Capítulo 02

2.8K 150 155
                                    

"Na semana passada, percebi que anseio por pena
Quando reconto uma história, faço tudo parecer pior
Não consigo afastar a sensação de que sou apenas ruim em me curar."

Getting Older, Billie Eilish

— Getting Older, Billie Eilish

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

(Hoje em dia)

Eu arrastei minha mala pelos cinco andares de escada do apartamento de Benoit, um amigo que conheci pela Internet no começo deste ano. Eu nunca o vi pessoalmente, e estava torcendo para que não fosse um velho de sessenta anos querendo me molestar.

Me mudar para Nova York poderia ser uma péssima ou uma boa ideia; eu teria essa certeza nos próximos dias. Sair de Nova Orleans sem falar para ninguém foi como uma facada em meu peito, eu não pude me despedir de ninguém enquanto fazia minhas malas. Se eu tivesse falado para alguém que me mudaria para o outro lado do país, minha mãe iria implorar para que eu não fosse, assim como eu teria que ver as lágrimas do meu irmão mais novo. Meu padrasto não se importará muito, já que nunca tivemos intimidade um com o outro em todos esses anos.

Nas próximas horas, minha mãe perceberá que eu não estou mais em casa. Ela irá ao meu antigo quarto e verá a carta de despedida que deixei em cima da cama.

Mesmo que tudo deu uma tranquilizada nos últimos três anos — o que foi uma surpresa para mim —, eu ainda mantinha um olho aberto em todos os cantos.

O boato que me tranquilizou foi que o assassino que me sequestrou para tirar informações sobre Travis estava preso nesta mesma cidade em que eu me mudei. Eu queria vê-lo com os meus próprios olhos, assisti-lo sofrer na cadeia depois do que ele fez comigo e com meus amigos. Eu ainda tinha aquela porra de cicatriz em minhas costelas. Aquilo tinha me traumatizado, mas não tanto ao ponto de eu nunca poder olhá-lo mais na vida. Ele queria se vingar da pessoa que fez aquilo com a sua família, eu vou me vingar por ele ter me incluído nisso.

Quando eu cheguei na porta do apartamento do meu amigo, bati meu punho contra a madeira escura e recuperei o fôlego.

Benoit abriu a porta com um sorriso brilhante em seu rosto. Pelo menos ele não era um velho que se passava por um homem de vinte e dois anos. Benoit era alto, um metro e oitenta e cinco, olhos castanhos gentis, cabelo escuro e bem curto. Seu sorriso branco se destacava em seu rosto negro.

— Christian! — Ele me cumprimentou com um abraço. — Cara, você está todo suado. O que aconteceu?

— O elevador quebrou. Eu precisei subir cinco andares de escadas até aqui, — disse enquanto Benoit abria espaço para eu entrar em seu apartamento.

— Porra, eu sinto muito. Isso acontece direto por não respeitarem o limite de peso que o elevador pode aguentar, — lamentou-se. — Uma vez aquele elevador despencou do último andar, todas as pessoas que estavam lá morreram pela queda. Há boatos de que o elevador é assombrado.

Minha Tentação FavoritaOnde histórias criam vida. Descubra agora