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— Deixa eu ver se compreendi, vocês decidiram que o melhor para o momento é que eu e minha irmã busquemos sobre a Praga, que livre nosso povo dela, e assim depois disso, será feito o convite para o leito? – Minha irmã falou, sem arrodeios, um resumo de tudo que falaram em meia hora de reunião.

— Sim, isso mesmo. A que livrar Sídhe da praga certamente é a escolhida pela Mãe, então será ela escolhida para ir ao nosso leito – informou a Deusa.

— Isso pode levar meses, anos, séculos... – falei mais pra dentro do que pra fora

— Então sugerimos que se apressem, há pessoas morrendo dessa Praga, e vocês – apontou o Senhor do Outro Mundo — Também são fadas, não se esqueçam.

Com essas palavras que arrepiou até os pêlos da nuca, nos levantamos e a Deusa nos levou até a porta de saída, a reunião tinha acabado.

Seguimos novamente em silêncio até as águas do portal, eu queria falar disso, com ela, mas o fechamento que ela esboçava no rosto, demonstrava que era melhor eu não soltar nenhuma palavra.

Decidi ir a pé até a morada barrows, tinha muito para absorver, e eu não sabia nem por onde começar, buscava diversas coisas sobre a na minha mente sobre nossa cultura e nada que eu pensasse, me confirmava interiormente que era o caminho a seguir.

Assim que abri a porta do quarto, vi a fada conselheira Carmen, minha volate e Emer, sentados no chão em volta de livros na frente, atrás e dos lados, todos eles envolvidos em pilhas de livros e papéis.

— Cheguei – finalmente tive atenção dos seus olhares.

— E como foi? O que falaram? – perguntou a conselheira, enquanto o Emer se mantinha calado apreensivo, não sabia se era por eu não ser escolhida, ou ser a escolhida. Mas nos finalmente, o que pedi ardentemente a Mãe se concretizou, não iríamos passar pelo leito dos Deuses tão cedo.

Contei-lhes sobre tudo que falaram na reunião nos mínimos detalhes.

— Eu nem sei por onde começar a procurar – informei por fim.

— Não é bem assim, olhe, estamos todos buscando nos livros, é um começo. Um começo pode nem sempre ser literalmente o início do caminho, às vezes é apenas a busca para descobrir qual é o caminho, encontrá-lo.

— Cada livro que lemos em busca de algo que nos diga um ponto sobre, é uma tentativa Gryt. Eu descobrir mais sobre vocês nesses livros do que tudo em pouquíssimos dias – Emer soltou no ar, ainda olhando o livro a sua frente.

Decidi tomar aquelas palavras e me juntar a eles, na busca de qualquer coisa, qualquer informação, por menor que seja, sobre por onde devo começar. Sabia que teria um trabalho árduo, mas teria as melhores pessoas ao meu lado. Não que tivesse tanta intimidade com a conselheira para tê-la como “parte da minha turma”, porém, minha mãe confiava nela, e se ela estava agora trabalhando para me ajudar, porque ia desconfiar de suas intenções?

Eu sabia que ir no fundo do poço para nos libertar dessa praga tomaria muitas coisas de mim, mas faria de tudo para salva-lós. Esse é o significado de uma boa Rainha afinal, não é? Que se preocupa com seu povo. E mesmo não sendo a Rainha, ou talvez nunca fosse, não deixava de ser a Princesa de Cisne.

 E mesmo não sendo a Rainha, ou talvez nunca fosse, não deixava de ser a Princesa de Cisne

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