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📍 SALVADOR
JULHO, 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟸𝟸

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Elis estava sentada em sua poltrona, lendo seu mais novo livro favorito, onde a personagem matava um lobo e ia parar na corte de um grão-ferico. Seu fiel companheiro chá de camomila, estava em sua mão, em uma das xícaras que Benjamin havia mandado de presente de Paris. Ha algumas semanas, ele foi convidado para produzir um desfile único ao lado de grandes nomes internacionais, na mais badalada cidade francesa.

Era óbvio que ambos sentiam saudades, principalmente Eloísa, que odiava distância e despedidas. Por falar nela, a ruivinha acabou acordando e em busca de refúgio no meio daquela noite meio fria — uma raridade no território cearense —, adentrou o quarto da mãe coçando os olhinhos e parando próximo a cama.

— Mamãe?! — Chamou e Elis se assustou levemente, olhando na direção da filha e a vendo com os cabelinho engrenhados e rostinho amassado.

— Oi meu amor, está tudo bem? — Perguntou, se arrumando na poltrona e a menina assentiu.

— A senholatabalhando? — Questionou ao ver o livro em mãos.

— Não pitanguinha, mamãe estava exercitando a leitura. — Murmurou, fechando o livro e chamando a filha. — Deita aqui no colo da mamãe, e deixa ela te ajudar a dormir.

Eloísa sorriu vitoriosa, e praticamente correu até lá, subindo no colo e se aninhando no aconchego da mãe. Elis também sorriu, acariciando o rosto da pequena, que logo fechou os olhinhos para pegar no sono, por mais que aqueles momentos fossem raros, as duas sempre estavam e faziam tudo juntas.

Ela estava crescendo, e Elis sabia que muito em breve, as perguntas sobre o pai se iniciariam, não tinha como adiar mais.

— Mamãe, pode me plometer uma coisa?— Sussurrou.

— Posso. — Sorriu ao responder baixinho.

— Estão começando as alumar a escolinha, pala o dia dos pais. — Contou e o estômago de Lis revirou. — O meu vai vir? — Ergueu o olhar a ela.

Pois é, começou antes do que ela imaginava ou estava preparada.

— Eu não posso te prometer isso. — Respondeu em lamento, fazendo um carinho na bochecha da filha. — Podemos falar sobre isso depois? — Indagou e ela assentiu.

Suspirou fundo e fez a filha deitar em seu colo outra vez, engolindo em seco e outra vez, se culpando por tê-la privado de viver um crescimento completo com Gabriel do lado, ele teria sido um pai incrível. Quando dei por si, Eloísa já havia pego do sono, sorriu boba e apaixonada por cada detalhe dá filha. A arrumou no colo e a levou para o quarto que lhe pertencia, a deitando na cama e deixando um beijinho suave em sua testa. A cobriu com o edredom, ligou o abajur em seguida saiu do quarto.

— Boa noite Lis. — Ouviu baixo, saltando num susto, levando a mão ao peito e rindo nervosa. — Meu Deus, desculpa.

— Quer me matar, Débora? — Indagou a babá da filha, que riu culpada. — O que faz acordada ainda? — Pergunta rindo em seguida.

— Estava ensaiando um monólogo da faculdade de artes. — Respondeu sorrindo. — E você?

A babá era parte da família, e os horários dela eram flexíveis para cuidar da filha de Elis, estudava artes cênicas — para ser atriz — durante a manhã, durante a tarde e a noite cuidava de Eloísa, que era apaixonada pra baba.

Contagem Regressiva ━━ Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora