Uma semana antes
Estava eu jogado em meio a uma pilha de roupa suja que se acumulava no canto do meu quarto, trazendo um odor subjacente a todo o ambiente, misturado com o cheiro azedo de vômito que vinha do banheiro que estava a uns passos a frente, com a porta branca de madeira pintada de branca descascada arreganhada; onde tinha minutos atrás jorrado todo o líquido que havia consumido na taberna mais próxima daqui, comemorando meu vigésimo primeiro aniversário de vida, que particularmente informo que não tinha nada de interessante em todos esses anos de vida.
Não passava de um mero jovem sendo levado pelo instinto humano estúpido de destruir tudo pela frente, ainda mais nos primeiros anos de consciência adulta.
E é o que fazemos né? Estúpidos e patéticos a ponto de considerarmos seres pensantes, os mais inteligente entre todas as raças de animais do planeta terra, homo sapiens. Mas invés de trazermos ao mundo conteúdo firmes, na maioria das vezes, só trazemos autodestruição da própria raça e do planeta terra, com guerras que precisam ser repetidas de séculos em séculos; estúpidos, que não aprendem com os erros dos antecessores, trazendo desgraça e ruína novamente repetidas vezes por esquecer do passado da própria espécie, homo sapiens.
Burros, estúpidos, novamente digo, por destruir além de si mesmo, colocando em risco sua própria existência destruindo a sua casa, a natureza. Onde dela retira conteúdo para continuar sua existência.
Por mais que pense assim, tenha auto-ciência da minha grandiosa estupidez como mais um da minha espécie, não deixo de trazer ruína, para mim, para outros paralelos, e para onde chamo de lar.
É assim que meus pais falam sobre mim, consigo trazer repulsa em uma simples reunião familiar com palavras e gestos vulgares em menos de segundos. Mas o que posso fazer se certos familiares passam dos limites da estupidez a ponto de serem irritantes? Que passar horas em meio ao círculo de pessoas hipócritas me deixassem ao ápice do mal-humor? Não poderiam me culpar. Pelo menos na minha concepção, não na deles.
— Emerial! – Ouvi o grito estupefato da minha mãe ao adentrar do quarto, após o ranger da madeira da porta acabada pelo excesso de batidas após brigas
— Não grite. Santo Deus!
— Santo Deus digo eu, esse quarto está um lixo Emerial, fede, e fede muito! Abra uma janela! Olha seu estado, jogado em roupas sujas de tão bêbado! – Ela gritava, seguindo para a janela e abrindo as cortinas, seguido da própria janela
— Oh céus, o sol vem bem na minha cara, fecha isso
— Não! Você precisa tomar um banho, e arrumar esse quarto, não me importa se ainda está bêbado, se está com ressaca, eu quero esse quarto limpo, você de banho tomado, e em 10 minutos lá em baixo, iremos a biblioteca conhecer o dono, você prometeu tentar! – Terminou sua fala, saindo após bater a porta maltrapilha
Havia dito que após completar meus 21 anos, iria, tentar... Bom, não por minha vontade, se dependesse de mim me rendia às minhas merdas... Mas era impossível negar tentar com as lágrimas da minha mãe invadido toda a sua face, borrando toda a sua maquiagem em conjunto. Então tentaria, pelo menos trabalhando em algo que gostasse; livros.
Me levantei devagar, segurando as mãos no chão após quase cair de cara no chão em meio ao impulso de ficar de pé, seguindo para o banheiro me segurando pela parede, e notando ao chegar em frente ao espelho do banheiro, minha pele esverdeada e o preto em volta dos olhos, indicando a falta de sono.
Santo Deus, seria preciso 7 banho gelados para tirar toda aquela cara de doente após uma noite inteira de bebedeiras...
Abri a torneira, levando as mãos em concha abaixo da água, levando assim ao rosto após me curvar diversas vezes.
Parando após um baque – um estrondo – dentro do meu quarto, me fazendo dar um salto em susto, seguindo a passos rápidos até o quarto, onde havia um homem com botas plataformas preta, que levava até o joelho, em uma pisada agressiva, subindo em roupas de couro preta, deixando a mostra apenas seus braços cheio de tatuagens pretas e seu pescoço longo, com cabelo preto caindo até o ombro, formato do rosto pontudo, lábios num formato de um V profundo, seus olhos eram totalmente vermelhos, que me deixou mais sobressaltado.
— Quem é você? O que está fazendo no meu quarto? – Falei de forma rápida, quase me atrapalhando nas palavras.
— Seu nome é Emarial? – A voz rouca do homem saltou da sua boca
— S-sim...
Ele abriu um sorriso de canto de lábios, mostrando seus dentes brancos e pontudos que rasgaria uma garganta de tão apontados, vindo até mim, tentei correr até a porta mas ele me agarrou pelo braço, que não conseguia me desvencilhar mesmo que lutasse muito.
O que eram meus braços perto dos extremamente musculosos dele?
Ele levou a mão a minha boca, abafando um grito, me puxando pela janela, onde tinha um buraco preto em volta de luzes azuis-mar que parecia como fumaça em volta do preto, o homem se jogou com tudo, me levando junto, para dentro do buraco-nevoeiro, levando poucos menos de 1 minuto para estar pisando em pedras, ou melhor, estar literalmente em uma caverna, onde ele me soltou dentro de uma prisão, me trancando a seguir.
Agarrei as gélidas barras de ferro que agora me prendiam
— Aproveite a Prisão dos Ossos, Emerial – gritou o homem se afastando
Me debatia e sacudia as barras gélidas, tentando sacudir, tentando soltar, gritando onde eu estava, o que estava acontecendo, mas tudo que ouvi era um homem por trás de mim, no escuro onde não dava para notar até ouvir sua voz.
- Poupe sua forças, menino. Ninguém irá o ouvir, e essas barras são impossíveis de abrir, eu já tentei. Só abre por fora. – Falou em um tom fraco, desanimador.
— Quem é você? Onde estou? – Perguntei após me virar.
— Jem. Meu nome é Jem. E você está em um Reino muito longe do Reino humano. – Ele riu após ver minha careta chocada – Sinto seu cheiro mundano. – Completou.
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Mar do Cisne
FantasyA morte da minha mãe foi de tamanho inesperado e exasperado, tinha tanto pra viver, foi tão precoce.. Foi um baque tão imenso, não só pra mim; A Rainha de Cisne havia morrido. O que abalou uma relação a qual já era totalmente ruim, e começou um enor...