Capítulo 15 - Lina

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- Gus! – Lina exclama quando vê a notificação que acaba de chegar em seu celular.

- Oi! – Gus responde – O que foi?

- Ela me convidou para ir ao shopping – ela responde – Meu Deus.

Lina começa a gritar.

- Lina! Respira!

- Eu estou bem. Estou gritando porque estou muito feliz. Meu Deus. Não posso acreditar – Lina começa a andar pelo quarto.

- Irmã – Gus vai até ela e a segura pelos ombros – Fica calma. Tá bom?

- Está bem – Lina fecha os olhos e respira fundo.

- Você vai se divertir muito – Gus diz.

- Eu não – diz Lina – Nós. – Ela faz um gesto incluindo Gus.

- O que? – ele pergunta.

- Ela também te convidou – ela diz – Não me pergunte por quê.

- Tá bom – ele responde, sorrindo – Ok. Nós vamos.

- Ok. – Lina se afasta e abre seu guarda-roupa. Lina nunca demora para escolher roupa, ela é muito decidida. Depois de alguns minutos pensando, ela escolhe uma combinação e a coloca na cama.

- Vai ser hoje? – pergunta Gus, surpreso.

- Óbvio! – exclama Lina.

- Mas vocês são rápidas hein – sussurra ele.

- Você que tem que ser rápido! – Lina diz – Não demore ok?

- Vou tentar – Gus faz um gesto solene, e vai em direção a seu guarda-roupa.

Depois de mais alguns minutos, Lina escolhe o sapato – ela tem uma coleção grande de variadas cores e modelos de All Star - e o penteado.

Trina minutos depois, ela se olha no espelho e sorri.

Lina escolheu um short jeans, uma regata branca e uma blusa de botão florida para usar como jaquetinha. Seus cabelos escuros estavam soltos com dois coques pequenos em cima. O All Star escolhido foi o roxo. Em seu rosto, ela passou um corretivo, um rímel, blush e gloss. Estava muito linda.

Estava indo chamar seu irmão quando se lembra dos fones com cancelamento de ruído – "Ainda bem que eu lembrei" – ela suspira, aliviada.

Lina precisa usar os fones quando vai para qualquer lugar com barulho. Eles cancelam qualquer tipo de ruído. Sem eles, ela entra em crise. Os fones a ajudam a organizar os pensamentos e a ficar em paz. O barulho traz desconforto.

Depois de colocá-los no pescoço, ela se senta na cama e espera por seu irmão. Depois de 10 minutos, começa a ficar inquieta e manda mensagem para Ingrid.

Lina: Estou pronta já

Ingrid: Sério? Você deve tá linda

Lina: Pior que eu estou mesmo

Ingrid: KKKKK você é incrível

Estou quase pronta

Já passo aí :)

Lina: Estarei te esperando, ansiosamente ;)

- GUS!!! – Lina grita, jogando seu celular na cama – Você ainda não está pronto?!

- Relaxa! – diz ele – Tô quase pronto!!

20 minutos depois Gus entra no quarto.

Ele estava com seus cabelos escuros molhados, – deve ter gastado meia hora no banho – uma calça jeans preta, uma blusa preta do Guns N' Roses e um tênis preto.

Lina revira os olhos – Você me deixou esperando por 40 minutos!! Para isso!?

- Eu tô lindo! – ele responde, indignado – Preto é minha cor! Apesar de tantas outras combinarem comigo! Você faz ideia do quão difícil foi escolher a cor certa?

- AH Gustavo – Lina bufa.

- Você tá linda irmãzinha – ele diz, se aproximando e bagunçando seu cabelo.

Lina sorri – E você está cheiroso.

- Eu tento – ele sorri.

- Vamos falar com a mamãe – Lina diz, tencionando os ombros.

- Vai dar certo – diz Gus.

- Sim – ela respira – Tem que dar.

Gus e Lina descem as escadas e vão até a cozinha onde sua mãe estava lendo um livro e seu pai estava fazendo o almoço.

- Oi gente – diz Gus, beijando a testa de sua mãe e abraçando seu pai.

- Oi, oi – fala Lina, acenando para seus pais.

Juliana e Raul se entreolham e sorriem.

- Aonde vão tão arrumados? – pergunta Raul.

- E cheirosos? – pergunta Juliana, seu olhar se demorando em Gus.

- Ingrid nos convidou para ir ao shopping – diz Lina.

- Aí nós nos arrumamos e estamos indo – completa Gus.

- Tudo bem? – pergunta Lina.

Raul assente sorrindo, mas quando troca um olhar com Juliana, ele balança negativamente a cabeça.

- Como vocês vão? – ela pergunta.

- De ônibus – responde Gus.

- Definitivamente não – ela diz, categoricamente.

- Querida – chama Raul – Eles têm dezessete anos. Podem andar de ônibus.

- Não – ela diz – Ônibus sempre estão cheios. Lina não pode entrar em um.

- O que? – Lina exclama, indignada – Você acha que eu tenho alguma doença, por acaso?

- Olha o tom! – ela diz.

- Mãe – diz Gus – Ingrid já veio aqui, a senhora a conhece. Ela é confiável. Estaremos juntos o tempo todo. Qual será o problema?

- E se acontecer algo no ônibus? – ela pergunta, indignada.

- Tipo o que? – Lina pergunta.

- Você ser assediada!

- Isso eu posso ser em todo lugar.

- Carolina! – exclama a mãe.

- É a mais pura verdade – diz Lina.

- Vocês podem ser roubados! – ela diz.

Seus filhos suspiram.

- Mãe, ficar pensando o pior não é saudável – argumenta Gus.

Lina respira fundo e tenta se acalmar – A senhora devia procurar alguém para conversar...

- Parem de mudar o rumo da conversa. Eu estou completamente bem! – ela diz.

- Ju, pense um pouco – diz Raul – Eu não vejo problema.

- PARE de me contradizer! – ela exclama.

Os filhos suspiram. A mãe os observa, cansada.

- Vocês podem ir – ela diz.

Lina e Gus sorriem.

- Se – ela continua – E apenas se... eu os levar de carro.

Lina suspira – "Melhor que nada" – pensa.

- Ok – responde Gus.

- Está bem – Diz Lina – Vou avisar Ingrid.

Quando a noite se torna eternaOnde histórias criam vida. Descubra agora