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Emerial

— Você a afugentou mãe – falei após entrar no recinto.

— Aquela miserável, eu a tratava como filha!

— Ela errou mãe, todos erram.

— Você é meu filho, é claro que ficaria do seu lado.

— Então tente começar a perdoar-lá, porque eu a amo, e você sabe disso.

Sentei no sofá cinza acolchoado que havia na sala.

— Vou ficar uns tempos fora – Disse por fim.

— Você mal chegou! Você sumiu por uma semana, nem explicou o motivo!

— É uma longa história...

— Tenho tempo!

— Mãe... Eu estou bem, tá bom? Eu não estou bebendo, nem usando nenhum entorpecente, e eu estou bem, como não estava a um tempo, estou trabalhando com ela em algo muito bacana, muito importante, e está sendo muito bom.

— E tem renda, esse suposto trabalho?

— Sim, com certeza. Você lembra do apartamento dela no Centro né? Em que ela mesmo pagava. – Tentar convencer ela com outros métodos, por mais errado que seja, era melhor do que explicar no quê exatamente estou me metendo.

— Tudo bem. Se der errado, isso... Você volta pra casa, e você irá trabalhar na biblioteca, está me ouvindo?

— Sim, senhora. Vou pegar minhas roupas.

Levantei e segui até as últimas portas do corredor extenso, levando ao meu quarto, peguei duas sacolas grandes e enfiei todas as roupas e sapatos possíveis ali dentro. Não era necessário conteúdos de higiene além de uma escova dental, lá continha tudo e muito mais do que qualquer pessoa precisaria pra estar totalmente limpa e perfumada humanamente falando.

Voltei a sala e minha mãe continuava emburrada, com a cara fechada. Dei-lhe um beijo na testa antes de sentar onde antes estava, de frente a ela, que estava sentada em uma poltrona combinando com o sofá.

— Tira essa birra, eu volto. Sempre. Para lhe ver, e te contar como andam as coisas com ela. Confie em mim, tudo bem?

— Eu não confio nessa garota Emerial, não depois do que ela fez. Você era, ou melhor, é louco por ela, e antes acreditava que ela sentia o mesmo por você, hoje em dia, não consigo.

— Ela teve as razões dela muito forte para sumir.

— E quais foram?

Dizer que a mãe morreu seria uma boa forma de começar, dizer sobre o Reino a suas costas, sobre a irmã maléfica que quer a destruir, entre diversas coisas sobrenaturais do mundo dela, explicaria muito. Mas não muda o fato que ela não confiou em mim o suficiente para mostrar, para me dar uma chance de ama-lá como ela é, de ajuda-lá nos quaisquer que tivesse que enfrentar.

— Prefiro não contar sobre algo que só ela pode falar, é pessoal. Eu ouvi, eu vi, entendi o lado dela, por isso estou lhe dando uma chance novamente. Não só por ela, mas por mim, eu a amo demais para desistir facilmente quando ela está novamente em minha vida. Por favor, só acredite em mim, só acredite que eu tô seguindo o que meu coração diz, está bem?

Ela fez positivo com a cabeça, desfazendo o laço dos braços.

— Tenho que ir, venho outra hora para conversámos mais, temos coisas a resolver – informei seguindo porta a fora.

Não precisei andar muito após passar do portão velho pintado de preto antes de encontrar ela olhando para o nada, aguardando.

Ela era linda, muito linda, foi a primeira coisa que pensei, quando a vi naquela sala de química, mesmo na forma humana, como está agora. Na forma real, eu não teria palavras para descrever a deusa que essa Ninfa é, por mais que ela não seja realmente uma Deusa. Mas se Deuses existem, realmente teriam a aparência dela.

 Mas se Deuses existem, realmente teriam a aparência dela

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