- Gus! – Lina exclama quando vê a notificação que acaba de chegar em seu celular.
- Oi! – Gus responde – O que foi?
- Ela me convidou para ir ao shopping – ela responde – Meu Deus.
Lina começa a gritar.
- Lina! Respira!
- Eu estou bem. Estou gritando porque estou muito feliz. Meu Deus. Não posso acreditar – Lina começa a andar pelo quarto.
- Irmã – Gus vai até ela e a segura pelos ombros – Fica calma. Tá bom?
- Está bem – Lina fecha os olhos e respira fundo.
- Você vai se divertir muito – Gus diz.
- Eu não – diz Lina – Nós. – Ela faz um gesto incluindo Gus.
- O que? – ele pergunta.
- Ela também te convidou – ela diz – Não me pergunte por quê.
- Tá bom – ele responde, sorrindo – Ok. Nós vamos.
- Ok. – Lina se afasta e abre seu guarda-roupa. Lina nunca demora para escolher roupa, ela é muito decidida. Depois de alguns minutos pensando, ela escolhe uma combinação e a coloca na cama.
- Vai ser hoje? – pergunta Gus, surpreso.
- Óbvio! – exclama Lina.
- Mas vocês são rápidas hein – sussurra ele.
- Você que tem que ser rápido! – Lina diz – Não demore ok?
- Vou tentar – Gus faz um gesto solene, e vai em direção a seu guarda-roupa.
Depois de mais alguns minutos, Lina escolhe o sapato – ela tem uma coleção grande de variadas cores e modelos de All Star - e o penteado.
Trina minutos depois, ela se olha no espelho e sorri.
Lina escolheu um short jeans, uma regata branca e uma blusa de botão florida para usar como jaquetinha. Seus cabelos escuros estavam soltos com dois coques pequenos em cima. O All Star escolhido foi o roxo. Em seu rosto, ela passou um corretivo, um rímel, blush e gloss. Estava muito linda.
Estava indo chamar seu irmão quando se lembra dos fones com cancelamento de ruído – "Ainda bem que eu lembrei" – ela suspira, aliviada.
Lina precisa usar os fones quando vai para qualquer lugar com barulho. Eles cancelam qualquer tipo de ruído. Sem eles, ela entra em crise. Os fones a ajudam a organizar os pensamentos e a ficar em paz. O barulho traz desconforto.
Depois de colocá-los no pescoço, ela se senta na cama e espera por seu irmão. Depois de 10 minutos, começa a ficar inquieta e manda mensagem para Ingrid.
Lina: Estou pronta já
Ingrid: Sério? Você deve tá linda
Lina: Pior que eu estou mesmo
Ingrid: KKKKK você é incrível
Estou quase pronta
Já passo aí :)
Lina: Estarei te esperando, ansiosamente ;)
- GUS!!! – Lina grita, jogando seu celular na cama – Você ainda não está pronto?!
- Relaxa! – diz ele – Tô quase pronto!!
20 minutos depois Gus entra no quarto.
Ele estava com seus cabelos escuros molhados, – deve ter gastado meia hora no banho – uma calça jeans preta, uma blusa preta do Guns N' Roses e um tênis preto.
Lina revira os olhos – Você me deixou esperando por 40 minutos!! Para isso!?
- Eu tô lindo! – ele responde, indignado – Preto é minha cor! Apesar de tantas outras combinarem comigo! Você faz ideia do quão difícil foi escolher a cor certa?
- AH Gustavo – Lina bufa.
- Você tá linda irmãzinha – ele diz, se aproximando e bagunçando seu cabelo.
Lina sorri – E você está cheiroso.
- Eu tento – ele sorri.
- Vamos falar com a mamãe – Lina diz, tencionando os ombros.
- Vai dar certo – diz Gus.
- Sim – ela respira – Tem que dar.
Gus e Lina descem as escadas e vão até a cozinha onde sua mãe estava lendo um livro e seu pai estava fazendo o almoço.
- Oi gente – diz Gus, beijando a testa de sua mãe e abraçando seu pai.
- Oi, oi – fala Lina, acenando para seus pais.
Juliana e Raul se entreolham e sorriem.
- Aonde vão tão arrumados? – pergunta Raul.
- E cheirosos? – pergunta Juliana, seu olhar se demorando em Gus.
- Ingrid nos convidou para ir ao shopping – diz Lina.
- Aí nós nos arrumamos e estamos indo – completa Gus.
- Tudo bem? – pergunta Lina.
Raul assente sorrindo, mas quando troca um olhar com Juliana, ele balança negativamente a cabeça.
- Como vocês vão? – ela pergunta.
- De ônibus – responde Gus.
- Definitivamente não – ela diz, categoricamente.
- Querida – chama Raul – Eles têm dezessete anos. Podem andar de ônibus.
- Não – ela diz – Ônibus sempre estão cheios. Lina não pode entrar em um.
- O que? – Lina exclama, indignada – Você acha que eu tenho alguma doença, por acaso?
- Olha o tom! – ela diz.
- Mãe – diz Gus – Ingrid já veio aqui, a senhora a conhece. Ela é confiável. Estaremos juntos o tempo todo. Qual será o problema?
- E se acontecer algo no ônibus? – ela pergunta, indignada.
- Tipo o que? – Lina pergunta.
- Você ser assediada!
- Isso eu posso ser em todo lugar.
- Carolina! – exclama a mãe.
- É a mais pura verdade – diz Lina.
- Vocês podem ser roubados! – ela diz.
Seus filhos suspiram.
- Mãe, ficar pensando o pior não é saudável – argumenta Gus.
Lina respira fundo e tenta se acalmar – A senhora devia procurar alguém para conversar...
- Parem de mudar o rumo da conversa. Eu estou completamente bem! – ela diz.
- Ju, pense um pouco – diz Raul – Eu não vejo problema.
- PARE de me contradizer! – ela exclama.
Os filhos suspiram. A mãe os observa, cansada.
- Vocês podem ir – ela diz.
Lina e Gus sorriem.
- Se – ela continua – E apenas se... eu os levar de carro.
Lina suspira – "Melhor que nada" – pensa.
- Ok – responde Gus.
- Está bem – Diz Lina – Vou avisar Ingrid.
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Quando a noite se torna eterna
RomanceDuas garotas. Duas histórias. E muitos traumas. Ingrid e Lina irão se conhecer por pura coincidência, mas logo descobrirão que estavam destinadas.