Contagem Regressiva ━━ Gabigol

06

📍 RIO, 𝖉𝖊 𝖏𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔
MARÇO, 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟷𝟿
━━━━ dia do casamento

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Elis suspirava tranquila, analisando-se no espelho e se sentindo a noiva mais linda do mundo. Estava com o coração palpitando em felicidade, em ansiedade e nostalgia. Sorriu para o reflexo, lembrando de quando era criança e se enrolava em panos de retalho brancos, que a avó usava para costurar vestidos das moças do bairro, e dizia ser uma noiva prestes a se casar. Cá estava ela, uma noiva de véu e grinalda, pronta para o seu casamento.

Moveu o anel de noivado no dedo, sentindo o peito apertar ao lembrar de Gabriel, sabia que ele estava confuso, sabia que ele estava com dúvidas e que ele estava angustiado. Se perguntou se não foi um erro, deixar que ele escolhesse se quisesse ir ou ficar, quando ela mesma deveria ter ido embora. Sentiu o estômago revirar e correu ao banheiro pela quinta vez no dia, vomitando todas as frutas que havia comido.

O nervosismo afetou até seu estômago, bom, isso era o que ela imaginava.

— Lilis? — Ouviu pai do outra lado da porta, e suspirou sorrindo.

— Um minutinho. — Disse do banheiro, escovando os dentes rapidamente e sem borrar o batom, dando descarga e depois indo destraçando a porta. — Oi papai. — Sorriu encontrando a cabeça no batente.

— Está pronta? — Perguntou, com sua voz grave e sotaque carregado.

— Estou. — Sorriu ao responder, sentindo borboletinhas no estômago. — Vai me levar ao altar? — Abrindo por inteiro a porta, e dando a visão de como estava para o pai.

Sérgio tentou conter, mas seus olhos marejaram no segundo em que viu a filha com o vestido branco. Um uau escapou da boca do pai da noiva. Ela estava impecavelmente linda, os olhos claros dele brilhavam não só por conta das lágrimas, mas por realizar o sonho de viver até que a filha se casasse. Sua princesinha estava oficialmente crescida, e agora era um pássaro preste a voar, qual pai está preparado para isso?

— Estou bonita? — Indagou, mordendo o lábio e dando uma giradinha.

— Dios mio, está maravilhosa minha filha. — Respondeu, segurando em seu rosto e lhe dando um beijo na testa. — Gabriel é um homem de sorte, está casando com a mulher mais linda do Rio de Janeiro, e del mundo. — Disse alegremente, causando uma gargalhada na filha.

— Bom, então vamos lá fazê-lo ver o quão sortudo ele é. — Murmurou, arrumando o véu e o buquê, entrelaçando seu braço no do mais venho e seguindo para fora do quarto.

Com um suspiro, desceram as escadas devagar, e com sorriso contagiantes no rosto. Edna que já chorava, se emocionou ainda mais ao ver a filha de branco. Benjamin o melhor amigo, sorriu orgulhoso e totalmente encantado com a forma majestosa que ela estava. Sua avó Tereza, estava com os olhinhos brilhantes, em ver que o vestido que ajudou a costurar, havia ficado divinamente perfeito.

A paixão pela costura e produção de roupas que Elis tinha, veio diretamente da avó, que fazia daquilo sua renda para sustentar os filhos. Depois de tantos anos na profissão, ter uma neta que valorizava aquilo e que agora tinha sua própria butique de roupas, com sua marca de nome, era como ter ganhado um prêmio nobel.

— Meu Deus, não dá pra acreditar que você vai casar. — Edna disse, enxugando as lágrimas. Segurou o rosto da filha e também lhe deu um beijinho na testa. — Te desejo toda a felicidade do mundo, minha filha. — Acariciou as bochecha molhadas dela, que sorria.