Lina nunca pensou que outra música, além de "The Nights", poderia arrepiá-la. Isso até ouvir Ingrid tocar "Do I wanna know". Ouvi-la tocar essa música na guitarra, com um dedilhado impecável. Foi, no mínimo, de tirar o fôlego.
Quando Ingrid terminou, Lina a encarou tão fixamente que a garota corou.
- Hum – Ingrid limpou a garganta.
- Foi incrível! – explodiu Lina – Você foi espetacular!
- Como o Homem Aranha? – brinca Ingrid.
- Melhor que o Homem Aranha!
Ingrid riu – Obrigada.
- Eu nunca pensei que fosse gostar de outra música além de "The Nights", mas você me provou o contrário – Lina sorri.
Ingrid franze a testa – Sério? Você só gosta de uma música?
- Sim – responde Lina – Eu sou muito seletiva. Com comida. Com música. Com roupas. Com pessoas. Com tudo, literalmente. Para eu gostar de algo, tem que me fazer sentir calma e especial.
Ingrid assente em concordância. Mas logo abre um sorriso provocativo – Então eu te faço sentir especial?
Lina cora – Nem um pouco.
- Aham, sei – Ingrid sorri.
- Lembra da parte que eu disse que sou seletiva com pessoas? – começa Lina.
- Lembro.
- Hum, isso faz com que eu sempre desconfie das intenções das pessoas. Apesar de conseguir ser extrovertida, eu demoro para confiar – diz ela – Mas... não está sendo assim com você. Eu não sinto insegurança quando converso com você.
Ingrid sorri – Me sinto honrada.
Elas se entreolham profundamente e sorriem. Mas logo desviam o olhar quando escutam alguém subindo as escadas. Alguns segundos depois, Gustavo entra no quarto.
- In, o Vitor está meio preocupado com o que seus pais vão fazer com ele se vocês chegarem muito tarde – diz ele.
- Ah - Ingrid suspira – É melhor nós irmos.
Ela abre os braços timidamente para Lina. A garota fica um pouco insegura com toque físico. Mesmo assim, elas se abraçam.
- A gente se vê – diz Ingrid – Obrigada pelo bolo e pela música.
- De nada – diz ela, sorrindo – Até mais.
Os três descem as escadas e levam os convidados para o portão. Juliana e Gustavo se despedem de Ingrid enquanto Vitor se despede de Lina.
- Tchau – Vitor oferece a mão, sorrindo.
- Tchau – Lina não aperta sua mão, apenas acena.
Vitor não parece se importar, por isso acena de volta. Sorrindo.
- Tchau – diz Ingrid para Juliana – O bolo estava delicioso. Eu amei.
- Que bom - disse ela.
Ingrid sorri e olha para Lina – Até mais. Beijo.
- Até – Lina sussurra e acena.
Lina sobe as escadas. Em parte, para esconder seu enorme sorriso. Em parte, para fugir de Gustavo.
Ela se sente na cama, olhando para a varanda. A luz da Lua é a única coisa que ilumina o quarto.
- Carolina Santana – diz Gus, quando entra no quarto – Você abraçou uma pessoa?
- Sim. – Até Lina parece surpresa.
- Nunca pensei que uma pessoa fosse capaz de tirar sua posse de bandida má que odeia toque físico – ele finge estar emocionado.
Lina ri e joga um travesseiro em seu irmão – Panaca.
- Ah, vai ser assim? – brinca Gustavo, levantando um travesseiro – Você começou.
Ele joga o travesseiro, dando início a maior guerra de travesseiros da história.
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Quando a noite se torna eterna
RomanceDuas garotas. Duas histórias. E muitos traumas. Ingrid e Lina irão se conhecer por pura coincidência, mas logo descobrirão que estavam destinadas.