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📍 RIO, 𝖉𝖊 𝖏𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔
MARÇO, 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟷𝟿
━━━━ alguns dias para o casamento

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Elis dormia tranquila, abraçada ao travesseiro enquanto sentia o conforto do sono lhe consumi do cada vez mais. Se arrepiou, ao sentir beijinhos pelo seu ombro, indo em direção a suas costas e nuca, dando algumas mordiscaras ali. Riu ainda de olhos fechados, sentindo o raspar da barba do noivo, se encolhendo um pouco.

— Eu preciso dormir. — Resmungou, virando-se para ele, ainda de olhos fechados, se escondendo no peito de Gabriel.

— Pitanga, temos que pegar estrada. — Murmurou sorrindo como um bobo, acariciando o rosto da mulher amada, retirando alguns fios ruivos de cabelo da bochecha dela. — Seus pais odeiam atrasos. — Fez uma careta.

— Problema é deles. — Deu de ombros, tentando voltar a dormir recebendo o carinho dele.

— Amor...

— Não Gabriel, você não me deixou dormir de noite. — Afastou o rosto para olhá-lo, fazendo um beicinho que causou uma risada no jogador. — Preciso recuperar minhas energias, você me usufruiu demais. — Disse, e ele gargalhou mais alto.

As duas coisas eram verdade: os pais de Elis odeiam atrasos, e ela estava sem energias graças a noite recheada de gemidos, beijos e... bom, clímax.

— Bobona. — Sussurrou, lhe dando um selinho demorado. — Não quero tomar banho sozinho. — Foi sua vez de fazer um beicinho infantil, e Elis semicerrou os olhos.

Barbosa se afastou e levantou da cama, andando até o banheiro, dando a privilegiada visão de sua bunda desnuda para a ruiva, que mordeu o lábio inferior, em seguida rindo e rolando os olhos, sentindo que a vida era injusta. Tudo bem, não era tão injusta assim, estava dramatizando, mas era um caos ele ter mais bunda que ela. Isso arrancou um suspiro pesado da ruiva.

Era tudo muito perfeito, o relacionamento em si era perfeito, desde o início, quando se conheceram enquanto ele ainda era revelação no santos, mal tinha completado vinte anos e já estava caidinho pela ruiva. Dois drinques e rolou o primeiro beijo, ficaram por apenas algumas semanas e logo saíram namorado. A alguns meses, quando surgiu a ideia de jogar no Flamengo — time do coração de ambos —, ele a pediu em casamento.

Obviamente, ela disse sim. Não só porque o amava incondicionalmente, mas porque queria viver a ideia clichê do casamento perfeito, com o homem perfeito, em um relacionamento... você sabe. Perfeito. A ideia de viver aquilo, alimentado pelos filmes norte-americanos, de comédias românticas e uma pitada de drama, acariciava o ego cinematográfico de Elis, fascinada pela dramaturgia nacional e internacional, mesmo que sua carreira fosse reger uma grife, e tocar piano nas horas vagas.

— Pitanga, estou te esperando. — Ouviu Gabriel lhe chamar, e sentou-se na cama, repensando se era uma boa ideia andar até lá.

— E se eu desistir de ir? — Indagou, mordendo o lábio como uma criança curiosa.

— Desistir de ir pro local do nosso casamento? — Gabriel fez uma careta confusa e Elis riu.

— Não. — Disse prontamente. — Se eu desistir de ir para essa semana em família.

— Seu lado perfeccionistas, mata a nós dois. — Respondeu, adentrando o box e ligando o chuveiro. — Quer dizer, matam você. — Suspirou frustrada. — E depois me matam. Até porque, se nada sair do seu jeito, nada estará bom. As nossas famílias estarem lá será só um efeito colateral.

Contagem Regressiva ━━ Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora