Quer Dar Uma Volta?

30 7 27
                                    

Emilly foi ao mercado e não demorou muito para que retornasse pra casa. Mal sabia ela, o que a esperava assim que abrisse a porta, o que aconteceu logo depois de atravessar a mesma:

- Tia... - Disse a moça, tirando o casaco e o depositando no cabideiro há alguns passos a frente da porta - Já cheguei.

Sua tia estava sentada no sofá da sala, pressionando um lencinho de papel adentro do punho fechado com o mesmo umedecido por algumas lágrimas, que ela ainda, deixava transparecer em seu rosto enquanto mantinha a cabeça baixa, porém, antes que pudesse perguntar algo, seu tio apareceu e colocou o porta retrato das duas irmãs Dawson, sob a mesinha de centro da sala de estar:

- Qual é...O motivo disso Emilly? - Patrick perguntou, levando às mãos ao quadril, envoltado pelo cinto com o coldre de couro encaixado ao lado do brasão dourado do distintivo policial

- Eu não entendi tio... Do que o senhor está falando exatamente?

- Estou tentando entender o do porquê você em plena semana de Natal, resolveu desenterrar o passado. E com isso, colocar a sua tia, nessa posição... - Suspirou - Deplorável.

- Por favor Patrick... - Reapondeu Lucy aos gemidos

- Já conversamos sobre isso Lucy... Agora tudo o que eu quero, é que a sua sobrinha entenda também. - Patrick a repreende, demostrando que outrora a chegada de Emilly, já havia discutido com Lucy, explicando o seu choro

- É da minha mãe que o senhor está falando não é?

- E de quem mais seria? Quem mais teria a capacidade de fazer a sua tia sofrer dessa forma, mesmo depois de morta e depois de todos esses anos?

Emilly, inicialmente olha o seu tio por alguns instantes, absorvendo a frieza com que destila suas palavras:

- Eu não tive em nenhum momento a intenção de entristecer a Tia Lucy. - Ela procura se justificar pacificamente, enquanto procurava auto tranquilizar-se, devida a situação criada - Eu só achei que era uma boa ocasião, pra falar de algo que eu há tempos tenho tentado falar com alguém nessa casa, e que eu sinto precisar falar e expor o que eu ainda sinto em relação á tudo isso. Algo que fez e ainda faz parte da minha vida e que... São em épocas como essas, que eu sinto ainda mais anseio em querer falar sobre. - Suspira - Uma época que me lembra tanto a minha infância... - Ela recorda vendo perfeitamente a cena ser vislumbrada no seu subconsciente - O meu passado. Quem eu fui um dia.

- Emilly, escute bem, pois a última coisa que eu quero nessa semana festiva, é discutir com você que nem completou ainda o ensino médio pra querer saber o que é melhor ou o certo em relação a você mesma. Nada do que diz respeito ao passado da família da sua tia, e da sua mãe, tirando os seus avós e excluindo totalmente o homem com quem a sua mãe se casou e escolheu pra ser o seu pai, têm espaço debaixo do meu teto. - Ele pontua - E dito essa regra, para justamente evitar situações como essa em que a sua tia está, ou como essa em que você nos colocou agora desenterrando o passado e tudo de ruím que vêm com ele! - Patrick de modo ríspido diz às pausas, impondo toda a sua autoridade que agora exercia fora do departamento, para adentro de casa

- Tio Patrick... - Emilly balbucia com os olhos marejados o olhando-no encarecidamente - Eu juro pelo o que o senhor quiser que eu não queria ter provocado nada disso. - Eu só queria poder me lembrar daquilo o que parece que eu e apenas eu, sou a única pessoa nesse mundo que viveu o que eu vivi e da maneira que eu vivi, e não me refiro ao pior momento da minha vida e que me trouxe pra debaixo do seu teto. Digo, aos que eu não quero esquecer, aos que eu tenho medo de um dia acordar e esquecendo dos mesmos, apenas consega me lembrar daquela cena da minha mãe e o meu pai...

- Chega! - Exclama autoritárimente ao ponto de assustá-la - Eu não vou me estender mais por essa noite Emilly! Vá pro seu quarto, se recomponha e se arrume pro jantar.

❝NᎧTHING єlsє M₳TTᏋⱤՏ❞ Onde histórias criam vida. Descubra agora