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Os Olhos da Sua Mãe

“ [...] Após mais uma curta caminhada que durara porta volta de uns 03:00min ”.

Eddie ampara a mão de Emy, auxiliando-a no terminar de descer pôr de sob um rochedo achegando então a ampla visão de um espaço isolado, o mesmo, que ficava quase que em secreto por de trás das árvores.

Mais á frente, á beirada do “ Lago dos Amantes ”, havia uma passarela de tábuas de madeira que estendia-se poucos metros de sobre às águas do lago, e era alí, que o excêntrico Líder do Clube de RPG e a exemplar Representante de Classes do Colégio de Hawkins, tomaram um assento em introspectivos, diante áquele horizonte banhado contrastamente pela paleta fria das cores da estação do mês de Dezembro:

- [...] Você costuma vir aqui com muita frequência? - Pergunta a moça, cessando o silêncio que outrora havia

- Só quando eu quero bancar o "Cavaleiro Solitário"... - Responde - Pra falar a verdade, eu conheço mais a área que fica do outro lado do Lago, um amigo meu mora por lá então... - Continuou esse estando assentado ao lado dela

Emy olhou para o alto, assumindo uma postura ereta enquanto relaxava o corpo num inspirar intenso e consideravelmente vagaroso:

- É...Tenho que concordar que isso daqui é bem melhor do que ficar sentada no banco de uma praça.

- E eu fico extasiado com a deliciosa sensação de estar certo. - Indagou o mesmo olhando para ela com um largo porém fechado riso, que vinha adjunto daquela declaração que a fizera sorrir novamente, por mais ameno que transparecesse

- Acho que eu estava precisando disso. Quer dizer... Ficar longe do cenário "Monótono" da nossa cidade e... - Suspira - Fugir um pouco do modo automático. Meio que... Tirar um tempo pra mim. Sabe?

- E você... Prefere que eu volte mais tarde? - Eddie pergunta, indicando o polegar para trás em direção á trilha do caminho de volta

- Não... - Sorri comprimindo o rosto para baixo - Não estou falando de você. - Emy retoma os olhos para ele - Pra falar a verdade eu acho que... Talvez, não estivesse me sentindo assim dessa maneira que eu estou me sentindo agora, se estivesse com outra qualquer outra pessoa, ou até mesmo sozinha.

- O que me faz bancar "O Curioso" agora e perguntar... - Suspirou num arqueio de ombros - Como você tá' se sentindo agora? - Dissera quase que num sussurrar estando ombro a ombro com ela.

- Eu acho que ainda não encontrei uma palavra exata que defina ou descreva com exatidão como estou me sentindo agora. - Emy olha para o horizonte - Mas tenha certeza que têm haver com algo bom... - Balança a cabeça positivamente - Bom mesmo.

Munson abre entreabre um sorriso:

E é depois desse último diálogo, pontuado pelo sorriso largo de Eddie, que outra vez o som predominante do silêncio, se ergue tomando conta daquele cenário, onde os olhos de Emilly ainda opacos e não tão abrilhantados como que de costume, vagavam pela imensidão azulada do lago das águas brandas de Hawkins:

- Eu posso te fazer uma confissão? - Eddie indaga

- Tá' legal... - Esvaiu um meio e anasalado sorriso - Pode falar.

- Em 79'... - Suspirou aos pesos - Quando tinha por volta dos meus, doze inocentes, confusos e despreocupados anos, eu meio que... - Ele sorri - Comprei a fita do último álbum da Donna Summer "Bad Girls" na Loja de Tape's & LP's perto da minha casa.

Emy permite-se esvair alguns sorrisos, percebendo o diálogo cômico que estava porvir:

- É sério... Foi mais forte do que eu. - Eddie complementa - E tudo por causa do "Marvin", o cara da loja, que usava um "Black-Power" irado com um pente garfo em pé no topo da cabeça. Um cara de muito carisma, lábia barganha... - Suspira - Até me deu uma fita da Cheryl Lynn de brinde, fiquei cantarolando "Go To Be Real" a semana inteira. - Dizia consigo em um ar cômico e entristecido enquanto olhava para o distante - E olha... Falar sobre, me deixa até aliviado em por isso pra fora com alguém por que... Isso já tava' me sufocando, e tudo por que... - Esse esvai um suspiro por mais uma vez - Eu queria ter um assunto pra conversar com a garota nova da sala, e que parecia ficar mais a vontade com as vozes melódicas das Divas da Black Music do que com qualquer outra pessoa... Afinal, era tudo o que eu sabia dela, além de que ela era a garota mais inteligente que eu tinha conhecido, principalmente depois de ter soletrado perfeitamente a palavra "Excepcionalmente" na aula de "Gramática" então... Eu tinha os meus motivos, e... O Olimpo do Heavy Metal não pode me condenar por isso.