pelo luto, mas a Mãe me trazia conforto a cada bater de pés e a cada palavra proferida para a Deusa.

Busquei com o olhar a minha irmã, que também dançava prestando sua homenagem bem longe de mim, ela me deu um sorriso de orelha a orelha, que acreditei por um momento ser de consolo; mas foi só por um momento, quando enxerguei por cima dos estalos do fogo da fogueira em meio a nós, a malícia.

Ela virou com o olhar para o lado, esperando que eu olhasse junto, demorei a entender mas entendi, quando virei, enxerguei claramente Emerial, sendo agarrado por um Cat-sídhe, vindo em direção para dentro do círculo com rapidez.

Visão que me encheu de estupor e desespero.

Visão que me encheu de estupor e desespero

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