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📍 RIO, 𝖉𝖊 𝖏𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔
MARÇO, 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟷𝟿
━━━━ alguns dias para o casamento

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Elis sentou-se em um sofá cama, na área de lazer e externa da casa, enrolada em uma manta fina de crochê por conta da brisa fria, segurando uma garrafa de vinho e uma taça em mãos. Se envolveu sobre o macio, suspirando fundo e agradecendo pelos minutos de paz que reinava sobre a casa. Os Barbosas e Salazar, finalmente estavam todos dormindo, até porque, já se passava da meia noite.

Ela se perdeu com tempo, enquanto desenhava vários novos projetos, afinal, era uma das poucas coisas que a acalmavam quando passava por algum tipo de estresse. Como mais cedo, quando sua avô encucou que: "dormir com o noivo na véspera do casamento, dava azar". Gabriel e Lis — depois de muitas tentativas —, a convenceram, ou quase, de que isso era muita superstição, até porque eles já moravam juntos desde o início do relacionamento.

O casamento, seria mais uma oficialização do que eles viviam todo santo dia. Elis suspirou fundo e notou que estava silencioso demais, até sentir a presença do noivo e dar um sorriso convencidos.

— Você jura? — Indagou, virando o rosto para olhar Gabriel, preparado para lhe dar um susto, fazendo uma expressão frustrada e bufando.

— Chata. — Resmungou, dando a volta no sofá e sentando junto a ela, lhe puxando para próximo e franzindo o cenho ao ver a garrafa de vinho. — Está bebendo?

— Eu precisava de algo com álcool, ou iria surtar. — Respondeu, se aconchegando nele.

A ruiva nunca foi de beber, na verdade, nunca havia bebido nada com teor alcoólico na vida, não só pela questão dos avós serem conservadores — mesmo seus pais sendo o oposto —, mas por nunca se sentir atraída a ingerir álcool. Entretanto, quando começou a namorar seu atual noivo, que é amante de uísque, descobriu um amor platônico por vinhos, e tornou-se a sua única excessão.

— Não exagera, pra depois não ficar com dor de cabeça o dia todo amanhã. — Aconselhou, já sabendo exatamente como ela ficava se tomasse além de três taças.

— Relaxa, prometo moderar. — Sussurrou, elevando o olhar a ele, dando um sorriso apaixonado.

— O que temos amanhã? — Perguntou, sorrindo só de imaginar que estava cada vez mais perto de a ter para sempre.

— Tem prova de doces. — Fez uma careta. — Foi a única coisa que deixei para "última hora", — Fez aspas com os dedos. — Quer experimentar comigo?

— Quero sim. — Beijou a testa da noiva.

— Mal posso esperar, pra ser a senhora Barbosa. — Elis falou com uma animação notável, sorrindo largo. Serviu uma taça de vinho ao se afastar do noivo, e deu um gole longo.

— Eu não vejo a hora. — Suspirou apaixonado. — Vamos deitar, pra você me desejar boa noite do seu jeitinho. — Fez um beicinho e ela rolou os olhos.

— Não amor, quero ficar um tiquinho aqui. — Choramingou, bebericando a bebida. — É o nosso último momento de paz, para a loucura que será amanhã, até o dia do casamento. — Bufou cansada. — Se eu soubesse, teria dito não. — Brincou e riu sem humor.

Contagem Regressiva ━━ Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora