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📍 RIO, 𝖉𝖊 𝖏𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔
JULHO, 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟸𝟸

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— Preto é muito básico. — Elis resmungou, se olhando no espelho e não aprovando o vestido escolhido.

Já estava a alguns minutos se analisando, e não se sentindo bonita o suficiente. Acabou relembrando do primeiro encontro que teve com Gabriel, do frio na barriga e do coração meio acelerado, das sensações e euforias. No dia em questão, ela também usou um vestido preto e por mais que ele já conhecesse aquela peça — porque ela desenhou e costurou —, ela estava a garota mais linda de todo o cinema.

Estavam tão receosos que apenas assistiram o filme e somente quando os créditos subiram, as pessoas começaram a ir embora e ficou meio vazio, eles deram o primeiro beijo. Foi como se fogos de artifício, estivessem estourando dentro dela, uma queimação no estômago que jurou ser gases, e uma vontade doida de apenas ficar beijando-o para sempre. Era paixão. Aquele típico sentimento platônico, que arde o peito e algumas vezes te traz lágrimas. Evoluiu e virou amor, que mata e destrói quando frustrado.

E era assim que Elis se sentia em relação, ao sentimento que tanto gostava no início da sua história com Gabriel. Seu estado de espírito favorito, era ser perdidamente apaixonada por ele, mas findou-se quando ele foi embora. Entretanto, ainda assim, não sabia qual roupa escolher para ir a um simples almoço.

— Eu gostei. — Kalina comentou. — Não é como se ele fosse reparar na sua roupa. — Riu sem humor, e cruzou as pernas. — Ele é homem.

— Aí credo. — Nicole a deu um tapinha no braço. — Por mim esse piu-piu raivoso, nem sequer conhecia minha pingentinho. — Deu de ombros, mostrando superioridade.

— Mas ele vai conhecer, e não é por ele, é pela Elô. — Elis a repreendeu, que apenas fingiu não ligar.

Voltou a se encarar no espelho e decidiu trocar. Vestiu uma das peças piloto para a nova coleção, e por ser um vestido único chamaria mais atenção e já seria uma propaganda. As alças finas ressaltaram os ombros, o cumprimento marcou bem na cintura e evidenciou o quadril largo. Lis sorriu satisfeita com o florido do tecido, com o suave decote coração e o quão bonito ele ficava no corpo. Aquele com certeza, estaria no próximo desfile.

— Bom, estou pronta. — Anunciou e as amigas a olharam, assentindo com sorrisos largos. — Lina, você vai comigo né?

— Você pós isso na cabeça, de que eu sei algo de direito. — Resmungou e cruzou os braços.

Oxente, mas tu não cursou Direito? — Nicole indagou curiosa.

— Cursou, quatro semestres e resolveu entrar pro crime, tadinha. — A ruiva respondeu, e recebeu um dedo do meio da sua hacker. — Vamo logo, que eu tenho ansiedade.

Já sabendo que se atrasaria, Elis segurou no braço de Kalina e a puxou casa a fora, se despediram de Eloísa que assistia Frozen com o avô na sala, pegaram o carro e foram em direção ao endereço que Fabinho havia mandado. Era um pouco distante da casa dos pais, mas em vinte minutos e alguns sinais furtados, elas chegaram. Lina agradeceu aos céus por finalmente terem chegado e ainda estar com vida.

Na recepção pediram o nome e Elis respondeu por elas, foram guiadas até a mesa e ele não estava lá, sentiu o peito apertar por medo de mais uma vez ter levado um toco, e não suprir as expectativas da filha. Ela estava tremendo em nervosismo, então sentou-se à mesa juntamente com Kalina — que ainda se questionava o porque de ter que estar ali —, olhando em direção a porta do restaurante e esperando Gabriel passar por elas.

Contagem Regressiva ━━ Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora