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📍 RIO, 𝖉𝖊 𝖏𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔
JULHO, 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟸𝟸

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— Você tá pronto para revê-la?

Aquela pergunta ficava martelando a cabeça de Gabriel, a cada segundo que passava e o mesmo não conseguia raciocinar absolutamente nada depois da ligação de Elis com Fabinho, a algumas horas atrás. Já estava horas na casa da irmã mais nova, tentando organizar tudo o que levaria sua ex a querer revê-lo.

— O que será que ela quer? — Sussurrou mais pra si, do que para Dhiovanna. — Depois de anos, depois de eu ter insistido tanto, ela simplesmente quer me rever e conversar?

— Pra tudo há uma explicação. — Deu de ombros. — Pensa pelo lado positivo, agora você pode se livrar da Rafaney. — Sorriu com o apelido, que aprendeu em uma fanfic que leu sobre o irmão mais velho.

— Eu preciso beber algo bem forte. — Disse, indo em direção ao pequeno bar do apartamento, e colocando uísque em um copo do entornando logo em seguida. — Bem melhor. — Sussurrou, sentindo o ardor na garganta.

Em seguida, pegou as chaves do carro e saiu do apartamento, nem sequer se despedindo da irmã mais nova. Dirigiu de forma tranquila até em casa, ainda se sentindo em dúvida ao assunto que Elis queria tratar. Definitivamente ele não estava pronto para revê-la, não queria encara-la e evidenciar ainda mais a burrada que fez a três anos atrás.

Assim que estacionou o carro na garagem, entrou na casa e subiu as escadas com pressa para alcançar seu quarto. Abriu a porta, e finalmente adentrou seu quarto, vendo Rafaella deitada na cama, mexendo em algo no seu telefone e acariciando seu gatinho de estimação, o nomeado por ela, Lucca.

— Oi mô! — Ela disse, desviando o olhar para o homem que tinha aprendido amar depois de tanto tempo.

— Oi. — Resmungou. — Eu-eu-eu, vou tomar banho. — Gaguejou apontando para trás de si com o polegar em formato de joinha, e girou os calcanhares na direção do banheiro, entrando lá e também não lhe dando chance de resposta.

— Tá bom. — Deu de ombros.

Gabriel se despiu rapidamente, e se colocou embaixo do chuveiro gelado, fechando os olhos e se permitindo lembrar das coisas maravilhosas que viveu ao lado da mulher que tanto amou, e que ainda amava.


Me sujou toda desse negócio! — Elis resmungou, empurrando o namorado com as mãos sujas de espuma de barbear.

Estou de mostrando como é legal usar. — Respondeu, rindo da cara dela toda suja da substância branca.

Vou achar legal, quando eu enfiar isso no seu...

Olha essa linguinha afiada. — A cortou, lhe roubando um selinho em seguida.

Abriu os olhos devagar, vendo a água lhe atrapalhar um pouco a visão dos azulejos da parede. A culpa não era nada comparado, a dor de manter todas as lembranças vivas, de lembrar dela andando e cantarolando pela casa, dela tocando o teclado no modo piano, dela desenhando por horas, ou costurando alguns espaços.

— Porra Elis, que saudade. — Resmungou irritado.

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Contagem Regressiva ━━ Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora